"Um soberano jamais deve colocar em ação um exército motivado pela raiva; um líder jamais deve iniciar uma guerra motivado pela ira" - Sun Tzu
Ayla Windsor:
À medida que o tempo passava, a sala do trono esvaziava-se aos poucos, um a um as pessoas deixavam o local e o corpo do rei até praticamente apenas a família real estivesse no local. Durante todo o tempo, Ayla permaneceu ao lado de Charlotte, que encontrava-se em um estado entre a tristeza profunda e a aceitação.
O tempo todo,a irmã do falecido rei ficou ao lado do caixão com os olhos fixos no rosto do irmão. Ayla daria de tudo para saber o que se passava na cabeça dela. Sua expressão só não era mais indecifrável do que a de Catherine, que escondia com maestria seus pensamentos debaixo do manto de seriedade que era a sua face no momento em questão.
— Não foi suicídio! — Charlotte sussurrou, não parecendo está interessada em compartilhar seus pensamentos com Ayla.
— O quê? — ela perguntou.
Charlotte finalmente fixou sua atenção em Ayla, a testa franzida indicava o quão pensativa ela estava.
— Ele não se suicidou! — repetiu ela, mais baixo ainda, apenas para Ayla ouvir — Não faria isso, era orgulhoso demais para tirar a própria vida!
Ayla focou sua atenção no cadáver. O local onde a faca foi encontrada em seu corpo estava coberto pela mortalha que o cobria, impossibilitando-a de visualizar como estava o ferimento. O corpo estava totalmente paralisado, as vértebras de seu corpo totalmente endurecidas — também em virtude do tempo de morte. Várias regiões de seu corpo estavam arroxeadas e inflamadas denunciando uma estranha reação desconhecida.
— A adaga foi enfiada entre as costelas — Charlotte acrescentou em seguida — Ninguém iria se matar dessa maneira, é muito doloroso. Além do mais, o corpo está se deformando rápido demais, como se uma toxina estivesse em seu sangue!
— Veneno! — disse Ayla.
Charlotte apenas assentiu em concordância, virando o rosto para frente, tentando disfarçar o diálogo que ocorria entre as duas.
Se Charlotte estivesse certa e o rei realmente tivesse sido assassinado, Ayla tinha certeza que aquele seria apenas o início do declínio daquele palácio. Naquele momento, ela começou a listar todas as pessoas que iriam querer o rei William morto, e na realidade, a lista era mais extensa do que o programado.
Poderia ter sido qualquer um dos lordes da corte, talvez vendo como uma oportunidade de aproximar-se do trono mais facilmente. Poderia também ser algum espião infiltrado na corte por opositores do rei, provavelmente alguém que foi destronado por William em seu processo de expansão do reinado. Algum dos servos pode ter envenenado o rei apenas para se livrar da crueldade do sistema rigoroso implantado por ele. As opções eram muitas.
— Os guardas foram encontrados no chão igualmente paralisados e mortos, nada foi encontrado no local, nem mesmo a adaga! — explicou Charlotte.
— Ninguém foi enviado para estudar o corpo? — perguntou Ayla.
— Um boticário trazido pela própria Catherine o analisou, ele próprio disse que foi suicídio — disse ela — Mas confesso que não confio nenhum pouco nos contatos dela!
Charlotte e Ayla levaram sua atenção para o outro lado da sala onde Catherine estava. A viúva encontrava-se elegantemente de pé ao lado de Dayene, ambas em silêncio apenas observando a situação, seu rosto expressava a mais pura tranquilidade o que fazia Ayla questionar se ela realmente tinha algo a ver com aquele ocorrido.
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Um príncipe para lady Ayla (Livro II) {CONCLUÍDA}
RomanceAyla Windsor, filha da rainha Aysha Vitale e do rei Derick Windsor, teve seu destino traçado desde seu nascimento, onde foi decidido que teria que se casar com Alec Whithlook, filho do melhor amigo de sua mãe. Ayla vai descobrir que a coroa de rainh...