Capítulo 31 - Capítulo Bônus

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Júlia

- Acho que vou deixá-los conversar a sós. - Becca fala.

- Não me deixe aqui sozinha. - Seguro seu braço e peço baixinho.

- Izan está me chamando Jhony? - Ela finge.

- Bem...

- Já vou então, antes que ele venha atrás de mim. - Ela o corta antes dele dar sua resposta.

Becca tira minha mão do seu braço e sai da cozinha antes que eu a impeça novamente.

Jhony e eu ficamos nos encarando por algum tempo sem dizer nada, então ele começa a caminhar em minha direção, e se antes eu estava nervosa, agora parece que meu coração vai saltar do peito.

- Quer uma maçã? - Me viro de costas para ele rapidamente.

- Não, mas quero mais um pouco do chá.

Coloco a faca sobre a pia, em seguida caminho até ele e pego sua xícara com as mãos trêmulas e lhe sirvo mais um pouco do chá.

- Obrigado. - Ele agradece quando lhe entrego a xícara.

- Por nada.

Jhony leva a xícara a boca, e eu fico o observando atentamente, mas quando ele percebe que estou encarando fujo mais uma vez.

Volto para a pia novamente, e começo a cortar a maçã mesmo com as mãos trêmulas.

- Ai. - Faço uma careta quando corto meu dedo.

- O que aconteceu? - Jhony pega minha mão.

- Foi só um pequeno corte.

- Quer que eu faça um curativo? - Ele pergunta ainda segurando minha mão.

- Não será necessário, não foi nada.

Jhony pega um lenço no bolso da calça, e aperta sobre o corte no meu dedo para limpar o sangue.

Meus olhos se enchem de lágrimas quando me lembro do passado, então puxo minha mão rapidamente e me viro de costas para ele.

- O que você tem Júlia?

- Nada. - Minto.

- Você não sabe mentir. - Jhony me vira para ficar frente a frente com ele.

Abaixo a cabeça rapidamente e enxugo meu rosto para ela não ver as lágrimas.

- Por que está chorando?

- Eu não estou.

Jhony coloca a mão no meu queixo e levanta minha cabeça, em seguida limpa minhas lágrimas e pergunta:

- Por que está chorando Júlia?

- Já disse que não estou. Apenas entrou um cisco nos meus olhos.

- Por que está agindo dessa forma?

- Que forma? - Retruco.

- Não se faça de boba. - Ele revira os olhos.

Dou um passo para o lado, puxo uma cadeira e me sento.

- Você ouviu o que eu disse não ouviu? - Pergunto.

- Sim. - Ele assume.

- Merda. - Praguejo baixinho.

Jhony pega uma das cadeiras e se senta de frente para mim, o que me faz me sentir ainda mais idiota por não ter controlado minha língua.

- Eu sei que é estranho nos encontrar depois de tanto tempo, mas nossos amigos vão se casar. De agora em diante nos veremos com frequência, então seria bom começarmos a ser amigos.

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