O Mundo Subaquático é um lugar fascinante e hostil. Último refúgio da humanidade, ele é ocupado por criaturas híbridas cujos corpos evoluíram para resistir e sobreviver ao ambiente. Nele existem algumas importantes regras de segurança, sendo a mais...
Então, amores, esse é o nosso quinto capítulo em um dia, e não sei se vou ter pique para mais, então me perdoem se não sair mais hoje, ok?
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Seu medo não era maior que sua vontade de estar novamente com Eijiro.
Apressou-se em sair do cemitério de navios em direção ao território dos tubarões, novamente dando tudo de si para chegar o mais rápido possível, sem se importar com os músculos da cauda que começavam a ficar fatigados com a corrida desenfreada. Precisava chegar perto o mais rápido possível.
Somente quando chegou perto que ele se tocou de um detalhe importante: como entrar e encontrar Eijiro antes de ser encontrado por outros tubarões?
Sem dúvida eles não seriam pacíficos e amigos como o ruivo e somente a ideia de entrar em um território cheio de predadores o encheu de pavor.
Engoliu em seco sentindo o pavor se apegar a cada nervo de seu corpo. Seus instintos simplesmente apitavam tresloucados, o incitando a voltar.
No entanto seu coração dizia que deveria seguir em frente, pois era assim que devia ser. Apenas se imaginar junto a Eijiro novamente lhe dava coragem suficiente para enfrentar o medo, ainda que fosse irracional dar ouvidos à emoção ao invés da razão.
Fazer o que, ele nunca foi de dar muita trela para a racionalidade mesmo. Só havia conhecido Eijiro devido a sua capacidade de ignorar o perigo iminente e dessa vez entraria no território inimigo por um motivo mais nobre.
Por ele valia a pena.
(...)
Valia a pena se ele estivesse morto?
A adrenalina comandava cada movimento de suas nadadeiras e braços. Sua mente havia regredido ao mínimo de consciência, deixando praticamente seu lado intuitivo ativo. Não havia tempo para pensar enquanto era perseguido por uma dupla de tubarões e a maneira como eles o perseguiam agilmente, rindo e tripudiando de sua fuga o deixou em pânico.
Havia sido uma péssima ideia, por todos os infernos!
Desviou eficientemente de um antigo pilar coberto de musgo, torcendo para chegar ao limite do território antes que eles o alcançassem. Não ia adiantar, era estupidez acreditar que teria alguma chance de se salvar quando estava óbvio que os desgraçados não o alcançavam pelo prazer doentio de perturbar emocionalmente sua vítima.
Não demorou para que o encurralassem e Katsuki se visse encostado a uma parede, com os olhos postos em cada um dos tubarões, enquanto tentava não se mover, a respiração rápida por causa do medo e corrida.
— Mas olha só que gracinha de tritão, uma pena que vai virar jantar — o tubarão loiro se aproximou, segurando em seu queixo e o forçando a olhar para si com um rude chacoalhão — Olhe para mim, lindeza, eu gosto de ver o olhar de medo das minhas presas.
O sorriso dele não era acolhedor como o de Eijiro, mas sim maldoso e debochado, o que fez uma certa raiva borbulhar no interior de Katsuki.
Bem, se ele ia morrer, ao menos daria trabalho ao seu assassino.
Sem pensar duas vezes, abaixou a cabeça e mordeu com força a mão do tubarão que o soltou ganindo de dor. Por pouco não arrancara um pedaço do desgraçado, seria divertido se o tivesse feito, afinal queria mostrar que não ia agir como uma presa apavorada.
— Gosta de ver medo, desgraçado, então procura outro tritão para te divertir — cuspiu ácido.
O outro tubarão apenas se recolheu rindo da cena como se fosse uma hiena, enquanto apontava para o companheiro em tom de zombaria.
— Eu vou fazer você se arrepender por isso, peixinho, pode ter certeza — afirmou com o olhar cheio de ódio, segurando a mão e avaliando o estrago antes de encarar o amigo — Para de rir de mim, desgraçado!
o outro tubarão não se importou nem um pouco com o incomodo do amigo.
— Para, Monoma, tem que admitir que foi engraçado.
Aquele definitivamente não era um bom cenário. Toda a energia muscular de Katsuki se exaurira nas corridas e agora ele tinha não somente um predador a sua frente, como ele estava puto por ter sido mordido e feito de chacota. Não havia chance de escapatória.
Ao menos morreria dando trabalho. Seu único arrependimento era partir sem poder reencontrar Eijiro.
Antes que pudesse prever o tubarão o encurralou novamente, seus olhos brilhando furiosos. Ele queria se vingar e o faria sem nenhuma gentileza. Katsuki ia protestar quando sentiu a mão dele fechar em sua garganta em um aperto poderoso, forçando a tráquea a se fechar o que diminuiu o ritmo de absorção de oxigênio uma vez que suas guelras eram internas, uma herança da parte humana ainda presente em seu DNA.
— Agora vamos encerrar essa merda — aumentou o aperto na garganta do tritão, ignorando as mãos dele que o arranhavam, tentando em vão fazê-lo soltar — Será uma pena matar uma criatura tão bonita sem poder brincar de "caça" por mais um tempo, mas foi você quem me obrigou a isso.
A última coisa que Katsuki viu foram as mandíbulas abertas do tubarão, indo de encontro ao seu ombro, cada presa perfurando sua pele e carne agilmente enquanto a dor irrompia em ondas e seu sangue flutuava em linhas pela água.