O Mundo Subaquático é um lugar fascinante e hostil. Último refúgio da humanidade, ele é ocupado por criaturas híbridas cujos corpos evoluíram para resistir e sobreviver ao ambiente. Nele existem algumas importantes regras de segurança, sendo a mais...
Ora, ora, estamos de volta! Sim, e a culpa e exclusivamente de vocês que me encheram de animação o suficiente para essa cabeça dura aqui voltar a plotar. Teremos pelo menos mais um outro planejados e eu que lute para terminar.
Edit: capítulo refeito em partes. Felizmente consegui uma beta para poder ler e me dar opinião sobre o novo formato ( Machado, eu te amo) e vou tomar mais cuidado de agora em diante. Obrigada pelo carinho e desculpem os transtornos.
Bom, fiquem com o capítulo.
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Naquela noite Katsuki foi acometido por uma intensa febre emocional que o fez delirar e acordar de tempo em tempo. Seu corpo tremia e os dedos arranhavam a pele enquanto ele murmurava palavras desconexas para si mesmo em um tom gritante de angústia.
Em seus pesadelos revivia o momento em que Eijiro o abordou, as garras e presas cobertas de sangue, ambas pupilas dilatadas e os breves sons guturais produzidos do fundo de sua graganta, como um animal furioso.
Ele se aproximou rapidamente o encurralando contra uma formação de rochas, antes que Katsuki pudesse escapar.
Não havia mais do que instinto em cada movimento do tubarão e Katsuki engoliu em seco, sem conseguir reagir no primeiro momento. Quando finalmente conseguiu força para falar sua voz escapou fraca, como um breve chiado.
Olhar para Eijiro naquele estado era assustador. Não haviam resquícios de sanidade em seus olhos e a longa fileira de dentes causava calafrios.
Instintivamente Katsuki fechou os olhos em expectativa a dor lancinante que o atingiria quando ele o mordesse, cada parte de seu corpo trepidando em ansiedade. O estômago havia afundado de pavor, os intestinos e nervos se contorcendo em agonia.
O pedido ficou suspenso, a respiração ofegante travando no momento em que sentiu-o ainda mais perto, os dentes próximos de seu pescoço, tocando e rasgando a pele em um lento afundar.
"Eiji.." o lamento escapou em um murmúrio de dor.
O movimento parou subitamente e os dentes se afastaram de sua pele.
Surpreso, Katsuki abriu os olhos, apenas uma fresta por onde espiou o rosto de Eijiro. Os olhos rubros expandiram-se nervosamente em um reconhecimento tardio, o semblante aflito, repleto de uma culpa dolorosa que reverberou em Katsuki.
"Suki...? " um murmurejo desacreditado escapou de seus lábios.
Um pouco de sua sanidade havia retornado brevemente e ele encarava atônito o Tritão, o queixo e as mãos trêmulos, sem saber o que fazer. Estava agitado e perturbado.
Naqueles breves momentos, Katsuki reconheceu o tubarão estúpido que amava, de olhar honesto e emoções transparentes, o mesmo que se compadecia de pequenas criaturas e chorava ao presenciar o nascimento de bebês focas. Debaixo daquela fantasia de predador insaciável, sufocado e escondido, estava o Eijiro que amava e ele teria abraçado-o e o confortado se não estivesse congelado naquele momento de terror.
Queria tocá-lo, dizer que não havia problema que estava tudo bem, mas seu corpo não respondia a nenhuma de suas vontades.
Os indícios de sangue na água, flutuando entre eles e o olhar predatório de Eijiro haviam despertado o instinto de sobrevivência que o mantinha congelado.
Não houve tempo para tentar vencer o estupor pois Eijiro simplesmente se retirou, nadando acelerado para longe.
Tudo o que vinha depois disse era confuso, memórias dispersas e perturbadoras que sua mente não absorveu devidamente. Lembrava-se de Shoto, de gritar em pavor quando ele o tocou e de ser vencido pelo cansaço extenuante.
Não confiava no tubarão — Shoto — ele era um predador apesar de sua mente lógica compreender que não iria atacá-lo. Mas Katsuki ainda estava travado em seu medo, incapaz de ouvir a razão e seus instintos primitivos o levaram a confiar somente no golfinho de olhos verdes, preocupado e solícito, e nos demais golfinhos ao redor. Sabia que se houvesse necessidade e risco de perigo eminente eles se juntariam para salvá-lo e afastariam a ameaça, afinal era de sua natureza salvar e afugentar tubarões quando em matilha.
Agora ele estava ali, observando através da janela os demais golfinhos se movimentarem atarefados. Os últimos sinais da febre finalmente dispersavam, liberando-o da dor e confusão criada pelas alucinações de seu estado pós catatônico.
Tudo o que ele conseguia pensar era em Eijiro, em como o olhar mortificado dele o deixou apreensivo e fez seu coração doer. Havia tanta culpa brilhando ali que ele poderia lê-la sem dificuldade alguma.
Seus dedos deslizaram para o pescoço, a mordida oculta sob as ataduras providenciadas por Izuku e seus olhos arderam com as lágrimas contidas. Fisicamente nem tinha sido tão doloroso, conquanto, emocionalmente o magoavam de modo violento.
O tubarão mais estúpido e emocional do oceano quase o tinha devorado.
Não é como se não soubesse, certo? Ele tinha sido avisado pela vovó polvo sobre os riscos dessa possibilidade se concretizar. A simples lembrança quase podia evocá-la.
"Eu devo avisá-lo para ter cuidado, garoto. Por mais gentil e carinhoso que seja, ele — Eijiro — continua sendo um tubarão, e você não deve subestimar a capacidade da natureza dele de sobrepujar sua sanidade. Se um dia perceber que ele está sob a influência dos instintos primitivos você deve se afastar, antes que ele cometa uma loucura da qual vai se arrepender pro resto da vida."
Ela não poderia estar mais certa.
De repente lhe ocorreu que isso afetaria mais o próprio Eijiro que a si mesmo. Ele detestava ferir criaturas mais fracas, era praticamente um benfeitor nato, sempre dócil e carinhoso, saber que feriu uma pessoa que amava o levaria a um caminho sem volta.
Assim que os dedos roçaram no cordão em seu pescoço ele se decidiu. Toda aquela situação tinha sido criada por ele mesmo e era seu dever resolvê-la, mesmo que isso lhe custasse caro.
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Sim, babys, teremos reencontro, sejam paciente comigo e só me deixem pensar em como isso pode acontecer.
Enquanto esperam fiquem a vontade para selecionar qualquer uma das minhas outras kiribaku, algumas estão prontas e outras você vai encontrar puro amor.
É isto, bebam água, lavem as mãos, não saiam de casa, cuidem-se para não pegar Covid-19. Beijos.
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