O Mundo Subaquático é um lugar fascinante e hostil. Último refúgio da humanidade, ele é ocupado por criaturas híbridas cujos corpos evoluíram para resistir e sobreviver ao ambiente. Nele existem algumas importantes regras de segurança, sendo a mais...
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Diferente do que as outras espécies pensam, ser um tubarão é algo complicado. Mesmo estando no topo da cadeia alimentar isso não os mantém imunes à constantes ameaças à sua vida, muitas delas oriundas da própria comunidade.
A natureza selvagem e a cultura de seu povo torna o ambiente natal um lugar hostil para Eijiro e todos os demais que, assim como ele, possuem uma natureza branda. É verdade que os tubarões são territoriais e um tanto violentos, mas essa não era uma regra a todos.
Suas presas podem ser assustadoras e afiadas, mas seu coração é mole como manteiga e se compadece facilmente das espécies mais frágeis.
Piedade e empatia, no entanto, não são palavras que devam pertencer ao vocábulo de um tubarão, muito menos fazer parte de sua conduta. Caso os demais percebam sua fraqueza é exposta e ele deixa se ser visto como um igual para ser tratado como uma anomalia, um elo fraco que merece ser extirpado, o que teria acontecido não fosse a supervisão e sábios conselhos de seu mestre.
Fatgum sempre o alertara quanto ao risco de se expor ao aparentar fragilidade em excesso. Tubarões não costumam aceitar que um dos seus seja fraco, eles o destruiriam na primeira oportunidade.
- Você pode ser assim, Eiji, mas não deixe os desgraçados acreditarem que podem levar a melhor, nem dê oportunidade para que eles te peguem em um momento vulnerável.
Eijiro podia não ser o tubarão mais esperto do bando, mas sem dúvida era o mais forte e podia derrotar quem ousava duvidar de sua capacidade física, independente de quem era. Suas mães o ajudaram a se tornar o melhor, e viveram orgulhosas de quem ele se tornara até o dia de sua morte.
Para os demais era quase um desperdício Eijiro ser empático daquela maneira, visto que era viril e intimidador. Vários foram os pretendentes que tentaram matá-lo ou flertar com ele, mas apenas Katsuki o deixou encantado o suficiente para que abrisse a exceção de seu coração.
Por ele poderia fazer quase tudo, exceto lhe dar o cordão. Ele era parte de si, valioso demais em sua sociedade, quase um símbolo de status. Voltar para o território dos tubarões sem o cordão era pedir por um linchamento.
Fora que o coração de Eijiro se partiria em mil fragmentos, afinal aquela era a única lembrança de suas mãos.
No entanto haviam coisas mais importantes para Eijiro naquele momento que o apego que tinha as coisas materiais. Katsuki nunca entenderia, e ele certamente não queria correr o risco de perdê-lo, ainda mais depois de passar três dias inteiros à sua espera, ansioso para que ele voltasse e perceber que ele talvez ele realmente não voltasse.
Por isso, no quarto dia enquanto esperava, ele decidiu que não importavam as consequências, apenas queria Katsuki de volta e o teria, independente do que pudesse acontecer com ele, ofereceria o cordão ao Tritão que roubou seu coração.