24 - Gruta

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Demorei, mas chegay, como sempre 💖

Os sons aumentaram gradativamente, a medida em que Katsuki avançava pela caverna

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Os sons aumentaram gradativamente, a medida em que Katsuki avançava pela caverna.

Era escuro, frio e sombrio. Cada vez mais assustador, como se assobiasse um aviso, e o coração de Katsuki começou a bater ainda mais acelerado, os instintos gritando para que se afastasse. Foi preciso fechar os olhos e parar por um momento, pois os nervos simplesmente travaram. Atrás de si os amigos ainda estavam chamando, convocando-o para fora da gruta.

Era inútil, não havia nada nesse mundo capaz de pará-lo agora, nem mesmo os malditos instintos, iria resgatar Eijiro, independente de quantos obstáculos tivesse que transpor. Foi ele quem o pôs naquela situação, por causa do seu egoísmo e não desistiria até poder trazê-lo de volta.

Eijiro valia a pena cada grama de esforço.

Avançou, sem recuar mesmo quando as nadadeiras tremeram quase travando pelo horror que ia crescendo em seu peiti. Ele não ia parar, cada segundo contava.

Foi então que sentiu a pulsão de uma presença opressora circulando-o, em ondas, o empurrando para fora. Foi difícil manter os instintos sob controle nesse momento nto, durante uma ou duas vezes seu corpo simplesmente travou, contudo, Katsuki insistiu e conseguiu vencer o breve bloqueio mental.

Uma silhueta desdobrou-se, surgindo em meio a escuridão e o coração de Katsuki bateu ainda mais acelerado. Era Eijiro, tinha certeza, e ele estava saindo do esconderijo.

Na pouca iluminação que ainda vinha da entrada da gruta, Katsuki pôde ver a situação em que ele estava, o semblante distorcido em uma careta selvagem, os olhos profundos e circulados de olheiras e os dentes à mostra.

A memória ainda fresca do ataque o fez tremer de pavor, a garganta travando como se tivesse engolido uma ostra inteira.

Seu instinto de sobrevivência gritou a mil, ensurdecedor e desesperado, a mente ordenando que recuasse imediatamente e abandonasse aquele local perigoso, seria uma presa fácil dentro daquela câmara escura, esconderijo de um predador, era estupidez insistir.

O rugido baixo e grave que escapou da garganta dele fez o estômago de Katsuki se contorcer em pavor, ele engoliu o nervosismo tentando se controlar.

"É apenas o Eijiro, o tubarão mais bunda mole e sorridente de todos, aquele que não é capaz de fazer mal à um camarão. Basta apenas lembrar à ele quem você é"

Mais fácil planejar que executar. Conseguiu manter o corpo parado ao ver o olhar dele, conquanto não pode evitar as pálpebras de se fecharem por puro reflexo.

A pele arrepiou-se em antecipação ao ataque, e ele lutou para não se encolher ao sentir o toque sobre si, rápido, violento e necessitado. Conquanto, não houve ferida, nem machucados, apenas o trepidar do corpo de Eijiro quando ele o alcançou, enlaçando-o no abraço mais sufocante que já compartilharam.

Eijiro soluçava, se apegando à ele como se a vida dele dependesse disso e Katsuki sentiu toda a tensão se esvair, deixando para trás apenas o alívio do reencontro que o fez devolver o abraço.

Quando se separaram, Eijiro segurou o rosto dele, o fitando com um semblante incrédulo. Seus lábios tremiam e ele ofegava, abrindo e fechando a boca diversas vezes sem saber como se expressar.

Katsuki sentiu a angústia e culpa dele vibrarem através do vínculo que haviam desenvolvido, e correspondeu ao afago, deitando o rosto na mão dele, apreciando o toque.

- Por favor, fala que eu não estou delirando, que você está aqui de verdade. - implorou com a voz entrecortada.

- É claro que sou eu, idiota. - replicou, com a voz vergonhosamente trêmula - Eu disse que não ia se livrar de mim, lembra? Vim te buscar.

- Eu achei que... Katsuki, eu pensei que... - não conseguia completar a fala, angustiado.

Katsuki o fez se calar com um beijo.

- Você não achou que eu morreria com apenas um arranhão, não é? - brincou, beijando-o de novo.

O olhar dele desceu sobre a faixa, tornando-se ainda mais culpado.

- Por favor, me desculpe, eu te machuquei...

- Apenas se controle, Eijiro! - Katsuki pediu, gentil, acariciando o rosto dele. Droga, estava tão grato e feliz por encontrá-lo vivo que podia morrer de felicidade ali mesmo - Não importa o que aconteceu, tá entendendo? Tudo o que importa é que você está bem, eu estou bem e nós vamos voltar. - finalmente se entregou ao alívio em seu peito, chorando sem nenhuma reserva - Porra, cara, não faça mais isso, não desapareça assim, eu... Não saberia viver sem você.

Eijiro o abraçou, segurando-o contra o peito e beijou sua cabeça, acariciando seus cabelos.

- Nunca mais, eu prometo.

Foi o momento em que Katsuki finalmente relaxou, descansando da angústia que o afligia há dias.

Era o que ele mais precisava ouvir, a única certeza de que não perderia mais aquele idiota de vista, e se o perdesse, ia se certificar de o castigar adequadamente.

- Você acha que pode me perdoar? - seu tom de voz era míseravel, apreensivo com a possibilidade de uma negativa.

Katsuki o acalmou, levantando a cabeça para beijá-lo mais uma vez.

- Não há nada a ser perdoado. - garantiu, sorrindo ao ser abraçado com ainda mais entusiasmo - Agora vamos sair daqui porque eu preciso cuidar de você.

Eijiro anuiu, permitindo que Katsuki o guiasse para fora de mãos dadas.

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Owt, gay estou

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