Contágio: O terror no espaço

Arquivo confidencial 15027

Arquivo de vídeo (imagem corrompida)

Garden 9
Relatório: Experimento X-21
Equipe: Doutores Jim Lee e Lance Ferrera

Dia 10

Estudamos a amostra capturada. De início, o meteoroide não parece apresentar qualquer característica incomum segundo os dados já relatados. A substância escura e viscosa encontrada no quadrante de origem dessa amostra também está sendo estudada. Acredito que estamos próximos de descobrir um novo elemento extremamente reativo com niotita e capaz de interferir em campos magnéticos e elétricos.

É uma descoberta que revolucionar a ciência. Pode gerar inúmeras possibilidades para superar a crise energética que assola a humanidade. A equipe de tecnologia está examinando a possibilidade de transformar a constante energia liberada por esse material em eletricidade de forma mais segura. Isso porque já conseguimos comprovar que 1mg da substância libera três milhões de vezes mais energia que 1 mg de hidrogênio em nossos dias atuais.

A composição da rocha que cobre a substância é ainda mais curiosa: titânio e o que parece ser nióbio ligados de uma forma que ainda não fomos capazes de reproduzir.

Amostras desse tipo nunca foram encontradas, pelo menos não com essa união de elementos. O doutor Jim Lee começou um estudo sobre a viabilidade da construção de uma liga metálica tão resistente a partir desses elementos. Ainda estamos analisando essa possibilidade. Se for viável e rentável, ela será chamada de niotita e poderá substituir definitivamente os combustíveis fósseis e a fonte de energia predominante atual.

Dia 17

Fizemos inúmeros testes com a amostra e com a substância aqui chamada de composto Y. Porém acreditamos se tratar de uma incrível descoberta científica: vida extraterrestre.

O mais surpreendente nesse ser vivo é que se move por conta própria e seguindo um padrão compreensível. Reage a estímulos externos e é capaz de se multiplicar em contato com matéria orgânica em condições específicas de temperatura e saturação de gás carbônico.

Fora isso, desenvolve resistência de forma rápida. Nos testes do dia 13, nas proximidades de 70 graus Farenheit, o composto Y endurecia e parava de mostrar qualquer atividade, indicando que a amostra havia morrido. Porém, no dia 16, esse fenômeno só ocorreu aos 85 graus Farenheit, o que nos leva a crer que sua resistência à variação de temperatura aumenta em questão de dias.

Não sabemos se há um limite para sua capacidade de adaptação. Por enquanto estamos apenas testando.

Dia 21

O composto Y se mostrou um ser vivo bastante inteligente e perigoso. Ele foi capaz de resolver todos os desafios em que o colocamos e está crescendo muito rápido e de forma antinatural. Ainda não sabemos como ele é formado, mas ficou claro que não é pelo modelo de célula que conhecemos.

Doutor Jim Lee foi tentar coletar uma amostra do composto para analisar a formação histológica de nossa descoberta científica, mas foi atacado pelo espécime, um comportamento que nunca havia sido mostrado antes. Após isso, o doutor se mostrou indisposto para continuar nossa pesquisa, então tomei a liberdade de assumí-la.

Dada reação do espécime Y com outros seres vivos, resolvemos colocar um pequeno rato em contato com o outro ser vivo e verificar novamente se teria um comportamento agressivo.

Para nossa surpresa, o composto se dividiu em dois. A parte restante se aproximou da cobaia e não fez nada além de grudar em seu pelo. Estamos à espera de resultados ou alguma alteração.

Dia 23

Algo excepcional aconteceu.

Voltei para verificar a reação, mas o rato estava sozinho, havia um pequeno buraco no vidro de contenção e a amostra do composto tinha desaparecido. De início, ficamos todos em alerta e trancamos a área. Porém comecei a suspeitar do comportamento anormal do rato e o capturei. Ele agiu de forma completamente agressiva e me atacou, ficando subitamente muito maior e adquirindo um aspecto... Feroz. É uma transformação fantástica e digna de um estudo mais profundo.

Tudo o que pude registrar até agora é que as células dele se multiplicam em uma velocidade alarmante e com um material genético que se altera de forma brusca e incompreensível. Enquanto isso, as células de defesa também se mostram alteradas e atacam o próprio organismo, como se fosse uma doença autoimune elevada ao máximo.

O rato não apresenta atividade neural compatível com seu estado anterior e resiste cada vez mais aos analgésicos e paralizantes, o que leva a crer que a capacidade de adaptação do composto foi passada ao rato.

O doutor Lee, que demonstrou um súbito interesse na pesquisa e resolveu retornar, teoriza sobre as possibilidades de reproduzir essa reação em seres humanos. Temo que o doutor Lee esteja perdendo sua sanidade.

Dia 25

A situação está saindo do controle.

O rato conseguiu quebrar o vidro de contenção e atacou nossos assistentes. Infelizmente perdemos o espécime. Subitamente o roedor teve espasmos e morreu, o que já faz alguns minutos.

Mas o que é isso...?!

Um líquido negro parecido com o composto Y está se desprendendo do corpo do rato e formando uma poça. O que...

Oh, céus! É o espécime! Rápido tranquem tudo! Ele está atacando os outros!

Saia daqui!

Aaaaah!