A vida de Cole se transformou em um terrível desastre.
Depois de colocar o fluido errado na transmissão do carro de um cliente e queimar todo o mecanismo, seus funcionários não o deixaram chegar perto de nenhum carro da oficina. Ele fez algo em seu computador que abriu as portas para um vírus, e sua assistente executiva lhe pediu educadamente, mas com firmeza, que ficasse longe do resto dos computadores no escritório enquanto ela fazia os reparos no disco rígido. Seu vocabulário encolhia até se tornar apenas um punhado de xingamentos quando os repórteres que estavam cobrindo o acidente no autódromo ligavam para perguntar o que ele pensava a respeito das fotos em que Ryan e Smith apareciam segurando Lili, impedindo-a de ir até a pista. Agora, a imprensa também o incomodava.
Além de tudo isso, Dylan contou para toda a família o que Cole tinha feito. Assim que Lori e Sophie descobriram que ele devolvera a cadelinha — junto com um relato claro da imagem de horror no rosto de Lili, que Dylan provavelmente contou com todos detalhes —, elas começaram a mandar mensagens constantemente, querendo saber qual era o problema com ele.
Lori chegou até mesmo a ameaçar agredi-lo se ele continuasse a tratar Lili daquela maneira. Em sua última mensagem, deixou claro que já tinha muitos irmãos, então seria uma decisão fácil ficar ao lado de Lili se Cole decidisse continuar com a tolice de se recusar a amá-la direito.
— Todos nós sabemos o que você sente por ela — foi o que disse sua mensagem mais recente. Alto o bastante para que sua voz ainda lhe ecoasse nos ouvidos. — Lili e eu estávamos nos tornando amigas, mas agora ela não retorna minhas ligações. Você é um idiota.
Ele sentiu a tentação de apagar todas as futuras mensagens dos irmãos sem nem mesmo escutá-las, mas não poderia. Não se estivessem ligando para lhe dar notícias de Lili.
Mas ninguém disse qualquer palavra a respeito dela. Nem mesmo Dylan, que, pelo que Cole imaginava, estava passando por sessões de treinamento com Ternurinha na Top Dog.
Aquela maldita cadela nem era minha, era o que ele insistia em dizer a si mesmo sem parar. Eles não deviam ficar tão irritados por eu devolvê-la a Summer.
O problema era que todas as velhas mentiras que ele sempre contava a si mesmo não estavam mais funcionando. Não quando ele sabia exatamente por que todos estavam tão furiosos com ele.
Porque ele tinha perdido Lili.
Merda. Era pior do que isso.
Ele convencera Lili a ir até a beirada de um prédio de cem andares, fizera de tudo para que ela acreditasse estar em segurança... e depois a empurrara.
Naquela última noite em que estiveram juntos em sua casa, ele odiara ver o fogo nos olhos dela se apagar. Odiara ainda mais saber que fora ele mesmo o causador daquela sensação, mas não tinha conseguido parar, não tinha conseguido simplesmente ficar quieto e puxá-la para os seus braços como estava louco para fazer.
Não quando estava tão transtornado pela necessidade de salvar a ambos antes que fossem longe demais, fundo demais, em um amor supostamente eterno que poderia — ou que não poderia, dependendo do mesmo azar e destino cruel que causara a morte do seu pai — haver para os dois.
Exatamente uma semana depois que Lili o deixara, Cole estacionou o carro em frente à casa da mãe. Seu pneu raspou na sarjeta com um estampido seco.
Estava furado.
Não era tão surpreendente assim, levando em conta a maré de azar que o acometia.
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Se você fosse minha▪️ SprouseHart CONCLUÍDO
RomantizmCole, o mais arredio dos Sprouse, é mecânico e corredor de pistas de alta velocidade. Suas únicas preocupações são: como gastar seu dinheiro e com que mulher passar a próxima noite... Até que ele recebe a difícil tarefa de cuidar do filhote de yorks...