Capítulo Vinte e Quatro

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A manhã de segunda-feira alvoreceu brilhante e cedo demais para o pouco sono que Lili conseguira ter. Ela disse a si mesma que foram os muitos brownies de chocolate meio amargo que a mantiveram acordada, em vez da sensação de que a cama já parecia grande demais sem Cole ao seu lado para abraçá-la enquanto dormia.

Eles só passaram duas noites juntos. Ela não podia estar sentindo falta dele tão cedo, e não deveria estar se preocupando tanto com a possibilidade de que ele poderia se machucar na corrida que ocorreria naquela manhã.

Uma hora mais tarde, depois de conversar com sua equipe e aceitar os parabéns pelo sucesso do leilão beneficente, ela se sentou em frente ao computador em seu escritório. Atlas imediatamente tomou seu lugar na enorme almofada para cães em seu canto e fechou os olhos para tirar a soneca matinal. Mas, em vez de subir sobre o dogue alemão como sempre fazia, Ternurinha ficou no meio da sala e deu a Lili um daqueles patéticos ganidos, igual ao que começara a fazer na noite anterior quando percebeu que Cole ainda não havia voltado.

Lili pegou a cadelinha nos braços e lhe deu um beijo no focinho.

- Não se preocupe, ele voltará para casa logo. Que tal assistirmos um pouco de televisão para o vermos vencer a corrida? - Quando percebeu que Ternurinha ainda parecia triste, ela se deu conta de que estava ecoando as palavras que Lori dissera na noite anterior: "Cole é indestrutível. Ele vai ficar bem".

Ela manteve o filhotinho no colo quando clicou no link para a transmissão ao vivo que ele lhe enviara por e-mail. Vários homens em macacões de corrida andavam ao redor dos carros elegantes, mas Lili não teve dificuldades para identificar Cole. Ele era mais alto, com uma compleição física mais avantajada e mais sexy do que qualquer outro piloto.

Seu coração se acelerou um pouco ao vê-lo deslizar uma mão grande sobre a lataria do carro, e sentiu a superfície da sua pele se eriçar como se ela estivesse sendo tocada por Cole, em vez do veículo.

Ternurinha soltou um latido suave que fez Lili pensar que ela conseguia ver Cole na tela, também. Sentiu o estômago se retorcer ao pensar em como a cadelinha iria reagir quando Cole a devolvesse ao irmão.

Não havia como o animalzinho entender que não deveria ter se apegado tanto a ele, que não deveria ter cometido o erro de se apaixonar por ele.

Eram belas palavras de advertência para todas as mulheres do mundo.

Os pilotos entraram em seus carros e Lili agarrou Ternurinha com mais força, enfiando o queixo no pelo incrivelmente macio que cobria a cabeça da cadelinha conforme os carros partiam das suas posições de largada. Cole estava no carro patrocinado pela Sprouse Autos, é claro, com o já familiar logotipo azul e dourado se transformando em um borrão enquanto ele pisava com força no acelerador.

Lili não conseguia acreditar no quanto ele se aproximava dos outros carros quando completou uma volta, depois duas, e três. Ele ainda não estava liderando, mas algo lhe dizia que Cole estava simplesmente ganhando tempo, fazendo as coisas com calma como sempre demonstrava fazer, antes de se jogar de corpo e alma em busca da vitória.

Ela se lembrava do que ele lhe dissera no elevador:

- Confie em mim. Quando decido me concentrar em alguma coisa, sempre consigo o que quero.

Não havia dúvida alguma. Cole não correria se não fosse para vencer. Várias vezes os carros completavam voltas pela pista, até que, aparentemente surgindo de lugar nenhum, o carro de Cole despontou à frente do pelotão, e todos os outros corredores estavam comendo a poeira que ele deixava para trás.

Por um momento, ela se esqueceu de sentir medo sobre a possibilidade de ele se machucar, enquanto entoava para a tela:

- Vai, vai, vai!

Se você fosse minha▪️ SprouseHart CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora