Lili agitou a corda colorida em frente a Atlas, mas as orelhas dele mal se ergueram, embora estivessem no meio do parque, em um dia lindo.
— Você precisa parar com isso. — Ela colocou a corda no chão e sentou- se na grama ao lado do seu dogue alemão. — Seu mundo não começa e termina com Ternurinha. — Ao ouvir o nome da cadelinha, ele ergueu as orelhas, esperançoso. — Não, ela não está aqui hoje.
Sem dúvida, Ternurinha estava na casa de Melanie Sprouse para o chá de bebê de Chase e Chloe. Lori lhe telefonara e deixara uma mensagem com o convite, mas Lili sabia que a situação ficaria constrangedora para todos os presentes se ela comparecesse à festa da família.
Quando Atlas apoiou a cabeça sobre as patas, entristecido, ela disse:
— Você não se lembra de que era um ótimo cão antes de conhecê-la?
Você vai ficar bem. Vai levar algum tempo, só isso. O tempo cura tudo. É o que todo mundo vive dizendo.
Ela acariciou aquele pelo macio enquanto observava as outras pessoas no parque. Todos formavam casais felizes, é claro.
Recusando-se a admitir a dor que zunia por sua cabeça, do mesmo jeito que vinha trabalhando para ignorar a dor e o vazio que tinha no centro do peito durante toda a semana, ela disse a Atlas:
— Você ainda tem a mim. Eu ainda tenho você. Não precisamos de mais ninguém. E o fato de que aquelas foram as melhores semanas das nossas vidas não significa nada. Vamos voltar a ser maravilhosos, só eu e você.
Ela realmente não sabia mentir. Assim como Cole dissera naquela primeira noite em seu escritório quando lhe trouxera pizza e ela já o queria — e gostava dele — mais do que deveria.
A verdade era que ela sentia ser várias coisas, exceto maravilhosa.
Principalmente quando o que se estendia à sua frente eram vários dias de trabalho tedioso, fingir que estava tudo bem para seus amigos e uma cama que nunca tinha parecido tão vazia.
Atlas sentia muitas saudades da melhor amiga, e passara a semana inteira num estado incrivelmente letárgico. Lili também.
Porque sentia saudades do homem que se tornara seu melhor amigo.
No intervalo de duas semanas, Cole Sprouse não conseguira apenas levá-la para a cama... ele conseguira também conquistar seu coração. Pior do que isso, o riso e o carinho dele encontraram um espaço em sua alma.
Assim como Atlas parecia não conseguir parar de pensar em Ternurinha, ela não conseguia nem chegar perto de se livrar do homem que cuidaria temporariamente da cadelinha.
A pior parte daquela separação, entretanto, era que, conforme os dias passavam lentamente e a poeira baixava ao redor do seu coração ferido, ela não conseguia evitar a sensação de que tinha decepcionado Cole.
Naquelas primeiras noites, ela detestara a si mesma por pensar que era diferente, que poderia ser a mulher pela qual um homem como Cole realmente poderia se apaixonar. Mas o sentimento fora causado pela raiva e pelo orgulho. Porque, independentemente do modo como a cena horrível se desenrolara entre eles, Lili não podia negar que Cole sentia uma dor forte.
E que por isso ele a deixara partir.
Certo, talvez o amor não tenha sido suficiente para ambos... pelo menos, não naquele momento crucial em que estavam escolhendo entre ficar e ir, entre guardar e compartilhar. Mas será que poderia ser? Se ela fosse capaz de tentar outra vez e permanecer ao lado de Cole desta vez, de atravessar as muralhas ao redor do coração dele e descobrir o que o afetava com tanta força?
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Se você fosse minha▪️ SprouseHart CONCLUÍDO
RomantizmCole, o mais arredio dos Sprouse, é mecânico e corredor de pistas de alta velocidade. Suas únicas preocupações são: como gastar seu dinheiro e com que mulher passar a próxima noite... Até que ele recebe a difícil tarefa de cuidar do filhote de yorks...