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O toque dos seus lábios nos meus não me parece certo e, como tal, interrompi o beijo com um pouco de senso a cair-me em cima.

— Eu preciso de um tempo. — murmuro, encarando profundamente as íris confusas de Ace. — Para processar informação.

— Como assim, Zara? Que informação, porra? — as suas mãos abandonam a minha cintura com ele se afastando e logo sinto falta de calor dos nossos corpos juntos.

Precisamos de um tempo. — corrijo — Eu não sei o que se está a passar, mas é melhor revermos isto.

— Rever o quê, Zara? Eu já te disse, eu quero isto, quero-te a ti, a nós! — a sua voz calma e rouca demonstra exatamente o oposto do seu olhar. — Eu não estou a brincar, ouve;

Ace faz uma pausa suspirando. Aproxima-se novamente, trazendo o seu calor para mim, e puxa as mangas da jaqueta preta de couro – tão típica dele – até aos cotovelos revelando algumas das suas infinitas tatuagens.

— Eu sei que tenho todo um historial, fama e a porra toda. Sei também que já fodi com mais de metade das mulheres do campus, mas agora, aqui, juro-te de pés juntos que não quero que isto entre nós acabe. Nós temos uma química do caralho! — ele faz uma pausa, passando a língua pelos seus lábios carnudos. Pude ver o seu piercing prata aparecer e voltar para dentro da sua boca. Deus, que cena erótica! — Não temos nada definido, e eu sei que até parece estúpido e sem fundamento eu estar a pedir-te isto, mas dá-nos uma oportunidade, a nós dois!

As suas palavras reverberam na minha cabeça dando em milhares de pensamentos. Quero dizer que sim a Ace, que quero tentar para ver como corre, quero realmente curtir os nossos momentos porque é verdade o que ele disse, temos uma química demasiado boa. Por outro lado, existe uma parte de mim que me grita e me escreve com um grande sinal néon 'mentira', achando que ele somente está a dizer a dizer coisas bonitas – ao seu jeito – para me fazer ficar e conseguir sexo. Não quero nem vou arriscar ser feita de idiota!

— Diz alguma coisa. — a sua voz refletiu a sua aflição, tensa. Então, encaro os seus olhos bonitos e apreensivos, cheia de incertezas.

— Eu não sei... — as suas mãos agarram ambos os lados da minha cabeça, forçando-me a olhá-lo. — Eu não quero jogar mais jogos Ace.

— Mas não há jogos, amor!

Um baque no meu coração. Ouvir o apelido de quatro letras sair dos seus lábios fez algo em mim parar de funcionar, e até acho que poderei estar louca mas...

— Sem jogos, prometes?

Ele sorri, um sorriso bonito e iluminado, e entrelaça o dedo mindinho no meu numa jura para selar a nossa promessa.

— Isso quer dizer que vamos tentar?

— Sim, vamos. — permito um pequeno sorriso brotar nos meus lábios e ele volta a puxar-me pela cintura. Passo os meus braços em volta do seu pescoço e assim ficamos, abraçados por tempo indeterminado.

Acordo com uma mão a acariciar os meus cabelos.

— Zee, vou sair mais cedo hoje para estudar com uma colega. — a voz doce de Andressa preenche o ambiente escuro e depois ela deixa um beijo nos meus cabelos. — Até logo.

E sai. Com algum esforço estico o braço para ver as horas no meu telefone. 8:42. Dess é maluca de sair do quarto as estas horas... Tenho ainda quarenta e cinco minutos até o alarme tocar, e depois é mais um dia intenso.

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