twenty

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Ace

Entro no estabelecimento logo a seguir a Paul. O ar quente contrasta com a brisa fresca que percorre as ruas e tiro o casaco de cabedal preto. Sento-me à mesa com o resto do pessoal olhando em volta. Nó já sabíamos que Saywer trabalhava no Revolution e vez ou outra paramos aqui mas agora temos novas notícias.

*

— Não, mas a sério, se esta não for a melhor festa na história da Delta Kappa então significa que não estamos a fazer o nosso trabalho bem. — Ryan, um rapaz da fraternidade exclama, carregando u dos barris de cerveja para dentro da casa.
— Segundo vocês todas as festas da fraternidade foram as melhores de sempre. — resmungo. — É sempre a mesma merda.
— Ei clama aí, senhor mal-disposto. Não é porque levaste um chute no rabo que tens que nos tratar mal. — Owen diz ao meu lado no sofá. Ele leva a lata de cerveja aos lábios e ergue as sobrancelhas enquanto me olha com um olhar sugestivo.
— Tanto faz, vocês são todos uns idiotas. — levanto-me já a ficar irritado. — Vou-me embora.
Pego no meu casaco e na minha cerveja, e levanto-me. Não sei bem ainda o porquê de eu fazer parte desta coisa de fraternidade. Estes broncos são insuportáveis. Claro que com excessão de alguns, como o Sawyer, o Owen e mais um ou dois que não têm a mania que são os melhores do bairro deles. Estou prestes a cruzar a grande porta da casa quando a voz de Sawyer me faz travar.
— Não entendo o porquê de estares assim por causa da ridícula da Pearson. — a sua voz provocadora faz-me estacar. — Ela foi ontem lá ao Revolution e parece que agora trabalha lá. Estás muito melhor com a Valentina, mano, essa sim é a porra de uma delícia.
Lentamente viro-me para encarar a expressão de divertimento estampada na cara do meu tão querido amigo. — Chamas de rídicula mas há um mês juravas que a tinhas comido, não é meu grande cabrão?! — subo o tom de voz. A forma com que ele fala da Zara puxa-me o nervo e sinto que mais um pouco posso meter um soco na boca dele, coisa que não quero. Ele ri e eu bufo em impaciência.
— Aliás, vocês podiam passar lá amanhã ou um dia destes. O meu turno acaba ao fim da tarde e seria bom nos divertirmos um pouco. — sugere.
— Mas para isso temos o Carousel, é o nosso local número um. — aponta Owen. — E fica mais perto da faculdade.
— Exatamente por isso! Temos de mudar de ares um pouco, vá lá, vai ser bom! Levamos o Paul, a Kristen, a Valentina...
— Não me está a parecer, Sawyer. — digo.
— Até podes convidar o teu irmão, Braden!
— Vou pensar. — suspiro e viro costas para me ir embora para casa.

*

Agora sentados a beber uma cerveja, compartilhamos de uma conversa animada. Quer dizer, Paul e Owen conversam sobre alguma coisa da equipa de Andebol da FNU, os FNCougars, enquanto que as mulheres falam sobre algo que eu não sei e sinceramente nem sei se quero saber. O ambiente no bar está tranquilo e relaxado, mas ainda não vi a nova empregada e a curiosidade dentro de mim diz-me para procurar por ela. Não, não vou fazê-lo.
   — Braden, que tal uma partida? — Owen aponta com a cabeça para a mesa de snooker no canto.
   Encolho os ombros e levantamo-nos.
   — Onde vais? — pergunta Valentina puxando o meu pulso para baixo.
   — Jogar. Larga-me. — ordeno de voz rígida. Ela encara os meus olhos fixamente, travando uma batalha de olhares comigo. Por muito boa na cama que ela seja não lhe dei autoridade para me tratar como mais que uma foda. Porque é isso que nós somos, sempre fomos. Eu fodo-a quando quero, ela está sempre aberta para mim (literal e figurativamente) e é assim que a nossa relação funciona. Satisfação mútua.
   Arranco o braço das suas garras e sei que ganhei a batalha quando ela desvia o olhar para a Kris. Então caminho para junto dos rapazes e pego num taco. As bolas já estão dispostas num triângulo perfeito.
— Quem quer fazer as honras?
— Vamos deixar o senhor mal-humorado abrir o jogo? — Paul bate amigavelmente no meu ombro recebendo o meu melhor olhar de vamos-lá-parar-com-as-palhaçadas.
Paul então dá a tacada na bola branca que espalha as outras todas pela mesa. Como somos três a jogar Owen arrasta um pobre coitado qualquer para fazer par com ele e assim ser mais jogo justo.
Olho em volta encostado à parede. Zara está a atender uma mesa com adolescentes hormonais a rir e fazer piadas. Pela sua expressão corporal sei que ela está desconfortável. As pernas cruzadas, o constante mexer no cabelo e o tremelicar da caneta no bloco entregam-na. Sinto um fervor queimar dentro de mim ao ver os idiotas. Só queria poder ir lá defender a mulher que virou o meu âmago de cima para baixo.

Miro a bola verde. Acerto em cheio no canto.

A madrugada de sábado poderia ter sido diferente. Talvez se eu não tivesse falado sem pensar primeiro ainda estaríamos juntos.

Miro na bola roxa. Acerto de tabela na amarela e ambas caem no buraco.

Mas eu não sou cão para ir atrás. A Zara foi a primeira mulher que alguma vez me negou sexo, na festa onde a conheci, e agora também foi quem me deu uma tampa.

Bola azul, no canto. Falho.

Querendo admitir ou não feriu o meu ego. Eu esperava muita coisa menos que ela quisesse sair porta fora e abandonar-me. De qualquer forma, não sou a porra de um cão para ir atrás. Já o fiz uma vez e olha onde nos trouxe! De modo geral ela parece-me bem, então é assim que devemos permanecer. Acabou. Eu fodo quem quero e ela... faz a sua vida.
— Dou-te 50 dólares se conseguires arrastar a empregada para os fundos.
— Qual delas? — uma voz mais grave responde. A minha atenção está toda nos dois rapazes a um metro de mim.
   — A mais baixa de rabo grande! — olho para o ambiente à procura das duas únicas empregadas. É bom que não seja ela. Encontro-a a ela a falar com uma mulher de cabelo preto e tatuagens pelo corpo. Uns dez centímetros mais alta, arrisco em dizer. Foda-se caralho!
   — Fácil, essa tem ar de quem rapidinho abre as pernas ao pai Aaron! — o idiota gaba-se e é o que custa para eu perder as estribeiras.
   — Filho da puta!
   A última coisa de que tenho noção é de eu a agarrar o nojento pelos colarinhos e espetá-lo na parede. Depois é soco atrás de soco. Vejo vermelho, vejo sangue. Não consigo controlar, quero matar o desgraçado.

Olá corações! Para recompensar a minha breve ausência trouxe um capítulo narrado pelo meu menino kkkk todas sabemos que o Wattpad tem tido problemas e esse é o motivo 1 de ter demorado tanto a postar. O motivo 2 é a escola kkk aqui onde eu moro ta meio complicado e ando com alguns trabalhos nesta quarentena então peço desculpa desde já!
Bom espero que tenham gostado!

com amor,
tattoos & cigarettes

TatuagensOnde histórias criam vida. Descubra agora