twenty five

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Entro pelas portas duplas de madeira clara a passos cautelosos. As instruções do papelinho eram concisas e diretas, não havia muito onde falhar. A sala de artes está escura, apenas com alguns raios de luz que escapam pelas cortinas. Pergunto-me se deva acender a luz, não sei bem o que se passa e o que o Ace está a querer de mim. No meio da confusão que está a minha cabeça nem reparo quando as luzes são acesas. Olho para trás instantaneamente mas não está lá ninguém. De seguida, olho em volta e por fim para os meus pés, onde está um caderno preto de capa dura. Pego no mesmo abrindo intrigada. Ao passar as páginas vejo vários desenhos aleatórios mas que eu conheço bem. Logo sei de quem se trata este caderno, rosas, correntes, caveiras, serpentes, todas as tatuagens estão nas minhas mãos. Até eu virar a página e me deparar com algo surpreendente. Vários ângulos diferentes da mesma pessoa. Várias situações, numa festa, de óculos a ler, no lago a apanhar sol e de olhos fechados. Sou eu, todos estes desenhos, sou eu.
Um barulho chama a minha atenção e viro-me assustada para a porta. Lá está ele, como é que eu não o ouvi entrar?
— Ace... — um sussurro apenas.
— Zara, no momento em que te vi achei que fosses mais uma menina mulher. Tímida, envergonhada, mimada. Na noite em que nos conhecemos subestimei-te. Tu não és nada disso, nem um pouco. — ele solta um riso nervoso. Apenas pisco os olhos, hipnotizada pelas suas palavras. — És a mulher mais forte que conheci e consequentemente por quem me apaixonei. Uma completa guerreira, que me tornou a mim um lutador para conquistar o teu coração. Tu sabes que eu não sou romântico, não tenho flores, balões ou um anel para ti, mas tenho a minha verdade. A nossa verdade.
A este ponto tenho os olhos marejados, prontos para derramar as lágrimas com apenas um piscar.
— Ace... eu... — procuro palavras mas sinto a cabeça vazia. Como se tudo o que sei desaparecesse e a única coisa que conheço somos nós. Então olho para o caderninho nas minhas mãos. — ... quando?
— Ao longo dos dias. Eu estou no curso de artes, fui eu que desenhei cada uma das minhas tatuagens, cada uma com uma história escrita nesse caderno, não sei se as viste ou leste. E quando te conheci tive que te desenhar também. Não para te tornares mais um conjunto de linhas pretas no meu corpo, mas porque és única e a tua beleza abalou as minhas estruturas de uma forma...
   E sem conseguir conter-me mais deixo a água escorrer pelo meu rosto e aproximo-me mais do moreno tatuado a uns centímetros de mim. Não esperando por mais, junto os nossos lábios num beijo lento e cheio de amor.
   — Sim, o que eu vou dizer é muito clichê, mas... — murmuro quando encerramos o beijo. — Eu não preciso de flores ou balões, porque eu te amo exatamente assim. Cometemos erros e estamos a aprender com eles. Agora só quero viver isto contigo.
   — Namora comigo, baby. Por favor, deixa-me mostrar ao mundo o quão maravilhosa a minha namorada é.
   Eu estou em choque. Ace Braden James realmente sabe dizer coisas bonitas. Nunca esperei ouvir tais palavras dele. Minha namorada. Dele... Soa bem para mim...
   — Sim, Ace, eu namoro contigo. — um sorriso abre-se nos meus lábios e logo a seguir um nos dele. Do nada, ele já pega na minha cintura e eleva-me em seus braços.
   — Puta que pariu. Sou um sortudo do caralho!
   — Olha a linguagem! — repreendo-o, perdida em sorrisos.
   — Nah, tu amas a minha boca suja. — diz num tom de voz baixo. Lentamente, pressiona os seus lábios quentes na minha orelha. — Sobretudo quando estou no meio das tuas pernas.
   E assim se acende uma chama.
   — Ai é? Tens tanta certeza assim?
   — Amor, eu não só tenho a certeza como conheço o teu corpo na ponta da minha língua.
   Olho para o seu rosto e lá está o sorriso ladino tão dele.
   — Admiro essa confiança. — cruzo os braços sustentando um sorriso desafiador.
   — Confiança? — porta trancada. — Eu vou te mostrar a confiança. Hoje não saio daqui com menos de três orgasmos teus.
   — Estou aqui à espera, amor!
   E sem mais, ele pega em mim firmemente afundando os dedos nos meus cabelos da nuca e prensa-me na porta.
   — Beija-me, por favor. — peço.
   — Tudo o que quiseres, Zara.

último capítulo. a despedida deste livro está a postos?

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