eleven

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Peço desculpa se houver algum erro, eu dei uma revisão mas pode sempre ter escapado alguma coisa, espero que gostem!


Afastei-me de Romeo da forma mais natural possível. O olhar de Ace repreendia-me silenciosamente e tenho a certeza que se matasse eu já não estaria viva a esta altura. Chegamos perto da mesa e Romeo senta-se no lugar do topo, logo engajando numa conversa animada com Corey. Olho para o último lugar livre, em frente a Andressa e ao lado de Ace. O moreno tatuado encara-me profundamente, perscrutando cada movimento meu, e encosta-se na cadeira passando o braço pelas costas da cadeira livre a seu lado, como um convite para eu me sentar. Pelo menos a sua expressão facial suavizou-se deixando-me menos apreensiva. Mesmo assim imagino a discussão que se segue, quando estivermos a sós.

Olho para Ace mas ele já não me observa mais. Não sei se é de propósito ou se está mesmo concentrado na conversa do resto da mesa mas ele não me olha nem por um segundo. Então eu faço o mesmo. No momento, Andressa fala qualquer fofoca sobre uma aluna que foi drogada numa festa do fim de semana passado e levada para um dos quartos da casa. A minha amiga comenta as suas suspeitas de quem teria batizado a bebida da menina quando um estalido capta a minha atenção. Olho para o lado esquerdo confirmando a minha suspeita. O pequeno barulho havia sido do isqueiro de Ace. Ele pusera um cigarro nos lábios e acabara de acendê-lo. Ele está a fumar, dentro da cafeteria! Com certeza ele sabe que é estritamente proibido fumar dentro de qualquer edifício da faculdade! Ace dá uma travada no cigarro e retira o mesmo da boca encaixando-o entre o indicador ano dedo médio. Por fim solta a fumaça quase transparente para cima tornando todo este ato, que eu habitualmente julgaria, muito quente. E eu continuo sem entender como é possível que mesmo um ato tão prejudicial como este se torne tão terrivelmente quente quando praticado por Ace Braden, o bad boy galinha e tatuado.

Ninguém na mesa parece dar tanta importância a ele quanto eu. E quase como se eles bá estivessem acostumados a vê-lo quebrar as regras.

— Muito provável ter sido o Sawyer, esse idiota é bem capaz de uma coisa dessas. — ouço a voz rouca do homem ao meu lado. É a primeira vez que se pronuncia desde que aqui cheguei há quase vinte minutos atrás, mas não dura muito. Logo de seguida, Ace tira o iPhone do bolso para fazer alguma coisa, sem largar o cigarro.

— No entanto és amigo dele. — comento, sarcástica. — Mas o Lewis é mesmo um grande filho da mãe, não me surpreenderia nada se tivesse sido ele.

O meu telefone vibra no bolso traseiro das minhas calças e eu tiro-o para ver a notificação.

"Arranja uma desculpa e sai da mesa." 14:07

"Espera-me lá fora." 14:07

Decido não encará-lo para não causar suspeitas mas, antes de me levantar, vacilo. Será que é boa ideia?

— Acabei de me lembrar que me esqueci dos materiais da aula de psicologia. — sorrio recolhendo as minhas coisas. — Vou ao dormitório buscar, beijinhos a todos! — mando um beijo no ar recebendo acenos em resposta.

Já na rua, encosto-me à parede exterior do edifício, tal como ele pediu, à espera. Sinto um frio no estômago e o coração na garganta em expectativa do que se irá passar. Pela sua expressão facial de há pouco tenho a certeza que ele vai discutir comigo... Espero por uns cinco minutos que mais pareceram uma eternidade até que finalmente sinto a sua presença.

— Ace... — a minha voz não passa de um murmúrio.

— Que porra era aquela, Zara?! — explode, com raiva. Eu vim para uma zona ligeiramente mais afastada da entrada do edifício precisamente para nos dar mais privacidade. Devido ao frio e à chuva que aparentemente houve o campus estava deserto então, na próxima hora, ninguém passaria ali.

— Ele é meu amigo. — disse simplesmente.

— Amigo?! A forma como tu e aquele cabrão estavam agarrados não era só de porra de amigos!

— Primeiro, sem nomes ofensivos, okay, Ace? — começo por dizer. — E segundo, foi um ato inofensivo! Eu não tenho qualquer tipo de interesse amoroso ou atração física no Romeo!

— Foda-se! — ele sobe o tom de voz, mas depois não diz mais nada. A sua respiração está errática e as suas bochechas vermelhas da raiva.

— É o segundo num espaço de dez minutos. — repreendo-o vendo-o acender outro cigarro.

— E daí? Estou stressado.

— Stressaste-te sozinho! Não tens motivos para estar assim, já te disse! — cruzo os braços e ele aproxima-se de mim soltando a fumaça na minha cara. Rude.

Baby, está estampado na cara daquele estrangeiro de merda que ele te quer foder. — ele dá mais uma tragada no cigarro e aproxima-se ainda mais, colando os nossos corpos à parede. Desta vez não deixa o fumo ir para o meu rosto. — Eu não te vou dividir com ninguém.

Respiro fundo já com a respiração intrecotada. Tê-lo assim a prensar-me na parede, com o seu habitual odor a nicotina e madeira deixa-me irrequieta.

— Mas eu não quero ser partilhada!

— Ah... foda-se está merda toda! — e então ele ataca a minha boca com voracidade, como se me quisesse devorar. A sua mão livre aperta e acaricia a minha cintura e eu agarro os seus cabelos escuros e macios com certa urgência. As nossas línguas batalham tanto quanto trocam carícias e Ace pressiona mais o seu corpo no meu dando-me a sentir completamente a sua ereção na minha barriga. Mordo e puxo o seu lábio inferior com os meus dentes e sorrio perante os seus praguejou.

— Porra, Zara... — ele vai descendo os beijos pelo meu pescoço, chupando e mordendo completamente alucinado de desejo. O meu primeiro instinto é levar a mão até ao seu membro duro e apertar mas logo lembro-me:

— Ace... — chamo, perdida e quase sem voz.

— Hm... — a sua boca continua presa no meu pescoço enquanto move a as ancas para aumentar a fricção dos nossos corpos. Por mais um pouco e ele é capaz de tirar a minha roupa.

— Estamos num espaço público.

Ao que parece, a minha tentativa não resultou minimamente pois Ace apenas atira a beata de cigarro para o chão e, num movimento brusco, enche as duas mãos com os meus seios. É impossível não gemer e sinto Ace sorrir contra o meu pescoço ao ouvir-me. Sinto a sua mão direita ir começar a descer vagarosamente e todo um formigueiro passa pelo meu corpo, mas antes que ele possa tocar o meio das minhas pernas ouvimos uma
voz estridente.

— É que eu estou farta dela, Kaitlyn! Sempre com a sua mania de que é superior!

E assim, sem mais nem menos, o moreno tatuado afasta-se de mim, a uma distância segura, e põe as mãos nos bolsos das calças a fim de disfarçar o volume eminente. Já eu só tenho tempo de me virar de costas para de onde as vozes vinham.

O embaraço cobre as minhas bochechas de um tom rosado só com o pensamento de sermos apanhados. Seria constrangedor e eu iria ficar seriamente chateada com Ace por não me ter dado ouvidos mais cedo. Okay, não seriamente chateada, são palavras muito fortes tendo em conta que eu poderia tê-lo afastado, mas eu estava incapaz de pensar então não estava a ser justo!

As vozes materializaram-se em duas mulheres, uma loira e uma morena, que passaram por nós como se não ali estivéssemos e depois saíram de vista de novo.

— Hoje o Corey não passa à noite em casa. — ele encara-me com os olhos cheios de desejo. — Dormes lá esta noite, baby?

— Está bem amor, eu durmo. — sorrio e ele presenteia-me com um lindo sorriso de menino feliz. Ele aproxima-se e beija-me suavemente com ternura. Vejo-me a sorrir mais ainda quando sinto o metal na sua língua que dá um gosto tão diferente aos seus beijos. São deliciosamente bons...

— Até logo, amor! — murmuro acenando de leve com a mão.

— Sorri enquanto podes, porque depois do que te tenciono fazer esta noite não vais nem poder andar amanhã! — ele dá um sorriso de canto, aquele maldito sorriso que desarma qualquer mulher, enquanto se afasta.

E é impossível tirar o sorrisinho idiota que insiste em persistir no meu rosto.

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