Peço desculpa se houver algum erro, eu dei uma revisão mas pode sempre ter escapado alguma coisa, espero que gostem!Afastei-me de Romeo da forma mais natural possível. O olhar de Ace repreendia-me silenciosamente e tenho a certeza que se matasse eu já não estaria viva a esta altura. Chegamos perto da mesa e Romeo senta-se no lugar do topo, logo engajando numa conversa animada com Corey. Olho para o último lugar livre, em frente a Andressa e ao lado de Ace. O moreno tatuado encara-me profundamente, perscrutando cada movimento meu, e encosta-se na cadeira passando o braço pelas costas da cadeira livre a seu lado, como um convite para eu me sentar. Pelo menos a sua expressão facial suavizou-se deixando-me menos apreensiva. Mesmo assim imagino a discussão que se segue, quando estivermos a sós.
Olho para Ace mas ele já não me observa mais. Não sei se é de propósito ou se está mesmo concentrado na conversa do resto da mesa mas ele não me olha nem por um segundo. Então eu faço o mesmo. No momento, Andressa fala qualquer fofoca sobre uma aluna que foi drogada numa festa do fim de semana passado e levada para um dos quartos da casa. A minha amiga comenta as suas suspeitas de quem teria batizado a bebida da menina quando um estalido capta a minha atenção. Olho para o lado esquerdo confirmando a minha suspeita. O pequeno barulho havia sido do isqueiro de Ace. Ele pusera um cigarro nos lábios e acabara de acendê-lo. Ele está a fumar, dentro da cafeteria! Com certeza ele sabe que é estritamente proibido fumar dentro de qualquer edifício da faculdade! Ace dá uma travada no cigarro e retira o mesmo da boca encaixando-o entre o indicador ano dedo médio. Por fim solta a fumaça quase transparente para cima tornando todo este ato, que eu habitualmente julgaria, muito quente. E eu continuo sem entender como é possível que mesmo um ato tão prejudicial como este se torne tão terrivelmente quente quando praticado por Ace Braden, o bad boy galinha e tatuado.
Ninguém na mesa parece dar tanta importância a ele quanto eu. E quase como se eles bá estivessem acostumados a vê-lo quebrar as regras.
— Muito provável ter sido o Sawyer, esse idiota é bem capaz de uma coisa dessas. — ouço a voz rouca do homem ao meu lado. É a primeira vez que se pronuncia desde que aqui cheguei há quase vinte minutos atrás, mas não dura muito. Logo de seguida, Ace tira o iPhone do bolso para fazer alguma coisa, sem largar o cigarro.
— No entanto és amigo dele. — comento, sarcástica. — Mas o Lewis é mesmo um grande filho da mãe, não me surpreenderia nada se tivesse sido ele.
O meu telefone vibra no bolso traseiro das minhas calças e eu tiro-o para ver a notificação.
"Arranja uma desculpa e sai da mesa." 14:07
"Espera-me lá fora." 14:07
Decido não encará-lo para não causar suspeitas mas, antes de me levantar, vacilo. Será que é boa ideia?
— Acabei de me lembrar que me esqueci dos materiais da aula de psicologia. — sorrio recolhendo as minhas coisas. — Vou ao dormitório buscar, beijinhos a todos! — mando um beijo no ar recebendo acenos em resposta.
Já na rua, encosto-me à parede exterior do edifício, tal como ele pediu, à espera. Sinto um frio no estômago e o coração na garganta em expectativa do que se irá passar. Pela sua expressão facial de há pouco tenho a certeza que ele vai discutir comigo... Espero por uns cinco minutos que mais pareceram uma eternidade até que finalmente sinto a sua presença.
— Ace... — a minha voz não passa de um murmúrio.
— Que porra era aquela, Zara?! — explode, com raiva. Eu vim para uma zona ligeiramente mais afastada da entrada do edifício precisamente para nos dar mais privacidade. Devido ao frio e à chuva que aparentemente houve o campus estava deserto então, na próxima hora, ninguém passaria ali.
— Ele é meu amigo. — disse simplesmente.
— Amigo?! A forma como tu e aquele cabrão estavam agarrados não era só de porra de amigos!
— Primeiro, sem nomes ofensivos, okay, Ace? — começo por dizer. — E segundo, foi um ato inofensivo! Eu não tenho qualquer tipo de interesse amoroso ou atração física no Romeo!
— Foda-se! — ele sobe o tom de voz, mas depois não diz mais nada. A sua respiração está errática e as suas bochechas vermelhas da raiva.
— É o segundo num espaço de dez minutos. — repreendo-o vendo-o acender outro cigarro.
— E daí? Estou stressado.
— Stressaste-te sozinho! Não tens motivos para estar assim, já te disse! — cruzo os braços e ele aproxima-se de mim soltando a fumaça na minha cara. Rude.
— Baby, está estampado na cara daquele estrangeiro de merda que ele te quer foder. — ele dá mais uma tragada no cigarro e aproxima-se ainda mais, colando os nossos corpos à parede. Desta vez não deixa o fumo ir para o meu rosto. — Eu não te vou dividir com ninguém.
Respiro fundo já com a respiração intrecotada. Tê-lo assim a prensar-me na parede, com o seu habitual odor a nicotina e madeira deixa-me irrequieta.
— Mas eu não quero ser partilhada!
— Ah... foda-se está merda toda! — e então ele ataca a minha boca com voracidade, como se me quisesse devorar. A sua mão livre aperta e acaricia a minha cintura e eu agarro os seus cabelos escuros e macios com certa urgência. As nossas línguas batalham tanto quanto trocam carícias e Ace pressiona mais o seu corpo no meu dando-me a sentir completamente a sua ereção na minha barriga. Mordo e puxo o seu lábio inferior com os meus dentes e sorrio perante os seus praguejou.
— Porra, Zara... — ele vai descendo os beijos pelo meu pescoço, chupando e mordendo completamente alucinado de desejo. O meu primeiro instinto é levar a mão até ao seu membro duro e apertar mas logo lembro-me:
— Ace... — chamo, perdida e quase sem voz.
— Hm... — a sua boca continua presa no meu pescoço enquanto move a as ancas para aumentar a fricção dos nossos corpos. Por mais um pouco e ele é capaz de tirar a minha roupa.
— Estamos num espaço público.
Ao que parece, a minha tentativa não resultou minimamente pois Ace apenas atira a beata de cigarro para o chão e, num movimento brusco, enche as duas mãos com os meus seios. É impossível não gemer e sinto Ace sorrir contra o meu pescoço ao ouvir-me. Sinto a sua mão direita ir começar a descer vagarosamente e todo um formigueiro passa pelo meu corpo, mas antes que ele possa tocar o meio das minhas pernas ouvimos uma
voz estridente.— É que eu estou farta dela, Kaitlyn! Sempre com a sua mania de que é superior!
E assim, sem mais nem menos, o moreno tatuado afasta-se de mim, a uma distância segura, e põe as mãos nos bolsos das calças a fim de disfarçar o volume eminente. Já eu só tenho tempo de me virar de costas para de onde as vozes vinham.
O embaraço cobre as minhas bochechas de um tom rosado só com o pensamento de sermos apanhados. Seria constrangedor e eu iria ficar seriamente chateada com Ace por não me ter dado ouvidos mais cedo. Okay, não seriamente chateada, são palavras muito fortes tendo em conta que eu poderia tê-lo afastado, mas eu estava incapaz de pensar então não estava a ser justo!
As vozes materializaram-se em duas mulheres, uma loira e uma morena, que passaram por nós como se não ali estivéssemos e depois saíram de vista de novo.
— Hoje o Corey não passa à noite em casa. — ele encara-me com os olhos cheios de desejo. — Dormes lá esta noite, baby?
— Está bem amor, eu durmo. — sorrio e ele presenteia-me com um lindo sorriso de menino feliz. Ele aproxima-se e beija-me suavemente com ternura. Vejo-me a sorrir mais ainda quando sinto o metal na sua língua que dá um gosto tão diferente aos seus beijos. São deliciosamente bons...
— Até logo, amor! — murmuro acenando de leve com a mão.
— Sorri enquanto podes, porque depois do que te tenciono fazer esta noite não vais nem poder andar amanhã! — ele dá um sorriso de canto, aquele maldito sorriso que desarma qualquer mulher, enquanto se afasta.
E é impossível tirar o sorrisinho idiota que insiste em persistir no meu rosto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tatuagens
RomanceZara gostava de se manter afastada da confusão. Não gostava de tempestades. Uma simples festa foi capaz de arrastar Zara para a pior delas, o pior caos, Ace Braden. Paixão, desejo, luxúria. Três palavras que definem ambos, e que os unem. Género: Rom...