seventeen

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Peço desculpa por qualquer erro! As traduções de algumas passagens deste capítulo estarão no final!


   Olho para o meu reflexo no espelho pela milésima vez em cinco minutos. Demorei pelo menos uma hora e meia para conseguir estar minimamente apresentável. Com um top preto brilhante decotado, umas calças jeans azul claras e os meus saltos pretos de dez centímetros eu sinto-me confiante. Tenho que estar apresentável porque querendo ou não tenho a certeza de que vou ver o Ace e tenho de mostrar bem. Bonita e confiante. Tenho de demonstrar que os acontecimentos da madrugada de sábado não me afetaram por mais que isso seja mentira.
Minutos depois saio finalmente do quarto em direção ao elevador. Ao chegar à porta da Kristen dou duas batidas e ouço uma voz estridente a gritar "já vai", mas quem abre a porta não é a ruiva quem abre a porta e sim uma morena muito familiar que me olha com cara de nojo. Ela afasta-se o suficiente para eu passar mas sempre sem desviar os olhos de mim.
— Zee lembras-te da Valentina, certo? — Kristen aparece toda produzida, de vestido preto colado, salto quinze e batom vermelho, completamente pronta para uma boa noite de sexo e bebedeira.
— Valentina, hm, sim, claro. — solto um pequeno sorriso amarelo pois lembro-me de não ter gostado muito dela e agora muito menos. Cara feia para mim é fome, querida.
— Ela vai connosco, não te importas, pois não? — a ruiva pergunta.
Importo sim. — Não, tudo bem. Quantos mais melhor!
Algo me diz que eu não consegui disfarçar o desdém na minha voz porque Kristen soltou uma risada abafada e Valentina trancou ainda mais a cara de enjoada dela.
— Kris vamos ou não? pergunta já parada na porta. Calma, princesa, os machos não vão fugir.
Kristen pega as chaves do carro e saímos. No caminho eu fiquei calada enquanto as duas mulheres nos bancos da frente cantavam e falavam compulsivamente de quem queriam pegar esta noite. Quando chegámos à Delta Kappa o habitual cenário de jovens bêbados, drogados e com as hormonas à flor da pele encontra-se por todo o relvado e alpendre. Hoje a casa está cheia e mal passamos pela porta sinto o calor humano infernal. Corpos para lá e para cá, andamos aos encontrões até chegar a uma segunda sala de estar um pouco mais vazia que a principal. Aqui, há dois sofás de couro, uma mesinha de centro e por trás de um dos sofás uma mesa de snooker. No sofá estão Sawyer, Owen, Corey com Andressa ao lado e Paul, um rapaz com quem eu nunca tive oportunidade de conversar mas sei pela última festa que faz parte do grupo. Nada de Ace, boa.
— Zara, a minha linda psicóloga! — grita Owen assim que me vê e abre os braços. Um sorriso cresce nos meus lábios ao ver a bebida afetar o meu amigo e aproximo-me para o abraço.
   — Como está o meu paciente preferido?
   — Muito bêbado! — uma risada estrondosa soa no meu ouvido. Depois de abraçar o corpo quente e a cheirar a álcool de Owen dou um beijo na bochecha de Corey e um abraço gigante na Andressa já que passei o fim de semana quase todo sem vê-la. Por fim dou apenas um 'olá' geral ao resto e sento-me no segundo sofá com Kristen e Paul. Valentina diz qualquer coisa de ir buscar bebida e desaparece no meio da multidão. Graças a Deus!
   Por um bom bocado ficamos a rir e a jogar conversa fora, vejo Owen encher ainda mais a cara de várias bebidas e criar um ambiente divertido.
   — Vejam quem é ele, o grande Braden! — Owen exclama, levantando-se demasiado animado e cambaleante. Ace, como sempre, de cara trancada e toda a sua postura de mau. Hoje ele tem uns vans pretos calçados, umas calças pretas com rasgo no joelho, t-shirt branca com a leve transparência que me recorda de todo o seu torso desenhado, e casaco de cabedal preto. Fodidamente bonito.
   — Boa. — cumprimenta toda agente com um aceno e puxa uma cadeira para se sentar. Depois disso nada diz. Sinto o olhar dele em mim quando converso com Kristen e Paul, que fiquei a saber ser aluno de Gestão de Empresas, muito dedicado mas louco.
   —Ace! — a voz estridente grita por cima da música. Observo a cena em câmera lenta. Valentina está volta com um copo vermelho na mão e quando vê Ace não demora a abraçá-lo e segredar alguma coisa no seu ouvido.
   — É Braden. — ele responde rude e duro, mas quando me olha nos olhos, vendo-me observá-los, puxa a cintura da morena sentando-a no seu colo. Filho da puta. Ninguém parece se importar, todos estão alheios no seu mundinho. Corey e Andressa aos amassos no sofá, Owen do lado deles bebe mais enquanto observa sei lá oquê, Paul já saiu para ir caçar algum rabo de saia e Kristen está na mesa de snooker a jogar com alguns rapazes. Ou todos eles não vêem, ou isto já é algo normal. E eu gostava muito de saber o que é que se passou entre Ace e Valentina antes.
Eu estava focada nas pessoas que passavam pela sala, completamente entediada, para não encarar a mão de Ace na coxa desnuda da morena no seu colo quando uma pessoa me chama à atenção.
— Romeo! — a pessoa parecida ao meu amigo vira-se confirmando as minhas suspeitas e eu aceno com um sorriso. Ele logo que me vê vem ao meu encontro e senta-se do meu lado.
Principessa, non sapevo che venissi alla festa! — fala perto do meu ouvido para que eu o pudesse ouvir melhor.
   — Eu não esperava era ver-te a ti aqui!
   — Fui arrastado pelo meu colega de quarto, mas até que a festa não está má! — o bafo a álcool entrega que Romeo, tal como todos aqui, já bebeu uma boa quantidade de bebida e olho em frente quando ele volta a inclinar-se com os lábios no meu ouvido. — È meglio ora, bella!
   Rio do comentário de Romeo e como se fosse em câmera lenta, vejo o olhar o sorriso maldoso que Ace me lança antes de pegar firme na nuca de Valentina e lhe beijar. Um beijo que faz o meu peito doer.

Notas: Traduções

Principessa, non sapevo che venissi alla festa! — Princesa, não sabia que vinhas à festa!

È meglio ora, bella! — Está melhor agora, linda!

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