As traduções de algumas passagens deste capítulo estarão no final!Pego no copo do Romeo e o que quer que tem dentro engulo num só gole fazendo a minha garganta arder.
— Preciso de mais uma bebida. — comento.
— Eu vou buscar, cerveja? — Romeo levanta-se prontamente e sorri.
— Vodka, por favor. Estou a precisar de uma coisa forte. — rio e ele assente, indo. Pelo canto do olho vejo Ace terminar o beijo com uma puxada de lábio da Valentina e olhar para mim, com um sorriso igual ao do gato Cheshire. Não consigo nem expressar a raiva que o filho da puta me está a dar neste momento. Preciso de mais álcool no sangue para não socar tanto o Ace como Valentina. No espaço de cinco minutos Romeo está de volta com dois copos na mão.
— À nossa! — brindamos e bebo toda a vodka cereja como se fosse água. A bebida desce rápido e eu levanto-me ao som de uma música eletrónica. Pego na mão de Romeo e puxo-o comigo, sempre de olhar conectado no Ace.
— Vem, vamos dançar! — sorrio de leve. A bebida começa a fazer efeito e sinto os meus movimentos desembaraçados. Se ele quer brincar, vamos brincar!
Eu e Romeo lançamo-nos na pista de dança. Rimos e brincamos sem ligar para as quaisquer figuras tristes que estaríamos a fazer. Ele levanta o meu braço e eu dou uma voltinha até ele me juntar ao seu corpo e assim ficarmos. Juntos e sincronizados mexemo-nos no meio dos outros corpos até a música acabar. Então começa uma música lenta e Romeo sorri pedindo a minha mão.
— Será que a princesa me concede uma dança? — pergunta um pouco alto.
— Sim, mas podemos ser normais por uma dança então? — rio.
— Combinado!
Então juntamo-nos em movimentos lentos. Os seus braços é minha volta num abraço enquanto as minhas mãos pousam no seu peito. Talvez quem veja de fora pense que somos namorados, mas neste momento não estou minimamente ralada com a opinião alheia.
— Não falamos há algum tempo, Zee. Come vanno le cose?
Inclino a cabeça de forma a encará-lo e suspiro. — Vão confusas mas nada que o tempo não resolva. E contigo vai tudo bem?
— Agora tem sido o melhor que têm estado. — ele sorri levemente encarando as minhas íris verdes com um certo carinho no olhar. E é então que algo capta a minha atenção por cima do ombro do italiano. Ace, claro, tem ainda Valentina no colo e encara-me. Ao que eu sorrio e tenho de novo o meu foco no Romeo.
— Pode ser o álcool a falar mas e que tal...? — os meus dedos embrenham-se no cabelo sedoso de Romeo e junto as nossas bocas com a maior facilidade. Ele não reclama, não se opõe, apenas vai com a onda. Como se esperasse por aquilo. O beijo dele é doce, sem aquela chama que outros beijos me traziam. Tem calma e devoção, e a verdade é que é muito bom! Sempre ouvi dizer que os italiano são verdadeiros galãs, não é mesmo? Eu não sei explicar exatamente o porquê de ter beijado Romeo, apenas sei que ver Ace hoje ativou um gatilho em mim que eu desconhecia. O ácido que ferveu dentro de mim ao vê-lo provocar-me, ao saber que ele tinha noção das suas ações e conseguir ser tão podre assim para me magoar, foi demais para mim. E então separo-me de Romeo sem hesitar. Ele sorri mas eu sou incapaz de corresponder. O que foi que eu fui fazer...?
— Eu... eu já volto. — murmuro afastando-me em direção à saída. Não liguei para mais nada. Apenas saí da fraternidade para o ar fresco da noite. Pego o iphone no meu bolso para ver as horas. 4:48 da manhã. Sem chamadas, sem mensagens, ou seja sem boleia. Boa, ótimo... Ajeito o meu top por conta da brisa da madrugada e começo logo a fazer a minha caminhada. Se já não é o arrependimento a borbulhar dentro de mim não sei o que sinto. Romeo é das melhores pessoas que conheço e eu consegui a proeza de usá-lo num jogo doentio entre mim e o imbecil do Ace Braden... Ainda por cima tenho os pés a arder de dor... Por fim acabo por tirar os saltos e andar descalça no asfalto até aos dormitórios. Até lá ainda é uma viagem considerável de dez minutos mas eu pressinto que faria ainda mais merda de continuasse naquela festa.Acordo já exausta. Sinto todo o meu corpo doer e pior está a minha cabeça. Andressa dorme profundamente na cama do outro lado do quarto e eu apenas me levanto para ir à casa de banho. Depois das necessidades feitas volto a deitar-me e vejo as mensagens, seguidas das redes sociais.
"Gostei muito da noite, principessa. Pena não te ter achado quando fui embora. Teria te dado boleia." 10:37
"Sem atrasos hoje, boneca. Hendrix." 08:56
— Bom dia, drama queen! — Andressa exclama demasiado animada para alguém que acaba de acordar.
— Bom dia! Posso saber o motivo desse apelido sem sentido?
— Sou eu quem tem trezentas e vinte perguntas para ti! — mais uma vez o seu tom de voz alto incomoda-me e ela senta-se na cama. — Ontem a certo ponto da festa o Ace levantou-se com tudo, com direito a mandar a Valentina ao chão, e saiu feito furacão! Não vou mentir, só quis rir da cara de indignada daquela cadela dele, porque vamos combinar que a Valentina não é mais que isso! — Andressa tagarela e eu espero o surto de energia dela acabar para falar:
— O quer que nós tínhamos acabou.
— Como assim?! Quero que me expliques essa história completa!No fim de lhe contar tudo, Andressa encara-me muda. Sem dizer uma palavra sequer.
— É, amiga, fizeste merda. — declara finalmente, para minha desgraça.
— Isso sei eu, né Dess? Obrigada pela nova informação! — reclamo com desdém. Mas a verdade é que é para isso que as melhores amigas servem, certo? Para nos dizer todas as verdades na cara.
— Sabes que te amo, Zara, mas desta vez conseguiste ser uma verdadeira filha da puta com o Romeo...
— Eu sei! E agora tenho o enorme problema de ter que lhe dizer que não senti nada daquilo! — o arrependido corrói-me por dentro. — Será que ele só correspondeu o beijo por estar bêbado?
— Duvido muito, amiga, mas sei lá. Pode ser que tenhas sorte e ele das duas uma: ou não se lembre de nada, ou tenha beijado só por diversão. — Andressa encolhe os ombros e levanta-se rapidamente indo para a casa de banho. — Vou tomar um banho que estou a precisar.Notas: Traduções
Come vanno le cose? — Como vão as coisas?
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Tatuagens
RomanceZara gostava de se manter afastada da confusão. Não gostava de tempestades. Uma simples festa foi capaz de arrastar Zara para a pior delas, o pior caos, Ace Braden. Paixão, desejo, luxúria. Três palavras que definem ambos, e que os unem. Género: Rom...