sixteen

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— Estás aqui a fazer o quê? — Sawyer limpa os copos em modo automático revelando que trabalha no bar há tempo suficiente.
— Eu vim procurar trabalho. — respondo simplesmente, como se fosse óbvio.
— Aqui? Onde eu trabalho?! — ele parece desacreditado e é quase cómico. — Não vai acontecer, podes dar meia volta e sair.
Um sorriso cresce nos meus lábios ao ver a aflição de Lewis com a possibilidade de me ter como colega. Para alguém que há algumas semanas era o valentão da FNU que me havia levado para a cama, hoje ele está bastante nervoso com a minha presença. E claro que eu, Zara Pearson, não posso deixar de me aproveitar da situação.
— Não devias estar contente? Quer dizer, quem sabe o grande Lewis Sawyer não consiga me levar para os fundos do bar para o sexo mais inesquecível da minha vida!
A expressão de raiva que toma conta do rosto de Sawyer ao ouvir o meu sarcasmo dá-me vontade de rir, mas sem qualquer palavra ele sai a passos duros por um corredor escuro do lado do balcão do bar. Até ele voltar fiquei ali plantada sem saber o que fazer.
— O Hendrix está à tua espera. Despacha que não te quero ver mais à frente. — rosna com a simpatia que só ele tem.
— Otário de merda. — resmungo ao mesmo tempo que ele prenuncia um — Filha da puta.
Ignoro caminhando pelo mesmo caminho que ele havia feito até uma porta com um grande H no centro. Hendrix. É aqui. bato à porta com toda a minha boa educação e uma voz abafada manda-me entrar.
— Boa tarde. — digo enquanto fecho a porta atrás de mim. Um homem de meia idade, baixo e anafado está sentado numa grande cadeira giratória numa mesa de vidro ao centro da pequena sala. Uma típica cena de filme, eu diria. Hendrix então, avalia-me de cima abaixo por detrás dos grandes óculos escuros e faz sinal para que eu me sente na cadeira à sua frente.
— Tarde. Diz-me, boneca, o que desejas? — pergunta, direto. Que confianças são estas que eu não lembro de ter dado?
— Estou à procura de um local para trabalhar. Estou a tirar o curso de psicologia na faculdade Franklin Northman, a oeste da cidade e preciso de algum dinheiro para me sustentar, não é? — solto uma risada tímida e encaro as minhas pernas. O olhar de predador do homem é intenso e custa-me encará-lo, mas se quero este trabalho vou ter que o fazer.
— Alguma vez trabalhaste no ramo da restauração?
A sua voz seca traz-me a sensação que vou sair daqui de mãos a abanar e só peço a Deus que eu esteja errada. Eu preciso mesmo de começar a pagar pelas minhas coisas, já estendi isto por tempo demais.
— Não, senhor. Tenho inclusive aqui o meu currículo, para você ver. — puxo o portfólio da bolsa e estendo por cima da mesa. Hendrix pega nele e lê atentamente por longos segundos. A mão à frente da boca e a expressão concentrada a criar um frio por todo o meu corpo, curiosa e ansiosa para ter uma resposta.
— Falas três línguas para além do inglês, não é o mais comum... é uma vantagem, porém não apresentas qualquer experiência profissional.
Prendo a minha respiração por tempos e quando abro a boca para contestar e tentar convencer o homem prepotente ele adianta-se:
— Acho que podemos resolver isso, coloco o Sawyer para te ensinar o básico e mais um pouco. Começas amanhã às oito da noite. Vens aqui direta para discutirmos um pouco mais dos termos e condições do teu contrato. — ele pousa os papéis e cruza as mãos em frente ao corpo.
Deixo escapar um suspiro alto de alivio e um pequeno sorrio. Consegui! — Obrigada, senhor Hendrix, não se vai arrepender de me deixar ficar. — digo ao apertar a sua mão. Ele abre um sorriso e a máscara de homem mau desaparece.
— Trata-me só por Hendrix, boneca, agora és da casa!
Depois de sair do escritório do chefe passo de novo pelo bar onde Lewis está a limpar algumas mesas. Agora mais duas pessoas estão no salão a fazer outras funções.
— Acho que vais passar mais tempo comigo, fofinho. — alfineto, com um sorriso travesso. Ele faz má cara e ignora. Vão ver dias e noites complicados, estou já a ver. A falta de resposta de Sawyer é só o meu convite de saída para voltar para o campus e preparar-me para a festa de hoje à noite e ao tirar o iphone do bolso vejo que tenho uma mensagem de Kristen.

"Às nove e meia vem ter ao meu quarto. Terceiro andar, 17. Bjs." 17:22
"Ah, e usa uma roupa para matar! kkk" 17:24

O caminho para o dormitório é rápido com os meus pensamentos a mil e felicidade a irradiar de mim. sinto-me contente e aliviada. Agora sim tudo se vai endireitar!

Capítulo meio pequeno mas o próximo vai compensar :)) Não se esqueça de clicar na estrelinha para ajudar a obra a crescer. Siga o meu instagram @autoracaroll.

xx, tattoos & cigarettes

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