Encaro Ace à minha frente como se ele fosse um extraterrestre, incrédula com o que acabo de ouvir. Eu fui pedida em namoro. Ace Braden acabou de me pedir em namoro! Olho profundamente nas íris do homem à minha frente e reparo na tensão que carregam. Eu não sei realmente o que responder e talvez seja isso que o leva a colocar uma máscara indiferente e trancar a cara enquanto sai de cima de mim bruscamente.
— Já tenho a minha resposta. — murmura caçando os calções e vestindo.
— Ace, não, não é isso! — tento formular atrapalhada. Os meus pensamentos estão por toda a parte e sinto as engrenagens da minha cabeça trabalhar a todo o vapor.
— Era Zara, era sim. — resmunga e sai para a cozinha. Visto de novo a roupa e vou atrás dele, tentar conversar ou concertar isto.
— Ace, eu... -
— Não. — interrompe, bruto. — Poupa-me de merdas. Preciso de fazer umas coisas, quando saíres fecha a porta.
A rudeza na sua voz embate em mim com força.Ouch, dói...
Permaneço calada procurando algum indício de piada, mas não. Ele está a falar a sério.
— Preciso repetir, Zara?
Ele continua de costas, a sorver uma bebida qualquer num copo, mas em momento algum se virou para mim.
Enquanto visto as minhas roupas sinto raiva e arrependimento borbulhar no meu sangue. Talvez eu devesse ter dito alguma coisa, sim, mas eu não consegui! Eu estava em choque e ele devia ter compreendido pelo menos isso! Mas não, como ele é a porra de Ace Braden James tem de se tornar um imbecil total! Chega a ser frustrante de tão ridículo.
A passos largos e pesados vou até à cozinha onde ele permanece encostado com o quadril no balcão, a beber.
— Quando o amuo passar, avisa!
E sem mais nem menos saio batendo a porta atrás de mim. Poderia não ter dito aquilo? Sim. O problema é que eu não quero saber. Se Ace fucking Braden pode esmagar os meus sentimentos, eu também posso largar umas palavras ácidas.Entro no quarto um pouco mais calma, apesar de ainda em chamas, e atiro-me para a cama. Como esperado o quarto está vazio e eu não demoro muito a tomar um banho, vestir o pijama e dormir.
Acordo por conta própria a sentir-me descansada depois da noite de ontem. Pensar nisso traz-me sentimentos misturados e por isso acho que prefiro não pensar de todo por um pouco. São onze da manhã de sábado então visto-me, depois de fazer a minha higiene matinal, para ir tomar um café a alguma cafeteria do centro da cidade e depois fazer algumas tarefas. Aos poucos apercebo-me de que preciso de um trabalho para conseguir pagar as minhas coisas. O dinheiro que o orfanato onde vivi toda a minha vida me envia mensalmente não chega e, para além disso, preciso tomar um rumo.
Saio do quarto com as chaves do carro de Andressa na mão e a minha bolsa na outra. Quando estava a trancar a porta alguém sai de um quarto ao fundo do corredor vindo na minha direção.
— Oi... Zara, certo? — a ruiva de 1,75 m e roupas curtas parou a um metro de mim, com um sorriso.
— Sim, e tu és...?
— Kristen. Heathrow. — aproxima-se com dois beijinhos. — Vai haver uma festa amanhã à noite na Delta Kappa, gostava muito que viesses.
O seu sorriso branco confunde-me um pouco entre ser sincero ou completamente falso. Lembro-me de onde ela me parecia familiar, na última festa a que eu fui na fraternidade ela era a ruiva do verdade ou consequência.
— Eu não sei... tenho algumas coisas para fazer e-
— Quanto mais gente melhor! Vem, vai ser a loucura total! A melhor festa que a Delta já fez! — ela parece entusiasmada com o assunto. Sinceramente, nem percebo porque a fraternidade dá festas quase todas as semanas, senão quase todos os dias, e em todas elas prometem ser a melhor do ano. De qualquer das formas, se calhar seria uma boa ir, relaxar um pouco, divertir-me. É algo que preciso bastante!
— Sim, eu vou pensar. — sorri da forma mais amigável possível. — Agora tenho de ir, tchau Kristen!
— Beijinhos! — ela acena e sai andando pelo relvado. Por fim, respiro fundo indo até ao carro.Revolution Bar é o quinto local em que entro hoje e já estou cansada. Quando estava a almoçar numa pizzaria a Andressa ligou-me para saber de mim e dizer que já estava no dormitório. Eu pensei que isto de arranjar trabalho não fosse demorar tanto mas se não houver vagas neste bar vou embora e tento outro dia.
Entro pelas grandes portas de vidro do bar e caminho até ao balcão onde um homem alto e musculado está a limpar copos. Não lhe consigo ver o rosto mas assim que ele nota a minha presença ambos damos um passo atrás.
— Pearson?!
— Sawyer?!
não se esqueça de deixar uma estrelinha para ajudar o livro a crescer :)) obrigada
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Tatuagens
RomanceZara gostava de se manter afastada da confusão. Não gostava de tempestades. Uma simples festa foi capaz de arrastar Zara para a pior delas, o pior caos, Ace Braden. Paixão, desejo, luxúria. Três palavras que definem ambos, e que os unem. Género: Rom...