Mente De Um Vilão

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Ana ✨

Clara esteve comigo em todos os momentos, em cada lugar que me trazia memória dele, eu me sentia uma criança precisando de colo e ela era meu maior abrigo.

Após resolver tudo, acabei passando um pouco mal. Estresse, sol, muita coisa atrapalhava o meu bem estar.

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Ret: oi, e aí

Ana: O que é que foi?

Ret: tu tá bem, pô?
- aproveita que tá na rua e se der pá tu, marca um exame da nossa filha pra qualquer dia que tu quiser aí.

Ana: Tô sim, tô comendo alguma coisa com a Clara.
- Não sei se vai dar hoje, sem condições nenhuma, tô cansada.

Ret: suave, vem pra casa, nós tá no teu aguardo.

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Clara: Vai querer mais alguma coisa? - Falou limpando a boca e eu neguei.

Ana: Toma, é o Filipe que paga.- Sorri fraco, entregando o cartão pra ela e ela riu, indo pagar.

Apoiei a mão no rosto e olhei lá pra fora, tinha uma duas pessoas na fila e eu fiquei encarando as pessoas que estavam do outro lado da rua.

Era a terceira pessoa importante que eu perdia na minha vida. Começou pela minha mãe, depois veio a Marília e em seguida, meu pai.

Eu tinha medo de quem seria o próximo, acho que eu não aguentaria mais nada, de verdade. Eu tento ser o mais forte, mas eu tô literalmente em cacos.

Clara: Vamos, amor.- Falou passando por mim.- Matheus já chegou.

Concordei com a cabeça e ela foi na frente, enquanto eu me levantava com cuidado. Peguei minha bolsa e fui andando devagarinho, vendo ela parada na calçada.

Quando eu ia saindo, eu apenas escutei tiros, sentir alguém me puxando pra trás e fechei meus olhos, escutando o vidro da padaria sendo quebrado.

Ana: Clara...- Sussurei, puxando meu braço da mão de alguém e abrir os olhos.- Clara!

Mt: Ana, calma...- Falou correndo pra perto da gente.- Calma Ana, tu não pode...

Ana: De novo não, Matheus...- Falei sentindo meu ar indo embora.- Matheus, ela...

Mt: Pega a porra de uma água pra ela, ela tá grávida.- Gritou tão alto que todo mundo, até as pessoas que estavam do outro lado da rua parados, começaram a se movimentar.- Tá tudo bem, tu é minha mulher e tu sabe disso.

Eu tava ali sem conseguir respirar, um me trouxe água, outro suco de maracujá, mas eu só sabia tremer olhando pra minha melhor amiga deitada no chão, cheio de sangue perto dela, enquanto Matheus gritava no raidinho.