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Ret 🔥

Acordei de manhã e eu nem sabia ainda do resultando do exame, tava ocupadão ontem e nem tive tempo de procurar.

Hoje eu tinha um dos compromissos mais importante para mim, sábado é um dos melhores dias do bagulho, namoralzinha!

Sai do morro tendo que pegar estrada por uma hora, quando cheguei na casinha, já vi alguém balançando a cabeça e batendo o pé no balanço, sorri firme e assobiei, vendo a Marília me olhar e se levantando pra vim correndo na minha direção.

Marília: Papai! - Pulou nos meus braços e eu me agachei, beijando ela.

Ret: Coe minha princesa, como tu tá? - Falei abraçando com ela.

Mari: Eu tava morrendo de saudades de você.- Fez bico.- A Beatriz e Júlia também, vem ver elas.

Ret: Eu tenho uma coisa pra te contar.- Me levantei girando ela que sorriu, ajeitando o pano na cabeça.

Marília era a minha criança, tá ligado? Quando ela era bem novinha, descobriu leucemia, ela era uma menina do morro e eu sempre fui próximo a ela.

A mãe dela abandonou ela quando descobriu a doença, mas o pai continuou lutando e eu ajudando mais ainda. Mas num confroto, ele acabou morrendo e eu não tinha condições de cuidar dela.

Eu mal tava conseguindo descer pra pista e ela tinha que ir pro médico, tratamento e eu não tinha nem condições. Assumi um b.o que nem era meu, trouxe ela pra uma casinha onde tem várias crianças com câncer, assim como ela.

Todo sábado é dia de visita e eu odeio perder um dia, ela fica toda animada e na maioria das vezes sempre chora quando eu vou embora, isso me deixa feliz demais.

O que eu sempre mais quis, é ela curada de uma vez pra poder voltar comigo pro morro, meu sonho mermo!

Mari: Conta, conta...- Falou animada, passando a mão no pano na cabeça.

A quimioterapia fez os cabelos dela ficarem caindo aos poucos, ela mesmo preferiu raspar e me pediu pra acompanhar, o meu cabelo já cresceu e o dela aos poucos está tentando o mesmo.

A médica diz que cada dia mais ela vem tendo avanço, assim podendo logo ficar curada, mas ainda vai demorar um tempinho.

Ret: Peraí..- Tirei meu celular do bolso, colocando no ouvindo e atendendo a ligação.

Ligação 📱

Ana: Ret? Não sei se você já sabe, mas você é o pai do Théo.
Ret: Depois eu troco uma ideia, tô ocupado agora.

Ligação 📱

Desliguei na cara dela e olhei pra minha filha adotada, tirei da mochila os livros que ela tanto queria das princesas e ela gargalhou feliz, me abraçando e começou a chorar.

Era sempre assim, qualquer mínimo ato que eu fazia, ela ficava emocionada comigo.

Fiquei sorrindo enquanto limpava as lágrimas dela e ela chorava demais nos meus braços, neguei com a cabeça e entrei pra ver as outros meninas daqui, porque eu já era de casa e conhecia uma por uma.

Mente De Um Vilão Onde histórias criam vida. Descubra agora