Ana ✨
Quase uma semana se passou e eu tava desenrolando papo com o Pedro ainda, tava tudo fluindo conforme tinha que ser.
Ret aparecia quase todo dia pra ver o Théo e eu nem colocava a cara, mandava o Théo pela Rosa e fica dentro de casa, esperando ele voltar e como sempre, vinha animado.
Hoje era diferente, terça feira de noite e eu tava chegando do trabalho na concessionária, meu pai tinha ficado por lá porque iria para uma reunião de negócios.
Meu celular tava tocando desde que eu tava no carro mas eu nem atendi, número privado era preguiçoso demais!
Mas quando entrei em casa vendo o Théo assistindo televisão ao lado da Fernanda e meu celular tocou mais uma vez, coloquei no ouvido sem paciência sem nem ver se era privado ou tinha nome.
Era o Ret, homem insistiu demais pra eu levar o Théo na Rocinha, me abusou tanto que eu acabei gritando o nome Filipe e Théo me olhou e começou a perturbar minha mente também, dizendo que queria ver.
Puta e sem paciência, pedi pra Fernanda da um banho nele e tomei o meu tentando me acalmar da melhor forma, não ia pedir pro motorista me levar porque ele iria contar pro meu pai e ia dar babado, mesmo que o senhor Flávio não tenha muita coisa haver com isso, até porque eu não sou mais um criança, ele mesmo sabe que eu só moro aqui ainda porque ele pede eu e o Théo somos a única família dele, assim como ele é a nossa.
- Não vai querer que eu leve? - Neguei, vendo o Ret falando que tinha gente chegando na porta pra levar.
Ana: Obrigada, mas não.- Sorri fraco, ajeitando a mochila do Théo nas costas.
Sair com criança tinha que ser sempre com bolsa com roupa e coisas necessárias, até porque ele ainda usava fralda as vezes, mesmo que já pedia pra ir no banheiro, raras as vezes.
Chegamos no morro e fomos por uns caminhos que eu nem sabia o que eram, mas chegamos em uma casa grande e ele falou que era aqui.
Apenas invadi mesmo, mas me arrependi vendo Matheus e Ret juntos ali no sofá rindo de algo.
Théo: Filipe...- Falou descendo do meu colo e indo igual um doidinho a direção do pai.
Ana: Boa noite.- Soprei, suspirando meu cansaço e apenas me olharam.
Me joguei no sofá e ao ver uma mulher sair da cozinha, olhei pro Matheus, que desviou o olhar.
Bianca: Terminei, venham pra mesa.- Falou animada.- Amor, fiz aquele arroz refogado.
Mt: Foda.- Falou sem paciência.
Ret: Ele já comeu? - Olhou pra mim.
Ana: Sim.- Théo me olhou sorrindo sapeca.- Você vai querer comer de novo, filho?
Théo balançou a cabeça e eu revirei os olhos, me levantando e Ret também, olhei pra menina que olhava sem graça pro Matheus e tentei ignorar o fato que eu fui uma filha da mãe com ela por chupar o marido dela, mas eu não tinha culpa.
Ana: Sou a Ana, prazer.- Sorri fraco.
Bianca: Bianca! Você é linda, seu filho mais ainda.- Sorriu indo pra cozinha do meu lado.
Ana: Que nada, você é gata.- Ela negou com a cabeça.
Ela me falou o que tinha pra comer e eu coloquei o prato do Théo na mesma hora que o Ret colocava o dele e ela tentava conversar com o Théo.
Um pouco depois, Matheus veio pra cozinha também e eu fiquei calada, tentando dar a comida pro Théo, que ignorava e conversava em árabe com o Ret, que nem parecia o mesmo quando estava os dois a sós ou a nós três.
Bianca: Quer que eu coloque mais, Ret? - Falou se levantando.
Ret: Eu não tenho problema nas mãos e nem nas pernas.- Respondeu grosso e eu fiquei mal por ela.
Ana: Você quer ajuda? - Falei meia sem jeito, vendo ela passando a mão na nuca.
Bia: Não, tá tudo bem.- Falou coçando a garganta.- Eu vou pra casa.
Ela saiu da cozinha e eu respirei fundo, olhando pro Théo que tava brincando com o pano da mesa enquanto mastigava. Fiquei calada toda sem jeito pensando na menina e o clima tinha ficado mais chato do que já estava, só o Théo que falava umas coisas sem sentidos e fazia barulho de avião.

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Mente De Um Vilão
Ficção AdolescentePorque nosso bonde brabo, porque nosso bonde é pica, porque nosso bonde toma de assalto na pista!