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Assim que chegamos em casa, a gente bateu com o Filipe comendo. Théo foi pra perto e subiu no colo do pai e começou a falar.

Théo: Eu vi uma arma.- Falou embolado e Filipe sorriu.

Ret: Quando você crescer, vai tá rodado delas, tá ligado? - Eu me apoiei na bancada.

Ana: Ou não.- Sorri.- Você pode ser um grande pintor, perfeito.

Ret: Quem chamou a mamãe na conversa levanta a mão.- Théo levantou e eu também.

Filipe riu fazendo cócegas no Théo e eu fiz careta. Estávamos quase em fevereiro, acho que a vida de todo mundo só começa depois do Carnaval, porque a minha só começa a funcionar assim.

Ana: Você quer almoçar o que, hoje? - Perguntei pro Filipe, era uma das primeiras vezes que eu perguntava, porque eu não tava nem aí e ele era obrigado a comer o que eu fizesse.

Ret: Não vou tá em casa não, vou passar o dia na boca.- Falou colocando o Théo no chão.

Ana: Não vai.- Pedi pegando o arroz.

Ret: Vou.- Afirmou colocando o copo na pia, junto a algumas coisas que ele sujou.

Ana: Lava, pode lavar. Tem nada na pia, tu vai sujar e não vai lavar por quê? - entrei na frente dele e ele sorriu, colocando a mão na minha cintura.

Ret: Tu tá chatinha hoje.- Falou cheirando meu pescoço.

Ana: Não me engana não.- Falei empurrando ele pra pia e ele sorriu, negando.- Dá pra perceber?

Levantei minha blusa mostrando minha barriga e ele olhou, sorriu de lado e negou.

Ret: Nem de longe alguém percebe.- Dei os ombros e escutei um bagulho na sala.

Olhei por cima da bancada e vi duas coisas que partiram meu coração, o Théo com a mão na boca e um celular no chão.

Ret: O que foi isso? - Falou passando a água tirando o sabão da louca.

Ana: O seu celular tá aonde? - Perguntei só por curiosidade, porque o meu tava na bancada.

Ret: Ele não fez isso.- Falou rindo e saindo da pia, parou do meu lado e olhou pro Théo.

Ana: Calminha aí.- Pedi me aproximando.- Nem quebrou tanto.

Ret: Porra Ana, meu caralho! Eu nem consigo mexer.- Realmente, a tela tava toda trincada.

Filipe olhou pro Théo que abraçou as pernas do pai e parece que toda raiva dele passou no mesmo momento, ele riu batendo na cabeça do Théo e eu neguei com a cabeça.

Ret: Filho da puta.- Falou baixo e eu escutei, semicerrando os olhos.

Voltei pra cozinha escutando o Ret conversar com o Théo e eu fui fazer o almoço, ao contrário do que Filipe disse, ele nem saiu de casa, só bem após o almoço.

Mente De Um Vilão Onde histórias criam vida. Descubra agora