Seis meses depois...
Ana ✨
Liguei o carro após fechar a concessionária toda e saí dando tchau pros seguranças, que eram perfeitos.
Antes de assumir o trabalho que era do meu pai, eu conversei bastante com o Filipe e acabei chegando a uma conclusão que poderia ajudar algumas pessoas do morro.
A maioria dos meninos que nascem em morro, não querem seguir a vida do tráfico só por ser dinheiro fácil, mas sim porque muitas das vezes é a única opção da vida deles.
Então falei com o Ret, pedi pra ele conversar com os meninos do tráfico que queriam sair dessa vida de verdade. Pegamos o máximo de meninos que pudemos, limpamos a ficha na justiça e eu trouxe eles pra trabalhar na segurança daqui.
Aproveitar que eles já mexiam com armas e essas coisas, o que ajudou tudo dez vezes. Tanto pra mim, quanto pra eles, até porque eu confio demais neles, mais em que nos outros.
Passei na escola do Théo e peguei meu filho, que saia todo animado.
Ana: Boa noite, garotão.- Bati na mão dele e coloquei o cinto nele, já que ele estava no banco da frente.
Théo: Oi mamãe.- Falou abrindo a bolsa.- Olha.
Ele tirou um papel da bolsa e eu sorri vendo mais um desenho dele. Quase todos os dias ele trazia um desenho pra casa e hoje, foi de uma mulher grávida, uma criança e um homem, ou seja, nossa família.
Ana: Que lindo, teu pai vai amar! Vamos colocar no seu quarto.- Falei orgulhosa, enquanto dirigia pro morro.
Estávamos parados em um sinal, com ele me contando cada parte do seu dia na escola e eu escutava atenciosamente cada palavra, até meu celular tocar.
Como sempre, era o Filipe perturbando minha mente, eu ignorei o mandado e fui pra casa, Théo desceu na frente e eu tirei as nossas coisas do carro, quando entrei vi o Matheus, Clara e Filipe conversando na sala.
Ana: Boa noite.- Sorri animada.
Clara: Oi amiga.- Se levantou, me abraçando.
O braço dela estava tudo bem, nada que uns meses exercitando e cuidando não ajudasse, minha irmã estava intacta.
Beijei a cabeça do Matheus passando a mão em seus cabelos e sentei nas pernas do Ret, vendo o Théo mostrando o desenho pra ele.
Mt: Tu vai parar de trabalhar quando, putinha? - Olhou pra mim.
Ana: Próxima semana, quando começar os noves meses.- Falei fazendo as contas mentalmente.- Ainda tô bem, não tá doendo tanto e tô bem suave.
Ret: Deveria ter parado desde os cinco meses.- Falou pegando o Théo e colocando no nosso meio.
Clara: Homi só fala bosta né.- Brincou e Filipe olhou pra ela, fazendo ela dar língua.
Ana: Oi, cachorrinho da mamãe.- Brinquei no ouvido dele e ele abraçou minha cintura.
Ret: Puta barata.- Xingou e eu sorri.
Clara: Vamos fazer a janta, Ana.- Falou se levantando.
Mt: A gente vai jantar fora hoje, cara.- Falou segurando a mão da Clara.
Clara: Mas eu quero falar com ela.- Deu os ombros e eu me levantei
Ana: Dá um banho nele já que vamos sair.- Falei antes de me levantar.
Ret beijou minha bochecha e ficou falando com o Théo sobre o desenho, Matheus ficou conversando com eles também e Clara subiu as escadas comigo.
Ela sentou na cama começando a falar sobre possibilidades de bom morar no morro, enquanto eu tirava a roupa pra tomar banho.
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Mente De Um Vilão
Ficțiune adolescențiPorque nosso bonde brabo, porque nosso bonde é pica, porque nosso bonde toma de assalto na pista!