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Vicente

Eu aceitei assistir o filme de romance que a Laura escolheu, mas com a condição de que semana que vem iremos assistir o que eu escolher. O filme não foi tão ruim, só foi muito óbvio, motivo pelo qual rimos bastante já que eu adivinhava tudo que iria acontecer. Quando o filme terminou, Laura foi embora e eu voltei a estudar.
O sábado chegou e o Murilo chegou em casa as 9 horas da manhã, atormentando a minha paciência.

- Fala comigo. - pediu novamente.

- Eu acabei de acordar. - eu disse.

- Eu sei, por isso vim esse horário, mas você precisa me distrair, eu não dormi nada, estou ansioso. - não respondi e continuei arrumando minha cama. - Vicente. - gritou. - Por isso eu prefiro quando a Lili está aqui, ela sempre conversa comigo. - estreitei o olhar para ele. - Você acha que depois de hoje ela vai aceitar sair só nós dois? - sentou na ponta da minha cama, onde eu estava tentando estender o edredom.

- Murilo, eu estou arrumando minha cama e você está bagunçando.

- Mas você acha que ela vai querer? - insistiu.

- Murilo, eu estou me estressando. - respirei fundo.

- Desculpa. - levantou rápido. - É que eu estou empolgado. Termina de arrumar aí e depois a gente conversa. - sentou-se na cadeira da escrivaninha onde estudo e ficou lá me olhando até eu terminar.

- Agora fala. - revirei os olhos e sentei no chão encostado na cama, para não bagunça-la.

- Eu quero chamar a Sofia pra sair comigo, tipo semana que vem, só nós dois, claro que se tudo der certo hoje. O que você acha?

- Eu acho que você deveria ter a chamado a anos em vez de ficar apenas olhando-a de longe, também acho que você deveria ter sugerido pra sair apenas vocês dois hoje e também acho que é cedo demais pra eu ficar falando. - revirei meus olhos.

- Credo. - resmungou.

- Mas acho que você consegue. - assenti.

Murilo ficou em casa a manhã inteira, ficamos boa tarde do tempo conversando com meu pai. Um ponto antes do horário marcado para Laura chegar aqui, tomei meu banho e me troquei. Quando a campainha tocou, Murilo abriu a porta e ela entrou, ela estava linda, como aquele dia da festa e também como todos os dias que eu a vi, porém hoje com um pouquinho de maquiagem. Cumprimentou o Murilo com um beijo na bochecha e percebi seu receio quando chegou perto de mim, então tomei a liberdade e lhe dei um beijo na bochecha.

- Vamos? - Murilo perguntou. - Quero chegar antes delas.

Fomos de carro com o Murilo dirigindo e eu no banco de carona. Ficamos sentados esperando as duas em uma entrada do shopping, já que a praça de alimentação é muito cheia.

- O Murilo tá tremendo. - Laura disse rindo e eu olhei para a perna dele balançando.

- Ele está assim desde de manhã, você tinha que ver o jeito em que ele chegou em casa. - respondi.

- Estou ansioso. - esfregou as mãos na perna. - Fui pra casa do Vicente tentar me distrair, mas ele me deixou mais nervoso. Aí caramba, elas estão vindo. - apontou discretamente para duas meninas que caminhavam na nossa direção.

- Oi gente. - Sofia disse. As duas cumprimentaram nós três com um beijo na bochecha. - Eu estou morrendo de fome, podemos ir comer?

- Por favor. - Murilo disse e foi o primeiro a levantar do banco.

Fizemos o pedido do lanche e fomos comer numa praça de alimentação mais afastada, ela foi criada para famílias com bebês de colo e pessoas com deficiência, lá não tem tanta muvuca e nem tanto barulho, favorecendo os autistas. O único shopping da cidade que tem essa opção é esse, então sempre venho aqui.

Azul é a nossa corOnde histórias criam vida. Descubra agora