Laura
O filme já estava terminando quando todas as luzes apagaram-se, a chuva ainda estava forte lá fora.
- Vamos comigo no meu quarto pegar meu celular. - Vicente falou, eu assenti e iluminei o caminho com a lanterna do meu celular para andarmos. - Vamos fazer o que agora? Estou sem sono para dormir. - disse após sentar-se na cama e colocar o celular com a lanterna acesa em cima.
- Estou sem sono também. - deitei ao seu lado. - Vamos ficar sem fazer nada, só conversando mesmo.
- Ou - pegou seu celular e desligou a lanterna. - podemos fazer outra coisa. - curvou-se em cima de mim e deu um selinho nos meus lábios. - O que você acha?
- Eu acho uma ótima ideia. - coloquei uma mão na sua nuca e a outra na sua cintura, e o puxei para mais perto fazendo-o sorrir.
Vicente contornou minha língua com a sua, inclinou sua cabeça para o outro lado e intensificou o beijo. Eu coloquei minhas mãos nas suas costas por dentro do seu moletom e senti sua pele quente arrepiar com o contato com a minha mão fria. Ele respirou fundo, apertou minha cintura com uma das mãos e juntou mais nossos corpos. Levantei brevemente minha cabeça quando ele colocou uma das suas mãos na minha nuca e puxou os fios dali. Eu puxei o lábio inferior dele e inclinamos nossa cabeça para o outro lado, toda vez que esse movimento acontecia, o beijo se intensificava mais. A minha respiração já estava ofegante, Vicente deixou um beijo no meu queijo e em seguida outro no meu pescoço. O clima frio de antes já não existia mais, meu corpo ardia, creio que o seu também, pois eu conseguia sentir sua temperatura através das minhas mãos que ainda estavam nas suas costas. Apertei sua cintura quando ele mordeu de leve a lateral do meu pescoço. Ele soprou sua respiração e eu involuntariamente iria contrai-lo, mas arqueei minha coluna lhe dando espaço para fazer o que quisesse ali. Vicente voltou seus beijos para meus lábios, mas parou quando ouvimos um barulho dos eletrodomésticos indicando que a energia havia voltado, automaticamente ouvimos o som do filme que estávamos assistindo. Encerrei o beijo com alguns selinhos, que nem havia começado direito. Vicente se afastou e sentou-se na cama, passei minha língua pelo meus lábios sentindo-os formigarem.
- Eu vou desligar a tv. - levantou-se da cama e saiu do quarto.
Eu respirei fundo, confesso que me surpreendi com o que havia acabado de acontecer, não estava reclamando, foi muito bom. Parte de mim se perguntava o que poderia ter acontecido se a energia não tivesse voltado, até aonde poderíamos ter chegado. Vicente voltou para o quarto com as bochechas vermelhas e deitou-se ao meu lado na cama, pegou uma mecha do meu cabelo e enrolou-a no dedo.
- Já está com sono? - eu perguntei.
- Ainda não, você tá?
- Um pouquinho. - respondi.
- Quer ir deitar? - se referiu ao quarto de hóspedes.
- Daqui a pouco eu vou. - dei de ombros. Peguei meu celular, liguei a câmera e Vicente fechou os olhos, fez bico e eu apenas sorri.
- Deixa eu ver. - levantou o tronco, virou o corpo em minha direção e eu mostrei a foto que havia tirado. - Ficou boa, mas tira outra agora. - disse e me beijou, eu me surpreendi, mas logo larguei meu celular em cima da cama e correspondi o beijo.
- Ok, agora vou dormir. - eu falei quando nos afastamos.
- Minha mãe deixou um pijama limpo pra você no quarto de hóspedes, qualquer coisa me chama.
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Azul é a nossa cor
Roman d'amourCostumo dizer que o autismo me prendeu em um corpo que eu não posso controlar, mas tudo bem, já tenho 18 anos e acho que posso conviver com isso por mais uns 70. Eu gosto do jeito que eu sou, afinal não sei como eu seria se não fosse eu, então prefi...