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- Então? - Laura sentou-se no sofá ao meu lado.

- Você não quer me falar nada não? - eu perguntei.

- Por que?

- Ontem, eu estava entrando no meu quarto e escutei seu celular tocando, quando fui pegar para levar pra minha mãe vi uma mensagem de uma vaga de emprego.

- Eu não esperava que eu conseguiria achar uma vaga tão rápido. - respirou fundo.

- Então é verdade?

- Vi, eu amo trabalhar aqui, juro pra você, mas não é o suficiente sabe? Apesar da sua mãe pagar muito mais do quanto era pra eu receber ainda não é o suficiente, esse dinheiro vai pro ônibus que eu pego da minha casa até aqui e o resto pra minha mãe. Com um emprego de segunda a sexta eu conseguirei um salário maior que vou usar pra pagar minha faculdade. Eu sei que eu não fui bem o suficiente no enem para conseguir passar na pública, mas sei que eu consigo pelo menos um desconto.

- Por que você não me contou antes? - perguntei chateado por ela não ter me contado.

- Eu comecei a procurar mesmo semana passada, achei que só surgiria vaga mês que vem, sempre falam que final de ano é mais difícil, ainda mais entre natal e ano novo, por isso não te contei logo. - eu apenas assenti, não tenho o que falar. - Vi, entenda, - sentou-se mais próxima e segurou minha mão. - eu vou deixar de vir aqui durante a semana, mas posso vir de final de semana, é só você me ligar que eu venho, assim como o Murilo vem.

- Vou te ligar todos os finais de semana então.

- Pode me ligar. - sorriu e eu a abracei.

- Achei que você fosse embora pra sempre, que não quisesse mais me ver, sei lá.

- Nunca. - beijou minha bochecha. - A não ser que você me peça. Nunca vou embora pra sempre. - eu sorri e apertei mais meus braços ao seu redor. Eu facilmente moraria nesses braços pelo resto da minha vida.

- Agora eu tenho que ir embora. - Laura disse.

- Não, fica mais um pouco, a gente assiste um filme.

- Não Vi, se eu ficar mais um pouco não vou conseguir voltar pra casa porque vai estar tarde e vou ter que dormir aqui.

- Não seria problema nenhum. - tombei minha cabeça para o lado.

- Não senhor. Sábado tem o show, você vai comigo?

- Vou. Achei que você estivesse brincando quando disse que queria que eu fosse contigo.

- Não seja modesto. - cutucou minha barriga. - Até amanhã. - beijou minha bochecha.

- Até.

Laura foi embora e eu fui para meu quarto. Finalmente consegui ler sem ter aquela mensagem nos meus pensamentos. Bem que a Ana me fala, precisamos saber o que realmente acontece antes de ficar nos torturando mentalmente. No final do dia, sentei com meus pais na sala para assistir televisão jornal após jantarmos.

- A Laura não vem amanhã. - minha mãe disse mexendo no celular. - Ela acabou de me mandar uma mensagem.

- Por que? - perguntei.

- Ligaram pra ela ir fazer uma entrevista. Vou ver se a mãe dela não tem dia livre pra vir ficar no lugar dela.

- Falando em vir aqui, o Murilo está sumido né? - meu pai disse.

- Ele anda trabalhando bastante com o pai dele, então a maior parte do tempo que está livre ele vai ficar com a Sofia.

- Já estão juntos? - minha mãe perguntou.

Azul é a nossa corOnde histórias criam vida. Descubra agora