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Laura

- Vicente? - o chamei - Está em que mundo? - sorri. Ele levantou a cabeça e ficou olhando minha boca, aproximou-se e encostou seus lábios nos meus, eu estava distraída, quando eu iria reagir ele saiu correndo do quarto.

- Filha? O que aconteceu? Por que ele saiu daqui correndo? - minha mãe disse ao entrar no quarto.

- Não sei. - franzi as sobrancelhas. - Ele me deu um selinho e saiu correndo.

- Ele te deu um selinho? - sorriu e sentou-se ao meu lado na cama.

- Sim, foi muito rápido, mas foi um selinho.

- Seus olhos estão brilhando. - me cutucou.

- Que? - eu perguntei.

- Seus olhos estão brilhando e a mim você não engana. Você gosta dele?

- Não mãe. Eu nunca pensei nele dessa forma, sei lá, vejo ele como um irmão.

- Sei. - estreitou os olhos. - É assim que começa.

- Vou ir perguntar porque ele saiu correndo. - levantei da cama e fui em direção à porta, mas parei ao escutar minha mãe falar.

- Filha, cuidado pra não se enganar ok? Você pode apenas não ter percebido esse sentimento.

- Mãe. - eu a repreendi.

- Só estou falando. - levantou as mãos. Neguei com a cabeça e sai do quarto, atravessei o corredor e bati na porta do Vicente.

- Vi, sou eu abre aqui. - falei, ouvi passos e logo a porta abriu.

- Oi. - ele disse.

- Por que você saiu correndo?

- Entra aqui. - deu espaço e eu entrei.

- Me diz, o que aconteceu? - eu falei após sentarmos na cama.

- Me desculpa, eu não quis fazer aquilo. - percebi que ele parou para eu falar, mas fiquei quieta para ele continuar. - Eu fui pra lá te agradecer pela carta, fiquei muito emocionado em ler e acho que fiz aquilo movido pela emoção. Eu nem se quer perguntei se você queria, só fui e te beijei. Me desculpa, espero que você não tenha ficado brava ou chateada. Não quero que você se afaste por causa disso, somos amigos não somos? Eu prometo que não faço mais aquilo.

- Não estou brava. - sorri para tranquiliza-lo. - Você me pegou de surpresa, quando eu vi você já tinha corrido. Foi só um selinho, não foi nada demais, está tudo bem.

- Mas eu fiz aquilo sem pedir sua autorização, eu prometo mesmo que isso não vai se repetir. - respirou fundo. Uma das coisas que eu mais admiro nele é essa preocupação em não magoar os outros, ele sempre se desculpa até quando não precisa.

- Relaxa. - segurei sua mão. - Você não me magoou, não estou brava, só não quero que você saia correndo daquele jeito.

- Não vou mais. - sorriu.

- Bom mesmo.

- Posso te pedir uma coisa? - assenti. - Não conta isso que aconteceu hoje pra ninguém, por favor. - pediu com as bochechas vermelhas.

- Tudo bem, só que eu já contei para minha mãe, - fiz careta. - porque ela te viu correndo, mas ela não conta pra ninguém não.

- Tudo bem, só não quero ser zoado porque te beijei e sai correndo.

- Não vou deixar isso acontecer.

- Obrigado. - poucos minutos depois eu voltei para meu quarto e dormi, só acordei com minha mãe levantando da cama.

Azul é a nossa corOnde histórias criam vida. Descubra agora