twenty four

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Ultimamente, o cansaço é algo presente no meu quotidiano.

Os estudos e o stress, a minha relação amorosa e a familiar, as preocupações e distrações. Está tudo misturado numa pequena palavra que designo de vida.

Travis, o meu irmão mais velho, tem estado trancado no quarto por vontade próprio, a jogar mais do que trabalha, acabei por concluir sozinha que podia ser uma depressão, já que a sua rotina passou a ser esta desde o dia da morte do nosso pai. Tenho andado à procura de psicólogos baratos para lhe refazerem a cabeça.

Já eu tenho andado a jantar na casa do Harry dia sim, dia não, pois não gosto de o fazer sozinha.

Quando sei que tenho tempo livre, isto é, não há trabalhos de casa a realizar, fico uma hora a ler um livro na sala com a presença da Srª. Flintson. Não é que me criem momentos que sejam inesquecíveis ou até que me dê puro prazer de relembrar, mas convivo com outras pessoas e abstraio-me dos meus problemas, concentrando-me mais no rapaz que me tem ajudado tanto.

A pessoa referida à pouco, Harry, tem estado ultimamente com mau aspeto. A sua pele ficou mais amarela, já notada na aula de Filosofia à semanas atrás, e ele igualmente tende a não comer, o que lhe fez perder 5 quilos. Que tem vindo a preocupar-me e aos seus pais adotivos.

Lembro-me, exclusivamente de uma tarde em que fiquei deitada na cama do Harry a ler enquanto ele trabalhava, encontrava-me nessa mesma divisão pela mãe do rapaz estar numa consulta familiar. Ele tinha que fazer uma construção para uma aula que se tinha voluntariado para subir a média final, lembro-me de ele querer levantar um cubo pesado, e que não tinha a força habitual para a levantar.

Eu estava afligida com o que poderia vir a acontecer.

Estava na cozinha com o rapaz moreno, a fazer uma sandes enquanto ele ficava imóvel a olhar para mim, o que me deixou extremamente desconfortável.

"Precisas de olhar com essa intensidade toda para mim?"

"Não posso?"

"Se eu ficar especada a olhar para ti também não ias gostar."

"Ia." Ele riu. "Eu gosto quando olhas para mim."

"Então não olho mais para ti." Provoquei-o, enquanto abria a caixa onde o fiambre estaria guardado.

"Só porque eu gosto que olhes para mim?"

"Não."

"Então porquê?"

"Olho menos tempo para algo tão feio."

"Agora sou feio?"

"Eu nunca disse que eras bonito!"

"Está bem."

Ele veio na minha direção, colocando-se atrás de mim, agarrou-me pela cintura e pousou o queixo na minha cabeça.

"És demasiado pequena." Provocava-me agora ele, evitando soltar um sorriso largo.

"Tu gostas." Brinquei.

"Nunca disse isso."

"Já, já."

Uma pausa de segundos que pareciam duradouros espalhou-se na pequena divisão.

"Estamos quites." Rendeu-se ele, beijando-me de seguida na cabeça. "Mesmo assim não deixas de ser pequena,"

"Bem, queres um?" Estendi-lhe uma sandes.

"Não me apetece, obrigado."

Triste, mas não querendo demonstrar, por isso, discreta, pousei a sandes em cima da mesa guardando-a para mim. Mais séria, agarrei-lhe nas mãos para ter a sua máxima atenção.

"Harry, não andas a comer nada."

"Ando a trabalhar muito, ando stressado, normal que não ande a comer nada."

"Mas tens que comer." Acabei.

A sua cabeça caiu e os seus cabelos tapavam-lhe a cara. Entrelacei os meus dedos nos seus e ajoalhei-me, fazendo com que pudesse visualizar a sua expressão e ao mesmo tempo, diverti-lo.

"Então?"

[...]

"Boa tarde, Srª. Flintson."

"Olá Erica!"

Sentei-me na pequena poltrona da tão bem decorada sala, enquanto a senhora com quem comunicava sentava-se no sofá para conversar comigo. Estava nervosa, sem razão aparente, já que conheço esta família há algum período de tempo longo.

Olhava para o chão enquanto brincava com os polegares a pensar em como é que deveria começar a frase sem parecer, de nenhuma forma, rude. A minha respiração ficou pesada assim que decidi abrir a boca para falar,  mas a senhora morena interrompeu-me, com uma pergunta.

"O que foi, Erica?"

Tentava agora falar.

"Eu não quero parecer rude, mas eu estou muito preocupada com o Harry."

"O que se passa?"

"Ele anda a perder peso, não anda a querer comer, a sua pele faz algum tempo que mudou levemente de cor. Eu queria perguntar se não era melhor levá-lo ao médico."

"Não te preocupes, querida. Ele fica assim durante o ano quando tem muito trabalho acumulado. Obrigada pela preocupação, mas eu e o meu marido sabemos muito bem o que estamos a fazer." Ela sorriu. "Bem,..." Levantou-se. "Vou preparar algumas bolachas, queres ajudar-me?"

Assenti e levantei-me da cadeira confortável, dirigindo-me agora para a cozinha. O Harry estava agora a dormir no quarto após ter acabado a construção que havia começado a fazer à algum tempo. Não conseguia parar de pensar na sua falta de força, na sua cor, na falta de apetite e de peso, mas também não conseguia parar de pensar, e era isso que me deixava confusa, eram as palavras do Harry e da sua mãe.

Eu não tinha a certeza se o que eles diziam era completamente verdade.

___

há tanto tempo que não atualizo a thanto, nem nada!

peço imensa desculpa pela espera e peço desculpa pela porcaria de capítulo, mas eu ando sem inspiração e é a pior coisa que já me aconteceu.

vou tentar que o próximo capítulo seja muito melhor!

agora, por favor, quero saber que não me abandonaram! comentem, votem, e fazem tudo o que quiserem, mas por favor, comentem, que é o mais importante para mim :)

obrigada!

Thantophobia | h.s {reeditar}Onde histórias criam vida. Descubra agora