Capítulo 6

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Uma escuridão em meio a luzes coloridas indo à todo canto. O cheiro de suor, cerveja, álcool e muitas pessoas amontoadas. Aquele clube estava tudo o que Christopher não gostava. Ele odiava locais com muitas pessoas apertadas, com uma trilha sonora aparentemente barulhenta e com um odor não muito agradável ou que talvez ele não estivesse acostumado com aquilo.

Seu rosto voltou-se a Tristan. Ele não deveria ter aceitado vir com ele, mas Tristan havia estado bastante impetrado em fazê-lo vir porque deveria colocar a cabeça no lugar. Ele estava bem, e uma festa à base de cheiro de álcool, suor e pessoas dançando em ritmo frenético não parecia ser uma terapia eficiente para fazer alguém colocar a cabeça no lugar. Pelo contrário, parecia o lugar onde as cabeças das pessoas saíam fora do lugar. Tristan não havia exatamente perguntado qual era o exato lugar que Christopher queria estar em uma noite em que estaria livre de qualquer empecilho no dia seguinte. Ele não havia perguntado e Christopher muito menos havia exposto, em palavras objetivas o mesmo desejo.

Ele não queria sair. Na verdade, não fazia isso sempre, a ser não quando Tristan parecia inventar programações sem muito esforço para uma noite. Bom, sempre era exatamente assim, Christopher desde criança nunca havia sido bom em expressar, em palavras, o que ele queria, muito menos alguém parecia adivinhar a mesma coisa. Ele não era bom nisso, a verdade seja dita. Tristan sempre havia sido a pessoa que estava à frente de escolher as brincadeiras que ele entrava, os locais que estavam com os amigos, já que todos os seus eram os mesmos Tristan e também até mesmo a festa que raramente iriam juntos.

Não era como se ele fosse a sombra de Tristan e também não era como se fosse alguém que não tivesse protagonismo suficiente para escolher as coisas por si próprio; não era isso. Ele sabia. A personalidade de Tristan por si só era um pressuposto para estar sempre à frente das coisas. Tristan era popular, Tristan conseguia ser agradável com todas as pessoas e conseguir conquistá-las muito rapidamente. Christopher era bastante tímido para fazê-lo, sempre havia sido. Sua mãe havia tentado mudar isso de alguma forma e havia visto os esforços dela, mas existiam sérias barreiras levantadas, todas concernentes à sua personalidade, e estava claro que velhos hábitos nunca mudam, isso era suficiente para entendê-lo.

Christopher tinha motivos talvez particulares para não estar ali, dado sua natureza completamente oposta às pessoas que se aventuravam na noite. Ele costumava criticar essas pessoas e por conseguinte, seu primo Tristan que era exata definição do jovem que amava o ambiente noturno dos clubes. Ele não entendia qual era o atrativo de estar em um local escuro, abafado, com uma música violenta e pessoas se esbarrando a cada minuto. Talvez aquilo fosse o cúmulo da sociabilidade de Tristan, visto que ele cumprimentava cada pessoa que passavam por eles. Ele conseguia ver todos os defeitos sem muito esforço. Na verdade, ele só não conseguia ver era o rosto das pessoas ali.

Algumas pareciam ter poucos segundos de visibilidade, sendo o exato momento em que algumas luzes pareciam pairar sobre eles, sendo o momento pelo qual Christopher conseguia notar as pessoas que estavam ali. Seu primo Tristan aparentemente procurava alguém, ainda que pensasse que estar em um clube pressupõe não procurar ninguém e divertir-se sozinho. Era o que ele sempre fazia. Eles haviam chegado até o balcão aonde um barman parecia misturar bebidas como se fora um experimento de química, parecia ser assustador o que uma mistura daquelas parecia fazer com alguém e havia visto várias vezes Tristan em situações bastante comprobatórias sobre o efeito das bebidas alcoólicas. Christopher sempre tomava algo quando estava com Tristan, mas seu medo parecia alertá-lo bem mais que qualquer outra coisa. Ele sempre havia sido a pessoa que cuidava de Tristan depois de um porre, então, um dos dois deveria estar sóbrio.

Ele tinha literalmente.

Tristan pediu uma bebida mais parecendo algo com uma coloração mais espessa e verde que flutuava, realmente chamativa e Christopher nem imaginava do que exatamente era feita, mas aparentemente parecia ser algo realmente bom, o suficientemente para Tristan mostrar em semblante o quanto estava adequado à ela. Christopher havia pedido a mesma coisa, sentindo olhar de Tristan sobre ele. Ora, ele estava impressionado? Ele não devia em qualquer das hipóteses, Christopher não era tão puritano como todos imaginavam, muito menos era alguém que desconhecia as coisas que eram concernentes aos clubes geralmente noturnos. Ele sempre se impressionava com seu primo, pelo fato de todos enxergarem nele o que ele mesmo não enxergava, Christopher era a pessoa mais pé no chão e experiente com as coisas externas à ele, sempre havia demonstrado isso. Tristan sabia que sempre estava por um caminho totalmente contrário e que seu comportamento um pouco mais exaltado o impedia de muitas coisas, uma delas era de concordar com seu pai.

Apenas um Imprevisível (Uncontrolled Guys Series Book 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora