Tudo estava perfeito.
Foi o que Christopher notou quando entrou na mansão histórica dos Grosvenor. Os detalhes pareciam tão claros e objetivos que ele se sentiu tão calmo por dentro. Ele amava onde Tristan morava e sempre havia dito à ele inúmeras vezes que sempre quis morar em um palácio, era o que aquela mansão aparentemente era. Era tudo o que ele sempre quis, o estilo, a história por trás e os detalhes tão interessantes pareciam fazer a mente dele voar em curiosidades e conhecimentos bastante pertinentes. A mansão dos Grosvenor era um dos patrimônios mais invejáveis da Europa e todos sabiam, conseguia ser um lugar aonde grande parte da história do seu país parecia conseguir ainda mais o brilho que tinha. Ele se encantou bem mais e chegou a externalizar seu tamanho sonho que muitas vezes conseguia gerar algumas reviradas de olhos de Tristan. Ele estava acostumado. Bom, morar em palácios parecia para qualquer pessoa de fora a ideia de que Christopher tinha a cabeça presa nas nuvens e que provavelmente teria algum complexo de infantilidade que não havia sido desprendida dele com o avanço da idade, mas não era assim.
Sua mãe, Eva Lawford, era irmã da mãe de Tristan. Ele e Tristan eram primos legítimos, a convivência havia sido a coisa mais lógica que poderia existir entre eles. Christopher passava grande parte do seu tempo, quando criança, com Tristan, aquele lugar parecia bem mais à sua casa que a sua própria casa um pouco mais distante deles, suas melhores lembranças, pelo menos todas que envolviam sua mãe tiveram seu ápice no lugar aonde ele estava. Ele não entendia porque passavam maior parte do tempo ali, talvez sua mãe e sua tia sempre foram muito unidas a ponto de não quebrarem nada quando ambas constituíram famílias, mas não era só isso. Christopher sabia que a casa da sua tia sempre havia sido o refúgio da sua mãe quando as coisas se voltavam difíceis para ela.
O coração de Christopher se apertou dentro seu peito ao lembrar as vezes que viu sua mãe chorando no quarto, seus olhos azuis tomados por uma cor vermelha e seu recolhimento tão doentio que até ele parecia querer chorar também quando ela se colocava assim, mas sempre havia sido uma criança segura sobre o que via. E sua mãe sempre lhe dizia que estava bem, mudando completamente o assunto dizendo para ele que seria um grande homem e que sempre estaria orgulhosa dele por isso. Ele sempre soube que a mudança de assunto era somente sua mãe lhe poupando dos problemas que todos os dias ela tinha que lidar, principalmente das coisas que ela realmente tinha que lidar. Depois de tudo, talvez ela não estivesse tão orgulhosa depois que Christopher assumiu o que ela sempre tinha medo.
Ele ignorou. Sua mãe, sempre estaria orgulhosa dele.
Por um momento breve, Christopher a enxergou na sua frente.
O rosto dela, olhos azuis brilhantes como as águas do oceano mais puro, amáveis e compassivos, e um sorriso tão perfeito que fazia o seu coração ignorar a tristeza e querer sorrir também. Ele sorriu fraco e dolorido, abaixou sua cabeça e olhou novamente encontrando o local perfeito pelo qual sua mãe parecia também amar. Ela provavelmente amaria essa noite, ele sabia. Ela sempre havia contado para ele as histórias dos castelos, dos palácios, dos reis e rainhas da Inglaterra e principalmente como sua irmã havia conhecido o amor, Christopher sempre havia amado aquela história, ele nunca havia conhecido o motivo de gostar tanto dela, talvez fosse porque conseguia ver o brilho nos olhos da sua mãe contando uma história que não era dela, ele podia notar até a felicidade dela pela felicidade da irmã.
Christopher havia constantemente se perguntado se ficaria tão feliz pela felicidade de uma outra pessoa como sua mãe ficava. No passado, ele havia acreditado que sua mãe estava feliz porque era sua irmã em questão, um irmão deveria ficar feliz pelas conquistas, sucesso e felicidade da outra pessoa isso era básico, mas não era só isso, a felicidade das outras pessoas também conseguiam deixá-la feliz e isso motivava de alguma forma Christopher a querer ser como ela e ser feliz por ver uma pessoa feliz. Ele claramente havia conseguido, tornando-se algo que não havia sido forçado, ele queria é claro, mas tudo veio à ele como que em forma tão discreta que a sensação de estar bem consigo mesmo era sua maior recompensa depois de tudo. Christopher estava longe de ser como sua mãe, ele se contentava em somente parecer com ela fisicamente como todos diziam à ele, mas ele queria tudo o que era relativo à ela, pois significava que a distância entre eles era diminuída, talvez até mesmo para as pessoas em volta.
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Apenas um Imprevisível (Uncontrolled Guys Series Book 2)
RomanceChristopher Warris é o herdeiro de um império multimilionário governado sob punhos de ferro. Ele é um jovem sob controle que vive suprimido, sob os olhos e a sombra do pai, ele é alguém manipulado, ele sabe, mas ama seu pai. E para o seu desastre as...