Apenas um Imprevisível (Uncontrolled Guys Series Book 2)

Capítulo 32

Richard olhava quase sem piscar Christopher sentado na cabeceira daquela mesa de vidro da sala de reuniões, enquanto o novo diretor de finanças comerciais estrangeiras das Indústrias Warris explicava como estava o cenário dos negócios e o dinheiro envolvido nas corporações associadas, ele olhava para ele com interesse, assentindo a cada palavra que saia da boca dele e permanecendo ali o mais firme que ele podia ter visto dele. Aquela era uma reunião extraordinária convocada para estabelecer os novos rumos do negócios internacionais das Indústrias Warris e a mudança prevista por Christopher muito antes da mesma reunião ser convocada, nenhum dos cinco empresários que estavam ali, com os quais Michael mantinha carregamentos e exportações, sabiam da real necessidade daquela reunião, eles não eram exatamente sócios de Michael nos negócios internos, não havia necessidade de estarem ali, e então Richard manteve suas leves suspeitas, com algo lhe incomodando consideravelmente.

Apesar de Richard não prestar devida atenção ao que aquele homem estava falando e muito menos estava interessado em sabê-lo, os outros estavam completamente interessados em cada detalhe exposto, ele somente olhava para Christopher, ele não conseguiu desviar seu olhar nenhum momento dele e se fosse honesto consigo mesmo ele não faria mesmo se conseguisse, visto que estava quase impossível ignorar aquele menino com bochechas coradas, como um anjo, perto de um monte de homens que não tinham nada a não ser mãos sujas, olhando para um outro como se ele fosse o centro da sua atenção. Richard sentiu um sabor amargo na sua boca. Ele tentou concentrar-se diretamente naquele homem tentando encontrar o entendimento do que ele falava ou pelo menos descobrir o quão aquilo era importante para ele.

Não conseguiu e então ele voltou seu olhar para Christopher, algo sacudiu seu estômago, ele ficaria ali durante toda a reunião, mas ele encontrou o garoto olhando em sua direção com um olhar avaliador.

O coração que Richard acelerou no seu peito, seu estômago repleto de borboletas voantes e suas mãos começaram a suar.

O olhar suave de Christopher somente ficou alguns poucos segundos e logo ele voltou seu olhar para aquele homem, algo dentro de Richard decepcionou-se, quase como se um balde de água fria fosse jogado nele, podia tocar a indiferença e impessoalidade de Christopher com relação à ele, sabia do motivo, ele sabia que era digno daquilo, e sabia bem mais que o que Christopher fazia era pouco para o que ele merecia, mas essa mesma indiferença e impessoalidade estava fodendo o juízo de Richard, deixando-o ansioso e agoniado. Ele viu, sem muito esforço, durante quase um mês inteiro, Christopher tratá-lo normalmente, como se ele fosse uma pessoa comum e que não havia feito nada para ele, uma pessoa que não o havia feito sofrer, um homem que não tinha culpa de nada na vida dele, só que ao mesmo tempo que Christopher se mostrava dentro dele mesmo, esse mostrava totalmente alheio ao que Richard fazia perto dele, como se reconhecesse que ele estava ali, mas não desse bola alguma para nada.

Então, Richard começou a chamar a atenção de Christopher para ele, como um fodido cachorro carente de atenção do seu dono.

Richard convocou, durante o mês inteiro, mais de seis reuniões com Christopher, sabendo que na realidade o limite máximo de reuniões eram duas. Não havia algo a ser dito, os carregamentos que Christopher lidava chegavam muito antes do previsto, ele não tinha o que reclamar e com as normas totalmente invejáveis em questão de segurança e gestão também não, e como ele fez, externalizou em uma das reuniões o quão bem Christopher estava trabalho na direção das Indústrias Warris e na estação portuária anexada, não recebendo muita coisa, somente um sorriso tímido de Christopher, aquele mesmo sorriso que ele dava quando era elogiado, com as covinhas aparentes e um leve um rubor ressaltando suas bochechas. Porra, Richard sentiu-se um fodido doente por aquele sorriso.

O fato de que Richard estava extrapolando seus limites parecia não ser levado em conta por ele, não ligava para nada que concernia a isso, e Christopher parecia também não se importar muito com os limites sendo ignorados por parte dele. Christopher, com toda a paciência e serenidade do mundo, aceitou as solicitações de reunião, pelo menos as que extrapolaram o acordo, recebendo Richard em seu escritório na sede e outras na sua casa, ele não reclamou de nada e muito menos situou qual era a situação dele ali, pelo contrário, foi muito gentil e fez Richard se foder bem mais do que ele já estava fodido. Ele respondeu a todas as perguntas idiotas como se elas fossem realmente importantes, ele esclareceu as dúvidas que Richard nunca teve, ele explicou dados que Richard sabia o que significavam, ele reforçou indicadores de qualidade que Richard sabia muito bem o que indicavam e para que eram usados. Resumindo, ele fez de tudo para chamar e ter atenção de Christopher nem que fosse por míseros quarenta e cinco minutos, sem ter lógica alguma nos seus métodos.