Christopher olhou para televisão tentando concentrar-se no programa que estava passando.
Ele não conseguiu.
Tentou uma, duas, três, quatro, cinco vezes e nada e o pior ele podia sentir o olhar de Petrus nele, observando-o como se ele fosse um fodido doente, mas, era isso que Christopher estava se sentindo, um maldito doente que não conseguia fazer nada direito consigo mesmo. Suas semanas na Rússia estavam chegando ao fim, seus compromissos estavam quase todos terminados, não faltava muito, mas ele não conseguiu ter o que ele queria.
Esquecer Richard.
Christopher disse para si mesmo, várias vezes, que não havia nada de novo em Richard, ele era como todos os outros, tinha um objetivo ao se aproximar dele, isso deveria ser o suficiente, mas ainda sim, Christopher pensava nele o dia todo, como se aquele homem estivesse na sua corrente sanguínea e, para tirá-lo custaria sua vida como consequência.
Ele se fez acreditar a todo momento que não devia pensar em um homem que havia dito para ele ir embora, que o chamou de idiota, imbecil e muitos outros nomes. No entanto, ele concordou com a última parte, era um idiota por pensar nele, era um imbecil por sentir ele à noite do seu lado na cama, um idiota por pensar nos beijos dele, imbecil por pensar no corpo dele e um fodido idiota e imbecil por querê-lo mais que qualquer outra coisa naquele momento. Christopher podia ver sua dignidade mortificada no lixo mais próximo, como um alimento estragado, mostrando para ele que aquilo era a pior coisa que ele havia feito em vinte e um anos de vida, pensar todo o segundo no homem que não o queria perto.
Ele era mesmo um idiota e isso adoecia Christopher por dentro. A todo momento ele pensava no que seu pai havia dito: Um homem como Richard nunca se apaixonaria por você. Talvez seu pai sempre esteve com a razão, isso confirmava sua idiotice, Richard nesse mesmo momento poderia estar com alguém, Richard nesse exato momento poderia estar beijando alguém, Richard neste exato momento devia estar abraçando alguém, Richard neste exato momento poderia estar com alguém fazendo sexo e Christopher era somente um menino apaixonado que sofria por alguém que não queria ele e que havia exposto, sem muito esforço, que não o queria mais perto.
O estômago de Christopher apertou-se em um punho, ele soltou lentamente o ar do seus pulmões, aquilo foi um pouco doloroso, embora ele já estivesse quase acostumado com aquele nó crescente na sua garganta a cada fodido segundo querendo saber o que Richard estava fazendo, se estava com alguém mais e se já o havia esquecido. Christopher estava tão longe dele mesmo, escondido em um poço escuro aonde nada e ninguém conseguiria salvá-lo
Ele se recusava a chorar, ele havia feito isso muito bem, mas suprimir o ato de despejar lágrimas parecia sobrecarregar tanto o coração dele fazendo-o se sentir tão suprimido e pesado por dentro como se estivesse com tantos pesos sobre seus ombros e suas forças eram diminutas diante daquilo.
Nesses dias, Christopher somente enterrou seu rosto contra o travesseiro, suprimindo até mesmo sua respiração, logo depois ele ficou olhando para o nada e pensou exatamente em tudo o que ele conseguia, tudo estava relacionado à Richard e se ele fosse honesto consigo mesmo aquilo parecia uma doença terminal. Christopher se sentia doente por dentro, ele não tinha vontade de fazer nada, muito menos fazer algo que ele pudesse esquecer Richard, os compromissos que ele havia estado em representação de seu pai não conseguiram fazer o mínimo do esperado, Christopher parecia longe ouvindo palavras sussurradas bem no final de um túnel, ele havia sido trazido a realidade quantidades de vezes pela sua assistente nas reuniões e atraindo olhares afiados e quase mortíferos de empresários impiedosos que já olhavam em sua direção com tamanho desprezo e desdém, ele tentou suprimir tudo o que ele tinha por dentro tantas vezes que chegava ser uma piada o fato de que ele não conseguiu nada, ele terminou as reuniões, finalizou os contratos, acertou negociações que seu pai estava mantendo e emitiu seus relatórios com muita precisão, mas ele não se comprometeu mentalmente com o que estava fazendo, aquilo era frustrante, seu pai o chamaria de doente, Christopher definitivamente não se sentia um Warris. Um Warris não dependia de ninguém, um Warris não sofria por coisas banais, em tese sofrimento nem estava no linguajar de seu pai, mas ele estava ali doente e com seus ânimos bem abaixo das coisas que ele sempre havia mantido bem abaixo do limite.
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Apenas um Imprevisível (Uncontrolled Guys Series Book 2)
RomantikChristopher Warris é o herdeiro de um império multimilionário governado sob punhos de ferro. Ele é um jovem sob controle que vive suprimido, sob os olhos e a sombra do pai, ele é alguém manipulado, ele sabe, mas ama seu pai. E para o seu desastre as...