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— Eu vou querer uma caixa de Marlboro também.

Billie empurrou uma garrafa de whisky no balcão da loja de conveniência e passou a mão no cabelo. Permitiu-se fechar os olhos suspirando por alguns segundos. Só então ela percebeu o quanto eles estavam ardendo. Mas nada se comparava com a dor que ela estava sentindo no peito agora.

O dono do bar hesitou a olhando por uns segundos.

— O que está esperando?

— Posso ver a sua identidade, mocinha? — Billie soltou uma risada nasal sem humor.

— Sou filha das pessoas que praticamente são donas dessa cidade. — Ela tirou a carteira do bolso e bateu com a identificação no balcão da loja. — Agora, se você quiser continuar com esse seu trabalho incrível nessa lojinha, não vai fazer diferença ou não eu ter 21 anos. — Inclinou-se um pouco mais para a frente em ameaça. Me dê logo a droga dos cigarros.

O homem assentiu tratou de pegar uma sacola de papel para guardar a bebida e pegou a caixa de cigarro que estava na vitrine embaixo do balcão.

— Boa escolha, senhor. Tenha um ótimo dia. — A garota deu um sorriso sarcástico pegando a sua identidade, deixando o dinheiro - uma quantia bem maior do que deveria -, pegou as suas coisas e saiu da loja. Fazendo o pequeno sino acima da porta soar.

Eilish não sabia o que estava fazendo, ela só queria esquecer aquele aperto no peito e a culpa. Culpa. Talvez seja o que esteja a enlouquecendo, as cenas de mais cedo, a decepção, raiva e dor... Billie havia quebrado a promessa que fez a ela, fez Elena chorar. A machucou e isso estava acabando com ela.

De longe essa dor que estava sentindo não deve ser tão grande quanto a dela.

— Idiota... Idiota... Idiota... — Ela se olhou pelo espelho do retrovisor interno do carro. Seus olhos estavam vermelhos, carregados de angústia. — Grande idiota, isso o que você é.

Ela ligou o carro, mas deu uma enorme golada na garrafa de Whisky Moonshine e colocou a garrafa entre as pernas para então começar a dirigir, não queria mais se olhar no espelho, sempre que se olhava no espelho e só sentia desgosto, não queria ser mais aquela pessoa. Já estava cansada de ver o que refletia nele.

As lembranças de mais cedo na escola sempre que voltavam, ela machucou uma pessoa tão preciosa quanto Elena. Aquilo a fazia beber cada vez mais e começar a chorar novamente.

Enquanto dirigia sem rumo pelas ruas de Los Angeles, Billie viu no identificador de chamadas do carro que Finneas estava ligando. Ela deu uma risada, era incrível como seu irmão mais velho sempre a ligava quando ela mais precisava, parecia que estavam conectados mesmo estando a quilômetros de distância.

Hey, Bil. Tudo bem?

— Defina bem, irmão. O que é bom para umas pessoas, pode não ser bom para outras, sabia? É uma pergunta vaga demais. — Concluiu bebendo mais um pouco do conteúdo.

Billie... você está bêbada?

— Não sei, estou? — Sorriu para frente, ela ouviu o irmão suspirar do outro lado da linha.

— Por favor, me diga que não está dirigindo.

— Eu não estou dirigindo, Finneas. — Billie disse e deu uma risada olhando para o aparelho como se estivesse o fitando ali, a sua falta de atenção na rua - e o já alto índice de álcool no seu corpo - a fizeram sair do caminho da rua e quase subir na calçada. — Merda! Desculpe. — Pediu olhando do retrovisor para as pessoas.

Eu não acredito nisso, Billie... Pare de dirigir e me diga onde você está, eu estou indo.

— Finneas, relaxe, okay? Eu estou bem. Eu... eu realmente preciso falar com você. Posso ir aí no seu apartamento?

Bully // Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora