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ELENA

— Querida, que bom que está melhor para ao colégio. — Meu pai disse animado quando eu sorri e me sentei na mesa junto a ele.

— Sim, eu teria que voltar alguma hora, não é? — Falei e peguei o cereal. — E eu estou me sentindo melhor mesmo, pai.

— Fico feliz, querida. — Sorriu e esticou-se para me dar um beijo no topo do cabeça. — E então... hm... Steve me disse que teve uma visita ontem à noite...

Meu pai disse em tom de assobio, deixando a frase no ar e eu já sabia que queria saber mais. Assim que Steve ouviu o seu nome e sobre o que meu pai estava falando, parou no meio do corredor e deu meia volta.

— Quem era?

— Uma amiga.

— Não pensei que tivesse outra amiga além de Noah, Elena... e vocês bem...

— Terminamos. — Completei. — Enfim, era uma outra amiga, pai.

— Que seria...? — Ergueu uma sobrancelha.

— Por que esse interesse do nada, pai?

— Porque você só enrola assim quando sabe que eu vou ficar bravo com algo. Steve não quis me contar que tinha alguém aqui e eu sei muito bem que vocês são cúmplices.

Eu nada disse, apenas continuei mastigando o cereal.

— Elena.

— Pai, se você sabe que vai ficar bravo, por que quer saber então?!

— Você anda bem mudada de uns tempos 'pra cá, reparou nisso? — Suspirei soltando um ar pesado. — Desde que começou aquela--

— Billie. Era Billie quem estava comigo ontem. — Disse de uma vez, meu pai pareceu ficar sem reação. — E foi ela também que me convenceu a ir para a escola, então eu acho que o senhor deveria agradecer a ela. — Soltei um pequeno sorriso irônico.

— Eu não acredito nisso... Elena, eu não quero aquela garota aqui de novo, me ouviu? Nunca mais. Quero que se afaste dela, entendeu bem?

— Como é? Você não pode me obrigar a me afastar dela, pai!

— Claro que posso, eu sou o seu pai e vou fazer o que for preciso para te manter bem, mesmo que isso signifique que eu tenha que contratar um segurança para você. — Ele não estava falando sério, só podia ser brincadeira. — Ele vai ficar ao seu encalço a qualquer passo que você der, Elena. Falo sério se você não desistir dessa ideia estúpida de pensar em ter qualquer tipo de relação com essa garota novamente.

Meu pai suspirou pesado passando as mãos no cabelo, eu estava boquiaberta. Ele fechou os olhos momentaneamente e se aproximou de mim.

— Eu não vou deixar aquela garota brincar com você novamente, filha... — diminuiu o tom agora, estava mais sereno. —... você está se deixando levar de novo porque ainda nutre sentimentos por ela, é normal nessa idade...

— Desde quando o senhor sabe o que é melhor para mim, pai? Você só vive de trabalho desde que... desde que a mamãe morreu. Não diga que sabe o que é melhor para mim, porque é mentira, você parece mais um fantasma do que um pai. O senhor sempre decide que vamos mudar de cidade por causa do trabalho e a minha opinião nunca importa! Não parece que moramos na mesma casa, o senhor reparou nisso tudo também? — Falei me levantando.

— Onde pensa que vai, Elena? Volte já aqui, mocinha, não terminamos essa conversa! — Gritou dessa vez.

— Terminamos sim, o senhor pode achar que eu estou sendo ingênua como sempre, mas eu mudei mais do que pensa. — Me virei para encará-lo. — Billie mudou muito, mudou de verdade, isso não tem como fingir e vem sendo uma amiga e me ajudou sempre que eu precisei! Enquanto o senhor estava ajudando alguém porque alguém sempre de você, mas a sua própria filha não é a droga da sua prioridade!

Bully // Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora