Bully // Billie Eilish

•4•

ELENA

Eu esperava por Billie há pelo menos uns quinze minutos.

Gazzy, Diego e Ty, se não me engano, se aproximavam cada vez mais. Eu sei que era o horário da saída por isso vários alunos já passaram perto de mim, todos me encarando, e isso me deixava nervosa. Minha respiração ficava alterada e eu odiava ficar tão ansiosa, era uma bela merda a sensação de estar sendo observada toda hora.

Eu queria estar com Noah agora, mas ela infelizmente não veio hoje, estava passando mal como disse na mensagem. Depois de descobrir o que Billie queria comigo, eu iria visitá-la, eu realmente gostei dela.

Eu já esperava pela presença deles aqui perto de mim, me xingando, fazendo aquelas gracinhas como no primeiro dia, mas de repente, os três viraram à direita seguindo sorridentes o caminho. Eu vi algumas, muitas, pessoas fazendo isso também.

Para onde eles estão indo? Como Billie já estava atrasada mesmo, eu decidi ir até onde as pessoas estavam indo também, eu sou meio curiosa mesmo. Ok, bastante curiosa.

Conforme eu me aproximava, eu observava melhor um grande círculo de alunos se formando envolta de duas pessoas.

De Billie e um garoto com o nariz sangrando bastante.

Mas que merda...? Foi por isso que ela se atrasou? Para ficar batendo em alguém? E o pior é que esses idiotas não fazem nada, apenas riem e observam tudo como se fosse um grande espetáculo.

Eu fui me enfiando por entre as pessoas ali, ouvindo resmungos e reclamações, mas sem me importar, é claro. Agora os vendo bem melhor, Billie e o rapaz estavam no centro do círculo e ela o golpeou com um soco bem forte que o fez cair. Enquanto eu imaginava o quanto aquilo deveria ter doído, já que ela estava com os seus vários anéis, as pessoas vibraram com aquilo.

Billie deu um sorriso convencido olhando em volta, como se estivesse se gabando (o que eu acho que ela estava fazendo), mas ele foi diminuindo quando nossos olhares se encontraram, quase que totalmente reduzido, ao contrário da minha raiva, que estava ponto de entrar em combustão.

— Pare com isso, Billie! Ele já está no chão! — Eu falei mais alto já que as pessoas pediam que ela continuasse essa idiotice, bando de covardes.

— Fique bem quietinha aí. Não se meta, rabo de cavalo. — Ela apontou para mim antes de começar a andar na direção do rapaz caído novamente.

— Não... O quê? Me solta! — Eu tentei a impedir, mas fui segurada por trás. Assim que olhei para cima vi Gazzy me olhando e alternando o olhar para frente com um sorriso.

— Billie disse para você ficar quieta, sardentinha, então fique quieta. — Me olhou rapidamente e então desviou o olhar para os dois, Deus, eles pareciam loucos. — Aproveite o show.

Logo que olhei para frente, observei Billie segurando o garoto pela gola da camisa. Eu não podia mais ver isso. Reunindo toda força que eu tinha, dei uma cotovelada no em seu estômago e consegui me livrar de seu aperto.

— Billie, pare com isso! Qual o seu... — Eu falei a "puxando", mas ela mal se moveu, e entrei no meio dos dois. Sentindo uma grande dor no meu rosto na hora. Depois disso eu fui parar no chão.

— E-Elena... Merda, me desculpa... — Essa era a voz que eu não esperava ouvir, ainda mais em um tom tão surpreso e... Culpado? Não, impossível.

Eu nada falei, apenas a olhei tão seriamente que até me espantei quando ela recuou um pouco antes de voltar a sua casca impenetrável de "badass". Meu nariz sangrava bastante e doía como o inferno.

— Eu... Porra, por que você fez isso? Elena, por que entrou no meio? Eu te disse para não se meter!

— Você estava sendo a porra de uma covarde batendo nele e ninguém fazia nada, eu... Ai... — Eu tentei me levantar, mas a minha cabeça estava doendo bastante. Fazia um tempo que eu não levava um soco tão forte.

— Eu... Vem, eu te ajudo...

— Eu não preciso da droga da sua ajuda, Billie. — Ela tentou me ajudar esticando a mão, mas eu não deixei.

— Por favor. — Ela pediu-me, isso foi um choque para mim, não sabia que ela conhecia as palavrinhas mágicas. Seu olhar também era culpado... Arrependido, mas ela não parecia estar nenhum um pouco assim enquanto batia no garoto. O que mudou?

Eu assenti e ela me ajudou, me deu apoio para que eu ficasse em pé.

— Eu vou te levar para minha casa, depois que ficar tudo bem e que você não estiver mais sangrando eu te deixo na sua.

— Billie, não precisa. Eu posso muito bem--

— Eu não estava te dando opções, Elena. Vamos.

Como eu poderia não obedecer com ela me olhando dessa forma?

— Mas... E ele? — Perguntei antes de recomeçarmos a andar, Billie bufou revirando os olhos.

— O que é que tem?

— Não pode deixá-lo aqui no meio do estacionamento da escola.

— Não se preocupe, ele não vai falar que fui eu.

Se ele fizesse isso seria bom.

— Acabou com as perguntas? Agora vamos. — Disse impaciente como o habitual e pegou em meu braço me levando até o seu carro, mas eu me soltei depois de uns segundos.

— O que foi agora?!

— Eu não vou à lugar nenhum com você senão ajudar ele. — Foi a minha vez de falar firme.

— Você está brincando comigo? Mas que porra, Elena, vamos logo.

— Você me ouviu, Billie. Eu estou falando sério, ajude ele.

Billie deu um longo suspiro fechando os olhos. Caramba, ela devia estar prestes a explodir de raiva já que estava ficando bem vermelha.

— Gazzy, Diego, ajudem aquela coisa.

— É sério isso, Billie? Você nunca fez isso. Vai acatar as ordens da sardenta agora? — Gazzy falou incrédulo a olhando.

— Não me provoca, porra. Só faz logo a merda que eu mandei ou então você já sabe. — Ela rosnou aprontando o dedo na cara do rapaz. — Agora vamos.

Billie pegou em minha mão, estranhamente, sem muita força e nos dirigiu até o seu Dodge Challenger.