Bully // Billie Eilish

•2•

ELENA

— Larguem elas.

A garota falou aproximando-se de nós e os garotos fizeram isso na hora. Eu apenas juntei as sobrancelhas em um momento de confusão até ligeiramente lembrar-me do que Noah disse antes... Essa deve ser a garota que ela estava se referindo que deveria ser a "líder" dos três.

Gazzy deu um pequeno passo para trás, eu só pude ver por que estava o olhando atentamente.

— Vocês estão surdos? Eu perguntei o que porra está acontecendo aqui. — A garota tornou a falar olhando para cada um deles depois de tirar os óculos escuros lentamente.

— Eu... Billie, a gente... A gente só ia se divertir um pouco. — Gazzy titubeou a olhando.

— Por quê?

— Noah estava nos tirando do sério, passou dos limites hoje.

— Pare de falar merda, seu imbecil. Olhe para você, parece um cachorrinho com o rabinho entre as pernas para falar com ela. — Noah riu, Gazzy ficou vermelho trincando o maxilar.

— Cala a porra dessa sua boca, sua puta--

— Ei, ei. Relaxa aí. — A de cabelos verdes o impediu de avançar em Noah.

— Mas, Billie, ela...

— Eu disse para você relaxar, Gazzy. Então relaxa. Vai dar uma volta, ou melhor, todos vocês. Se mandem daqui agora. — A voz que ela usou era firme. Ty e Diego fizeram menção de sair logo.

— Vamos, cara. — Diego disse falando para Gazzy, que permanecia no mesmo lugar. Ele mandou um olhar bravo para Noah uma última vez antes de fazer o que a garota mandou.

— Porra, Cyrus... Eu tento te ajudar, mas você é foda. Que merda, você tem que parar de provocar eles, não posso ficar te livrando toda hora. — Noah suspirou indo até ela.

— Eu não fiz nada demais, Billie. Eu apenas protegi a Elena.

Com isso a atenção de Billie pousou em mim, o olhar dela era intenso. Eu fiquei um pouco assustada. Ela caminhou até mim, eu estava encostada na fileira de armários embutidos na parede.

— Então você deve ser o motivo de tudo isso, hum? - Billie me olhava em curiosidade, inclinando a cabeça levemente para o lado direito. Sua mão estava prestes a tocar o meu rosto, entretanto, Noah a impediu. Tocando o seu braço. Bastou apenas um olhar de Billie para que Noah logo tirasse as mãos dela e recuasse.

Eu já disse o quanto a áurea dessa garota é fodidamente intimidante?

— Billie, não faça nada com ela.

— Quem você pensa que é para me dar ordens ou tocar em mim, Noah? Eu já fui legal o suficiente com você hoje. Agora saia daqui. — Com isso ela olhou para mim novamente, pelo amor de Deus, eu não quero ficar sozinha com essa garota.

— Eu não vou falar duas vezes, Noah. — Billie disse ainda me olhando e eu senti o toque da ponta dos seus dedos em minha mandíbula. Eu quase implorava para que Noah ficasse com os meus olhos, mas, infelizmente, ela deu as costas me lançando um olhar culpado.

Merda.

— Qual é o seu nome, princesa?

— Elena. E-Elena Simmons. — Ela sorriu com o meu explícito nervosismo.

— Não precisa ficar nervosa, princesa. Não há motivo para isso, a menos que você faça algo errado, é claro. Eu sei que você é nova, então eu vou te falar a coisa mais importante se não quiser problemas aqui. Eu governo aqui, essa escola é o meu reino. Se eu mandar você fazer algo, você não pensa duas vezes antes de fazer entendeu?

Ficamos em silêncio. O que eu poderia falar depois dessa ameaça? Meu cérebro parecia ter entrado em curto-circuito com essa mulher.

— Eu te fiz uma pergunta, rabo de cavalo. — Ela puxou o meu simples penteado com força e eu dei um grunhido de dor. - Eu odeio quando não me respondem, princesa. Não quer me ver irritada, quer?

— N-não, Billie.

— Ótimo, então me diga se você entendeu o que eu disse ou não.

— Eu entendi sim. Eu farei o que você quiser senão quiser problemas. — Eu disse a olhando nos olhos e então Billie deu um leve sorriso, quase imperceptível.

— Muito bem. — Ela me soltou. — Você é boa em exatas?

- O quê?

- Você é algum tipo de uma idiota? Não sabe o que são matérias de exatas ou só 'tá querendo me irritar? — Perguntou impaciente.

— Não, eu... eu sou boa em exatas. — Respondi olhando para baixo.

— Ótimo, você vai fazer os meus deveres a partir de agora.

— Mas... — Eu juro que não queria falar uma só palavra. Billie já havia me dado as costas para ir embora e eu queria muito sair dali também, porém eu não consegui segurar o questionamento. Eu tenho muitos deveres, além das aulas regulares, eu ainda teria os deveres das aulas especiais. Como teria tempo para fazer os meus e os delas.

— "Mas"? Você disse "mas", rabo de cavalo? - Billie se aproximou novamente. — Você é surda por acaso? Não ouviu o que eu acabei de falar ou é a porra de uma retardada mental? Está querendo me testar mesmo, hm?

- Eu... Eu na-não...

— Você não o que? Não é surda ou não é retarda mental, rabo de cavalo? - Segurou o meu rosto com uma mão. — O que? Não consegue me responder?

— Eu vou... Eu vou fazer os seus deveres, Billie. — Respondi com dificuldades pelo seu aperto.

— Por que as pessoas sempre têm que aprender da maneira mais difícil? - Ela riu me olhando de cima a baixo e finalmente me soltou, começando a andar para longe.