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Abriu os olhos com dificuldade, uma luz forte fazia seus olhos arderem. Onde estava? Não sabia, mas era confortável e quentinho, do jeito que a fazia querer dormir um pouco mais. Apertou os olhos e se sentou no que descobriu ser um sofá verde, num tom oliva, bonito.

- Mas que porra? - murmurou confusa enquanto olhava em volta.

Não via nada de estranho, somente móveis no estilo rústico, paredes verdes e um tapete redondo feito de corda. Seu olhar se abaixou para seu colo, um cobertor verde, quase do mesmo tom do sofá, a cobria, esquentando suas pernas e sua enorme barriga.

Estava frio, pelo barulho que vinha de fora uma tempestade caía com raiva, daquelas que congelam tudo que está no caminho.

Suspirou pesadamente.

- Alguém aí? - gritou ainda sentada, mas se levantou quando não ouviu ninguém. - oi?

O cobertor verde caiu aos seus pés.

- Olou? Alguém aí? - gritou de novo.

Ela andou um pouco pela sala, seus pés inchados pela gravidez doíam, mas isso não impedia sua curiosidade de trabalhar.

- Ei, alguém? - gritou outra vez e não obteve resposta.

Já estava atrás do sofá, que ficava no meio da sala de frente com uma escada, escorada na escada para descansar um pouco. Seus pés estavam a matando, e a curiosidade também.

Não estava com medo, não era medrosa. Foi criada com dois irmãos, normalmente ela era a assustadora, o cão de guarda.

Sua respiração engatou com um barulho de pés batendo na medeira do outro lado da porta, sua primeira reação foi olhar para o sofá, mas não ia correr até ele com os pés daquele jeito, então permaneceu em pé esperando a porta de abrir. Observou um homem moreno entrar com lenha nos braços, fechando a porta com os cotovelos. Ele tinha um penteado diferente, mas que destacava os belos cabelos negros.

Ele se virou e a olhou, sem mudar sua expressão entediada, ou indiferente, ela não conseguia distinguir.

- Vejo que acordou. - ele comentou.

- Quem é você?

Direta, Temari sempre foi assim.

- Shikamaru Nara, e você?

A simplicidade com que ele a respondia a deixava esbabacada, mesmo que não demonstrasse. Ele parecia estar normal, nem ao menos fazia questão de olhar pra ela enquanto falava, estava ocupado jogando lenha na lareira mais a frente do sofá.

- Você pode explicar o porquê de eu estar aqui? - questionou firme.

- Te achei desmaiada na neve, pouco antes da tempestade começar. Sei que não me conhece, mas saiba que eu não deixaria uma mulher grávida daquele jeito, na verdade eu não deixaria ninguém daquele jeito.

Alguns minutos de silêncio se fizeram presentes, somente o barulho da lenha queimando estalava no ar. Temari ponderou de deveria agradecer ou fugir, mas provavelmente não conseguiria o último.

- Obrigada, Senhor Nara.

Ele mexia na lenha, de costas pra ela. Seu casaco verde parecia quentinho, e pela grossura do pano dava pra perceber que ele era um pouco magro, não muito.

- Só Shikamaru, Senhor só meu avô.

Temari riu.

Shikamaru não parecia uma ameaça, mas se tentasse fazer alguma coisa, ele aprenderia que ela sabia se defender muito bem.

- Deve estar com fome. - ele se levantou com a mão no Joelho e olhou pra ela com os olhos negros. - Acho que já ficaram muito tempo sem comer, vou fazer alguma coisa pra vocês. Alguma coisa que não possa comer?

Isso soou como um garçom de restaurante quando pedimos uma opinião sobre o que comer.

- Como de tudo.

- Ótimo.

Ele atravessou a sala, indo até a porta ao lado de um armário rústico muito belo, cheio de vidros de bebida. o seguiu.

- Vou fazer algo rápido. - ele disse pegando alguns legumes na geladeira. - E só pra avisar, uma média vai vir, ela é confiável e muito boa no que faz.

Médica?

- Ela é mesmo confiável?

Estava escorada na porta da cozinha, também verde e marrom, segurando a barriga.

- Ela é minha amiga, estudou comigo a vida inteira. Cuida de muitas pessoas boas, ela é cuidadosa e gente boa.

- Certo.

Não está tão certo assim, mas era melhor do que retrucar. Sua cabeça estava doendo e seus pés já não mexiam mais de tão inchados.

- Vá pro sofá, ligue a televisão e descanse. Quando terminar aqui eu levo pra você.

Ela assentiu, estava dolorida demais pra retrucar.

Se fosse pra morrer nas mãos desse homem, então iria ir sem dor nos pés.

Caminhou lentamente até o sofá e se encostou nele, um aliviou imediato tomou conta de si.

- Olha bebê, se eu soubesse que seria tão dolorido não teria feito certas coisas.

Pegou o controle na mesinha do lado e ligou a televisão.

Entre muitas coisas que estavam passando, a maioria sendo idiotas fazendo merda, ela optou pelo melhor desenho infantil da vida:

Tom e Jerry.



Cozinha na visão da Temari:

Cozinha na visão da Temari:

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