O Lobo

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Temari havia mesmo mudado, mudado de verdade. Uma criança é capaz de mudar qualquer um e ela era a prova disso.

Temari, a mulher que já foi conhecia como o demônio mais cruel, capaz até de matar a própria família, agora sorria, brincava e trocava fraldas.

Ela não sentia mais vontade de ser cruel, só queria ser um pouco normal e levar a vida simples de um humano.

- precisa mesmo sair?

Shikamaru já havia dito a temari que precisava visitar sua mãe como desculpa pra ir, mas mesmo assim temari insistia em fazê-lo ficar ou até levá-las juntos.

- tenho - suspirou pegando os ombros da loira fazendo seus olhares se encontrarem - promete pra mim que você vai se cuidar e cuidar da nossa princesa? Promete que se alguém chegar a vinte quilômetros da casa você me liga?

- prometo, mas só se você me prometer que não vai demorar muito.

O seu destino ficava há 2 dias dali então teria que correr o mais rápido pra chegar lá, quanto mais rápido ele for, mas rápido ele irá voltar.

- prometo. Queria poder levar você - bagunçou os cabelos da pequena que estava emburrada no colo da mãe.

Hoje não era um bom dia pra temari, nem pra akemi e muito menos para shikamaru. Os problemas rondam a vida de shikamaru desde sempre, mas esses eram diferentes.

- tchau shikamaru - ela encostou seus lábios nós dele em beijo cheio de carinho.

- tchau temari - suspirou cessando o beijo e dando um beijo na testa das duas.

Assim que ele passou pela porta de madeira antiga temari a trancou e se sentou no sofá sendo presa ali por vários pensamentos curiosos, tipo onde ele está indo ou porque não a leva.

Se levantou, colocou akemi no cercadinho e foi até o quarto de shikamaru. Dentro das gavetas haviam cartas e fotos de família e amigos, mas entre elas uma foto de shikamaru, acompanhado de um homen idêntico a ele, que ela deduziu ser seu pai, com outro homen e uma mulher que abraçava shikamaru sorrindo.

Uma das cartas não escapou das mãos de temari, por fora estava escrito Tayuya e por dentro um pequeno texto.

Queria poder te ver uma última vez. queria poder contemplar teu corpo e teu sorriso, te ver dançar mesmo não sabendo, te ver cozinhar com minha mãe e acima de tudo te ver viva e bem ao meu lado novamente.

Queria que você pudesse ler essa carta, mas é meio impossível.

Só queria poder dizer que vou cumprir oque me pediu no dia em que morreu, vou ser feliz e quando alguém que me amar de verdade aparecer eu darei uma chance, por você e por tudo que passamos juntos.

- parece que eu não fui a única que perdeu o amor da minha vida - abraçou o papel deixando lágrimas caírem.

Temari não chorava tão fácil assim, mas essa carta... essa curta e simples carta, a fez chorar. Temari só chorou porque tem noção do quanto ele sofreu e por ter um carinho tão forte por ele que só de imaginar sua dor seu coração se desconcerta.

Mas grande parte das lágrimas foi por um motivo maior.

Foi porque ela sabia exatamente como era isso e já havia sentido esses sentimentos de solidão, perda, angústia, saudade e tristeza causados pela falta da pessoa que você mais amou e quer de volta, falta da única pessoa que não pode ter de novo.

Deitou na cama de Shikamaru ainda com a foto nas mãos e continuou a chorar até que seus olhos pesaram e adormeceu.

Acordou assustada em um pulo quando ouviu o choro agudo de Akemi da andar de baixo. Correu em direção ao choro e se assustou com quem estava lá, segurando sua filha que berrava e esperneava em seu colo.

- olá temari - Itachi comprimento sorrindo sem tirar os olhos de akemi que berrava - não é lindo o desespero de um ser tão puro?

- larga ela! Ela não tenho nada haver com seus planos de vingança contra Shikamaru!

- na verdade ela tem sim - balançou a pequena que parou de chorar aos poucos - Toda criança nasce com o pecado dos pais em suas pequenas costas.

- a casa está vazia, pode procurar oque quiser, só me entregue ela.

Ele deu um sorriso cruel e andou até perto da escada.

- certo. Pega! - jogou Akemi para cima com a intenção de faze-la se esborrachar no chão, mas temari usou seus poderes para se teletransportar de cima da escada para o centro da sala conseguindo pegar a bebê antes de cair no chão - boa pegada.

Ele subiu as escadas gargalhando.

- infeliz! - abraçou a bebê que começou a chorar pelo susto.