O passado está no futuro

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— Você foi um pouco dura com ele, sabia? — Hoseok olhava fixamente para lua, a noite estava calma demais, por alguma estranha razão chegava a sufocar o alfa. — É tão difícil para ele, como é para mim. — A ômega suspirou, pois ela sabia muito bem disso. — Não foi uma opção ele se apegar ao Kyungsoo, escolha as palavras da próxima vez que falar com ele.

— Hoseok… — Sua mente estava um pouco perturbada e Jisoo detestava ficar assim. — Esse menino tem apenas uma chance, se ele não conseguir aproveitar essa chance, o que faremos?  

— Eu não sei…

— Isso! Nenhum de nós sabe! — Ela suspirou pesadamente. — Foi por isso que ele veio até nós. Ele não sabe nem da metade das coisas que ele pode fazer.

Hoseok olhou sério para a ômega.

— Você sabe quem é essa pessoa que irá ensinar ele? — A ômega assentiu. — Quem?

— Meu filho…

Alguns anos atrás

Suas mãos se encontravam cheias de ferimentos, suas pernas estavam cansadas e por mais que tentasse manter foco na luta, ela não conseguia. Como protegeria a si e o bebê que estava acima de sua cabeça protegidos por grandes cristais de gelo? Ela não tinha mais forças, sentia-se inútil. Saber que teria a possibilidade de seu filho não aproveitar o futuro, acabava com seu ser. Não era justo, ele, apenas um bebê, precisava viver.

Suas mãos ergueram seu bebê cada vez mais alto, e ela sabia que naquela altura, seria difícil os alfas tocarem nele. A lua era testemunha de sua determinação.

Os soldados sacaram suas espadas e alguns já formavam chamas em suas mãos. Foi nesse momento que tudo correu rápido demais, mais rápido do que a ômega poderia assimilar; Os alfas atacaram com toda suas forças, e de seu interior, a ômega puxou a sua.

— O-o quê? — Um dos guardas caiu sobre o chão. — E-eu não consigo levantar!

A ômega levantou seus braços, e neste mesmo momento o alfa que antes estava no chão levantou. 

— O que você pensa que estás fazendo? — Perguntou o líder daquele grupo. — É contra ela que você tem que erguer sua espada e usar seus poderes. Vire-se e faça seu trabalho!

— E-eu… Senhor, eu não estou controlando meu corpo. — O alfa falou como se fosse óbvio, mas não era isso que aparentava, pelo menos até o momento que todos olhavam para a ômega. — É ela!

— Não, não é ela. Ela é uma descendente da água, como ela poderia controlar você? — O líder perguntou elevando mais sua voz, aquilo era um cúmulo e uma grande besteira. — Pare com isso e ataque ela!

— O problema de vocês é que adoram subestimar ômegas. — Ela finalmente falou. — Um grande erro.

Como um raio, o alfa avançou contra seus colegas, matando, arrancando seus membros. Não era ele ali, o pobre soldado gritava “não, pare”, mas nada mudava o fato de que ele estava matando seus próprios colegas.

— Vocês vão se arrepender! — Ela ergueu maias suas mãos e rodou seus dedos. Mais dois soldados ficaram da mesma forma que o outro.

— Como… Como você está fazendo isso? — Perguntou o líder sentindo seus órgãos serem apertados dentro de si. 

— Simples. — Ela parou de falar e baixou sua cabeça. — Você sabe que controlamos a água. — Foi nesse momento que todos os corpos que antes estavam em pé, caíram no chão. Ela ergueu sua cabeça e o que o alfa viu, o assustou. — A água é líquida e o que corre em suas artérias e veias é sangue… — Seus olhos estavam completamentes brancos, como se não houvesse vida naquele corpo. — O sangue é líquido. Agora, me pergunte como eu irei matar você. — Um sorriso cheio de frustração e mágoa tomaram conta daquele rosto tão puro e angelical. — Controlar o sangue é fácil, pagamos por fazer tal coisa, mas alguns sacrifícios devem ser feitos. — Ela aproximou-se lentamente do único alfa que possuía vida. — Alguns sacrifícios valem a pena.

Escolhas (KaiSoo - ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora