Escolhas (KaiSoo - ABO)

Escolhas - Primeira Parte

Às vezes, por mais que venhamos tentar, não conseguimos vencer nossos medos, não conseguimos mudar o temor e receio que só parece crescer a cada segundo que passa. 

Seus olhos doíam, seu corpo implorava por um descanso, porém não teria tão cedo.

― Você se esforça tanto… ― Aquela voz. Ele estava começando a odiar com todas as forças a mulher na sua frente. ― Mesmo sabendo que nada poderá salvar você. ― Ela se aproximou e tocou com brutalidade a nuca de Kyungsoo, fazendo com que ele olhasse para seus olhos cheios de ódio. ― Você é igual a ele; sua força de vontade me dá náuseas. 

― De quem… De quem você está falando? ― A curiosidade era mais forte que a dor em todo seu corpo.

― Seu pai. ― A destra de Somin brilhou, fazia alguns minutos que isso não acontecia e ele tinha pedido com todas as suas forças que ela não fizesse novamente, mas sua força de vontade não foi o suficiente. ― Kyung, você deveria me permitir, mas com a sua teimosia, tudo se torna mais difícil.

Kyungsoo não dava atenção as palavras que saiam da boca da feiticeira. O ômega mordeu o lábio inferior com força, esperando seu “castigo”. Quando ele sentiu algo invadir seu corpo, tudo paralisou; ele não sentia nenhuma parte de seu corpo.

― Se você não fosse tão teimoso, liberando o poder da Jiwoo e do Yoongi, tudo seria mais fácil. ― Ele não olhava para ela, nem sequer rebatia. ― Facilite, Kyungsoo.

Ele sabia que sofreria nas mãos dela se decidisse ir com ela, não se arrependia, porém já estava cansado. A dor que atingia seu corpo com força, fazia Kyungsoo implorar mentalmente pela morte.

― Ah! ― Seu órgão cardíaco acelerou, uma forma tão desenfreada que de alguma forma, o ômega sentia que iria morrer. ― Pa-pare…

Ela não pararia, pelo menos, não enquanto não tivesse o que queria. 

“Kyungsoo, se ela continuar, ela vai matar você!” A voz de Jiwoo ecoou em sua mente, e por um momento Kyungsoo se perguntou o que seus pais fariam. Por que a vida tinha que ser tão injusta a ponto de deixá-lo à mercê de uma pessoa tão mal?

― Parar? ― O coração de Kyungsoo pulsou três vezes seguidas tão rápido que ele sentiu como se fosse sair por sua boca, a vontade de morrer assolava a mente e corpo do ômega. ― Nem você, nem ninguém me impedirá de ter o que quero.

Suas mãos entraram no corpo do ômega, a dor que o atingiu era tão forte. Kyungsoo não queria gritar, não daria esse gosto a ela, mas estava sendo tão difícil.

― Todos deixaram você, Kyungsoo. ― Um sorriso satisfeito se apossou dos lábios de Somin. — Seu pai, seu omma… todos.

Kyungsoo deixou as lágrimas caírem, ele não estava suportando ficar mais um segundo ali, porém ele não tinha escolha. 

Somin retirou as mãos de dentro do corpo do Omega e suspirou.

— Se você me deixar ter o poder de Jiwoo, eu deixarei você livre. — A tentação era de mais, a grande vontade de sumir era tanta, que Kyungsoo sentia que poderia ser engolido pelo solo. Se ele sequer cogitasse a ideia de entregar o poder a ela, ele sabia que nada estaria bem, por isso, iria aguentar. — Me diga, diga de uma vez! Diga que se rende e me der o poder que eu quero. 

— Eu… Nunca darei nada a você. — As forças que ele tinha estavam se esgotando, mas o que lhe dava forças, era o fato de saber que estaria protegendo sua família.

— Kyungsoo, você não me dá outra escolha. — Somin afastou-se. — Eu queria que tudo fosse diferente, e você por espontânea vontade me ajudasse. Porém, você é teimoso demais, não me dá outra alternativa. — Ela aproximou-se de uma pequena prateleira e pegou um livro. — Algumas das nossas decisões, pode ou não machucar as pessoas. Se você tivesse sido um jovem bom e obediente, eu poderia ter uma certa compaixão com a sua família, mas… — Somin abriu um livro pequeno, porém grosso e cada folha que era passada, as páginas pareciam brilhar. — Eu sempre, sempre consigo o que quero. — Ela finalmente parou de folhear e se aproximou tocando com a ponta do dedo na testa de Kyungsoo. — As nossas escolhas, sempre tem consequências, sejam elas boas ou não, e você optou pela segunda opção.