Escolhas (KaiSoo - ABO)

Que as verdades sejam mentiras

Seu peito doía, em sua garganta um nó se formava. Ele sabia dos feitos de seu pai e avô, porém escutar outra pessoa falar sobre, chegava a sufocá-lo lentamente. Saber sobre tudo e mais um pouco foi um impacto muito grande. 

― Ele… Ele sabe sobre isso? ― A preocupação era nítida em sua voz. Demorou para encontrar o ômega novamente, iria se sentir perdido se ganhasse o desprezo de Kyungsoo. ― Se ele sabe, com certeza não me perdoará.

― Você era apenas um bebê. ― Taehyung lembrou-lhe. ― E Kyungsoo não sabe de nada. Ele acredita que Seokjin é seu omma. 

― Mas ele é da nação do ar. Ele nunca perguntou sobre controlar dois elementos?

― Cansamos de fugir desse assunto. ― Hoseok falou e suspirou logo em seguida. ― Kyungsoo sempre foi bastante curioso, e fugir do assunto era mais fácil que contar uma dolorosa verdade.

― Mas vocês irão contar, não vão? ― Taehyung enrijeceu, preferia continuar com a mentira do que ver Kyungsoo chorar. ― Eu entendo que vocês queiram impedir que ele sofra, mas manter essa mentira só irá machucá-lo. 

― E você acha que eu não sei? ― O ômega do ar se alterou. Todos pareciam julgar seus atos e de Seokjin, será que ninguém entendia que eles fizeram isso por amor? ― Chanyeol morreu naquela noite, não só ele como Baekhyun e toda a nação da água.

Gritou, ele iria continuar falando, estava ficando frustrado e com um pouco de desespero por toda a verdade está surgindo aos poucos. Porém, sua fala foi cortada quando uma porta se abriu e olhos curiosos e levemente avermelhados apareceram.

― Chanyeol…? ― Todos olharam para a porta que foi aberta lentamente. Kyungsoo estava com os olhos marejados, sua mão apertava levemente a maçaneta. ― Quem é ele? Ele é meu appa?

Taehyung sentiu como se o chão não estivesse mais abaixo de si, tudo parecia ter parado. Aquilo não poderia ser real.

― Como… Como você sabe? ― Sua voz falhava, o ômega sentia os olhos de Kyungsoo queimando sua pele.

― Não foi isso que eu perguntei! ― Ele queria gritar como nunca gritou; ganhar as respostas que nunca ganhou. ― Eu quero saber se esse Chanyeol é realmente meu pai. Foi isso que eu perguntei! 

― Kyung, se acalme! ― Jungkook não sabia o que fazer, nunca havia visto o menor tão alterado.

― Não se envolva. ― Falou seriamente. Leves chamas saiam de seu corpo. Jongin e Jimin sabiam que se ele perdesse o controle, ele poderia queimar tudo ali dentro. — Por que não me contaram antes?

— Kyungsoo você precisa entender.

— Entender? — Uma lágrima desceu por seu rosto. Sentia-se enganado. — Entender o quê? Que vocês não me contaram queria tinha dois demônios dentro de mim?!

— Kyung, eu entendo sua raiva…

— Raiva? Não tio Tae, eu não estou com raiva. — Ele pousou a mão sobre o rosto e deixou mais que lágrimas molharem seu rosto. — Eu estou chateado, decepcionado. 

— Meu amor, por favor! — Seu peito ardia, e seus batimentos estavam ficando cada vez mais acelerados causando um leve desconforto. — Me deixe explicar.

— Por que? — Estava cercado de dúvidas e sua confiança foi posada de uma maneira brutal. — Eu nunca questionei o motivo para todo mistério que vocês tinham. Eu sempre, sempre me conformava com o nada, porque eu acreditava que não deveria existir nada que eu devesse me preocupar. — Seus olhos transbordavam. — Mas, o que eu acabo descobrindo: eu sou nada mais que um monstro!