Escolhas (KaiSoo - ABO)

Escolhas - Segunda Parte

O fim, às vezes nem sempre é realmente o fim. Diversos serão os momentos que vamos enfrentar a solidão, a frieza e a triste realidade de que devemos desistir.

E quando tudo sai do nosso controle? É correto achar que tudo ficará bem quando temos quase a certeza que é possível um trágico final? Não, talvez não seja correto, mas somos humanos, e mesmo sabendo que pode dar errado, nós tentamos, não importa quais sejam as circunstâncias ou consequências. Sempre enfrentamos e escolhemos nos entregar de corpo e alma para fazer o que queremos, afinal, é a nossa escolha, o nosso futuro. 

(...)

― Eles estão chegando na fronteira, vossa alteza. ― Taehyung olhou calmo para o guarda e mandou ele sair logo em seguida. ― Com sua licença.

Ele sabia, tinha certeza que esse momento chegaria uma hora ou outra, porém não imaginava que sua mente não iria conseguir lidar com isso. Somin não estava brincando, o exército do fogo era imenso e grande era o rumor de que eles eram impiedosos contra seus inimigos. Todavia, ele não temia e sentia que iriam ganhar, mas alguns fatos estavam sendo contra eles.

Seu povo… Sim, essa era sua grande preocupação. O reino foi evacuado com calma e sem um grande alvoroço, para que tanto as crianças quanto os idosos não ficassem assustados.

― Meu amor. ― Taehyung ouviu a voz de seu marido e voltou o olhar para ele. ― Você está tenso.

― Estou preocupado. ― Sua defesa estava um pouco baixa, mas não o suficiente para deixar o desespero espalhar-se por todo seu ser. ― Todos já estão em posição? ― Hoseok apenas assentiu. Em nenhum momento, após sua chegada, Hoseok viu um sorriso no rosto de seu ômega. 

― Sim. ― Respondeu calmamente.

― Perfeito. Mande soldados para perto da fronteira, eles não podem chegar até meu reino. ― Taehyung estava sério, o rosto sorridente e cercado bondade, foi facilmente substituído por uma feição sem vida que carregava ódio. Aquele definitivamente não era seu ômega. ― Hoseok, você precisa se apressar.

― Taehyung, você aparenta estar calmo, mas sei que por dentro você está muito diferente. Você sabe que eu estou aqui, nós dois estamos ligados, eu sei que toda essa pressão está deixando você…-

― Você não deve demorar. ― Taehyung interrompeu o marido. Hoseok estava certo, mas o momento exigia esse seu comportamento. Hoseok apenas suspirou, não iria insistir. O feiticeiro seguiu até a saída e saiu. ― Você me tirou meu filho, mas não vai me tirar meu reino. 

(...)

A raiva muitas vezes é o sentimento que rapidamente se espalha pelo o corpo com tanta facilidade que chega a assustar; um sentimento sem dominância, sem rumo… poderoso. Não somos capazes de prever o que podemos fazer quando esse sentimento torna-se mais forte. A intensidade será responsável por nossas ações. 

Uma pequena garoa havia se iniciado alguns minutos atrás, o frio da noite não acalmava os corações acelerados. 

Quando ouvimos falar de guerra, a primeira coisa que passa em nossa cabeça é o fato de que muitas pessoas iram perder suas vidas. Muito sangue será derramado. O preço? Não, no momento não existe. Jongin estava disposto a não ter que perder nada. Sua respiração ficava cada vez mais pesada, nenhum dos meninos trocou uma palavra com ele depois que saíram do reino da terra e o príncipe não parecia que queria conversar, a luta interna entre ele e seu lobo estava muito intensa. O lado protetor do alfa gritava pela dominância do corpo do príncipe, mas Jongin não cedia e nem pretendia. Cuidar do ômega, do seu ômega! Era isso que ele deveria ter feito mas, todo o cuidado que teve foi jogado para longe no momento que cometeu o pequeno descuido de deixar Kyungsoo.