■ EILEEN BERCKLEY ■
04 de setembro de 1702, Moyny.
Chego até a porta de minha casa com o coração acelerado, nunca havia passado tanto aperto assim, nem mesmo nos inúmeros roubos que eu já tinha feito.
"Será que o joalheiro descobriu que eu o roubei e mandou virem atrás de mim?"
"Bom, pelo menos eu consegui roubar as joias e não ser pega. No final das contas, até que ele era gatinho... Quem sabe a gente não se encontra novamente! Mas focando no agora, se meus pais já estiverem aqui em casa, o que eu vou falar para eles como desculpa de eu ter saído? E o mais importante, como esconderei essa bolsa cheia de joias?"
Eu fiquei tanto tempo em pé e perdida em meus pensamentos - sem nenhuma solução - que não havia percebido que meus pais abriram a porteira. Eles estavam se aproximando com algumas sacolas nas mãos e eu, apressadamente, lanço minha bolsa cheia de joias em meio ao feno amontoado perto da porta.
- Olá, querida! - diz meu pai com seu tom alegre de sempre e um sorriso largo.
- Ei gente! Vocês demoraram. Como que estava a feirinha? - minto para parecer que eu estava em casa o tempo todo.
- Não tinha muita coisa de nosso agrado, infelizmente. Mas o que conseguimos, está de bom tamanho! Enquanto seu pai vai alimentar os cavalos, vou entrar para guardar as coisas e começar o almoço, você me ajuda querida? - pergunta minha mãe com olhares cansados.
"Eu não gosto de deixar minha mãe na mão... Não mesmo. Porém, eu não posso deixar meu pai mexer no feno! Ele irá encontrar minha bolsa!"
- N-não! - quase grito, desesperada - É... Quer dizer, não precisa pai! Eu mesma alimento os cavalos! Pode deixar comigo, eu sei que o senhor está com um pouco de dor nas costas e não quero que você se esforce movendo todo aquele feno. Pode ir ajudar a mamãe com o almoço! Certeza que vai ficar ótimo! - empurro-os delicadamente para dentro de casa enquanto falo.
- Não, filha! Você não precisa trabalhar agora, guarde suas forças para trabalhar na taberna.
Começo a me desesperar ainda mais e, para piorar, Riley não está aqui para me ajudar! "Terei que apelar, já que eles não cedem...".
- Está dizendo que eu não consigo levantar aquele feno? - falo, me vitimando.
- Eileen, você sabe muito bem que não é isso o que eu quis dizer!
- Mas é o que parece! - nesse ponto, começo a ficar um pouco irritada.
- Vamos Keegan, deixa essa mocinha fazer o trabalho que ela quiser... Não adianta conversar com essa teimosa. - diz minha mãe com um tom divertido e leve.
- Está bem.
Os dois entram e tranquilamente fecham a porta. Imediatamente pego minha bolsa em meio ao feno e escalo uma coluna da varanda que dá direto à janela do meu quarto. Apoio meus pés na videira que reveste a janela e tomo impulso. Ando bem devagar pelo quarto e escondo a bolsa com as joias na minha cômoda.
"Ufa... Quase me pegaram! Nem imagino o que aconteceria comigo se eles descobrissem... Sei que roubar não é algo 'bom', mas roubo com boas intenções, eu acho..."
De repente escuto passos nas escadas.
"Droga! Sempre fico me perdendo nos meus pensamentos! Tenho que encontrar uma maneira de trabalhar minha atenção."
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A Ladra | Livro 1
Teen FictionEbook disponibilizado na Amazon/Kindle Para adquirir o livro físico entrar em contato: - Insta: @giovanna.c.lemos - E-mail: giovanna.carvalho2004@hotmail.com No início do século XVIII, uma jovem é portadora de um passado misterioso desconhecido...