XIV

100 13 15
                                    

EILEEN BERCKLEY

05 de setembro de 1702, Moyny.

- Aaaaaa!

"Que grito estridente, pelos deuses! Tenho que me apressar aqui, mas as bolsas não estão ajudando...".

Continuo tentando entrar no cômodo, mas as bolsas estão muito cheias e ainda por cima estou com as bolsas do Ry também.

- Psiu! Psiu! Me ajuda aqui, Ry! - falo baixinho para os Wyatt não escutarem, mas pelo o que parece Riley também não escutou.

"Não posso deixar as bolsas aqui, nem vou! Não se esqueça de uma das nossas principais 'regras' de roubo, Eileen: não abandonar nada no local, nem os objetos e muito menos o parceiro! Tenho que pensar em algo rápido...".

De repente escuto mais gritos e passos descendo as escadas.

"Droga! Eles descobriram que estamos aqui! Tenho que me esconder em outro lugar...".

Fecho a porta às pressas e saio correndo, entrando em uma dispensa, cheia de cereais e ervas. Consigo esconder as bolsas entre sacos de trigo e eu me escondo do lado oposto da abertura da porta, de modo que eu fique atrás dela caso ela fosse aberta.

"Mas para que eles abririam a dispensa? Não há nada de valor aqui para verificar se foi roubado."

- Rápido, querido! Não temos tempo!

- Calma mulher! Já vou pegar um pano com água quente e ervas, mas quem mandou ir tão desesperada e torcer o pé desse jeito?

"Então eles ainda não sabem que estamos aqui! Mas vão descobrir logo! Não posso ser pega agora! Tenho que pegar a erva certa e deixá-la bem na frente dele, para que ele não precise entrar na dispensa. Pense... pense Eileen! Qual erva meus pais usam para machucados?"

- Vou colocar essa água no fogo e já pego as ervas. - disse o Sr. Wyatt.

"Meus pais usam geralmente arnica triturada, pois é mais barato... eles devem usar aquele açafrão-de... de... Ai! Pelos deuses! Eu não lembro!"

Olhei para as estantes rapidamente, não acho nenhum pote que esteja escrito açafrão. Olho então para meu lado onde encontro uma prateleira inteira só de potes de tipos diferentes de açafrão.

"Essa praga nunca acaba! Rápido, Eileen! Vamos!"

Passo os olhos rapidamente até que vejo um pote bem maior que os outros onde está escrito: açafrão-da-terra.

"Tem que ser este! E se não for não sei o que acontecerá!"

Logo pego o pote e coloco no lugar de um dos cereais bem em frente à porta e volto para meu esconderijo. Depois de milésimos de segundos a porta é aberta e apenas vejo duas mãos pegando o pote, porém ele não fecha a maldita porta, me deixando mais nervosa ainda, porém permaneço imóvel no mesmo lugar.

- Pronto! Podemos ir agora?

- Claro que não. Pegue minhas joias primeiro enquanto espero aqui.

Então, escuto passos subindo as escadas rapidamente e percebo o que irá logo acontecer.

- Argh! Que droga. - deixo escapar meus pensamentos.

E então tampo minha boca com minhas mãos e congelo.

- Filha? Você está aí?

- Oi, mãe. Cheguei. O que aconteceu com a senhora?

A Ladra | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora