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LIAM EVANS

20 de setembro de 1702, Gneeves.

"Quem disse que as mulheres não podem dar o primeiro passo?"

- No meio dessa confusão toda, esqueci o mais importante. - me afasto da ruiva, que permanecia com o rosto um pouco inchado e os lábios vermelhos.

Abro meu casaco e tiro de lá uma caixinha retangular. Estendo para a mesma e pego as duas pulseiras de prata contidas ali dentro. Estendo a mão, e ela me dá seu braço, permitindo que eu as coloque no pulso esquerdo. Arrumo a pedrinha em cima do pulso, mas continua segurando sua mão.

- É lindo, Liam! Muito obrigada!

Eileen estende os braços e os coloca em volta do meu pescoço, me abraçando fortemente.

- Acho melhor a gente voltar... - ela se desvencilha de mim, tímida, e se levanta.

- Desculpa fazer você chorar no seu aniversário...

- Me sinto melhor agora do que mais cedo, para ser franca!

Ela olha para a pulseira e se vira. Seguro seu pulso levemente, puxando-a de volta.

- Espera! O clima não vai ficar estranho entre nós, certo? - me aproximo alguns passos.

- Não, que isso. Pelo contrário!

Ela pisca em olho só para mim, e antes que eu perceba já ataquei seus lábios macios novamente, parando somente quando ficamos sem fôlego.

- Agora podemos ir.

CASSIDY EVANS

- Cansei de dançar com esses homens.

- Você conhece todos eles? - questiona, sentado ao meu lado, Riley.

- Sim. Alguns são bem próximos a mim, outros preferem a companhia do Liam ou de suas esposas. Outros não fazem muita questão, a maioria filhos dos casais presentes.

Ele acena com a cabeça e observamos meu irmão e minha amiga voltando para seus assentos na mesa.

- Demoraram, hein!

Lanço um olhar acusatório para a ruiva, que parece pedir para conversarmos mais tarde.

- No quarto... - ela sussurra assim que se senta ao meu lado.

A noite foi longa e festejamos bastante depois, até os convidados começarem a ir embora, um a um, se despedindo e entrando em suas carruagens após desejar um feliz aniversário para Leen novamente.

- Nossa, foi demais. - Eileen se joga na cama depois de tacar os saltos longe em qualquer canto do cômodo.

- O que foi demais? A festa ou sua saidinha com o meu irmão?

- O quê? Quer dizer... Quê? A festa, lógico!

- Pode me contar. Agora!

Ela explica detalhadamente cada detalhe da saída deles, de como desabafaram até a parte que ela o beija.

- Você beijou ele? - grito, extasiada.

- Porque você não vai ao telhado e grita para a vizinhança toda de uma vez? - ela sussurra irritada.

- Ah! Minha nossa! Você o beijou! E depois?

- Ele me deu essas pulseirinhas aqui e me beijou...

A Ladra | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora