CYBER LOVE

EIGHT

Episódio 8 – Uma Viagem No Tempo.

 

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Manhã de segunda-feira.

(9:51am)
  

“Ah, querida adolescência... Tão querida, quanto maldita, época no qual você fica a deriva, a deriva de suas próprias escolhas, e em um mar de sensações e sentimentos, você veleja, veleja e veleja, acha que pode abraçar o mundo com as pernas, e quando contrariado? É um verdadeiro Deus nos acuda! Ah os jovens... Por quê sempre tão sádicos? Por quê sempre tão complicados? Porquê sempre tão... Jovens.”

— Alguém sabe me dizer de qual obra, essa citação foi retirada? — Professora Rutherford de literatura questiona à turma, porém não obtém resposta alguma, apela: — Kaspbrak?

— Hm... Eu não sei professora, me desculpe.

Aquela foi a primeira vez que Eddie não respondeu uma pergunta tão simples, fazendo muitos ficarem surpresos, incluindo a própria professora, que responde em um tom de exasperação:

— Isso foi retirado da obra “Jovens” de Martin Carter, todos vocês deveriam saber disso, se quiserem chegar pelo menos nos portões de alguma universidade. Estamos falando de literatura moderna, baseada nos conflitos da vida e do cotidiano, principalmente focada na adolescência, todos vocês deveriam ler essa obra, quem sabe assim deixam de ser tão ignorantes! — Ninguém sabe se aquilo foi um conselho, ou uma repreensão, e provavelmente, ninguém ligava também. — Vamos continuar...

 

* * *
  

— Você estava bastante desligado na aula hoje, o que há? — Ben senta do lado do amigo no refeitório.

— Eu só... Não estou me sentindo bem hoje.

— Isso todo mundo percebeu, é o Stanley, não é?

— Ele passou por mim no portão como se nem tivesse me visto, está ignorando todas as minhas mensagens, e ainda está muito puto comigo. — Respirou fundo.

— Acho que vocês deveriam conversar...

— Acha que não tentei? O que eu mais quero é poder conversar com ele, pedir desculpas, não sei, qualquer coisa que faça ele entender que eu não queria aquilo, e que não tive culpa, eu não queria aquilo, eu não sinto nada pelo Bill, e ele também não sente nada por mim.

— Acho que ele tá exagerando, como sempre... Foi só uma brincadeira. E ele estava bêbado, como ainda lembra?

— Stanley tem memória de elefante Ben, consegue se lembrar de coisas que você nem imagina.

— Que merda — Os dois ficaram calados, porém não demorou nem dez segundos, Ben disse novamente : — Você reparou que o Richie não está mesmo falando com a gente? Nem vi ele hoje.

— Sim, e acho que devo graças a Deus, por isso.

— O quê? Por quê?

— Não sei se estaria bem pra aturar as gracinhas do Richie hoje... E as coisas não estão nada bem entre a gente nos últimos dias. Acho que ele não quer mais ser meu amigo.

— O que rolou?

— Quer mesmo saber? Ele me beijou, depois foi um idiota total comigo, sem contar tudo que aconteceu ontem...