suspicious | tom holland

Chapter III

Contém: Palavrões, violência, consumo
de cigarro e bebidas alcoólicas.
Palavras: 1.7k

Na manhã seguinte, como combinado, Daniel esperava por Tom em seu escritório para receber ordens, como todos os outros dias, mas não foi bem o que acabou acontecendo.
-Bom dia, chefe! - disse Daniel ao vê-lo entrar.
-Sente-se! Eu tenho algumas perguntas! - disse Tom dando a volta na mesa e sentando em sua cadeira.
Daniel, como sempre, obedeceu o chefe e se juntou á ele.
-Tem alguma coisa errada, chefe? - perguntou ele.
-Isso é o que vamos descobrir. Então Daniel, eu vou fazer algumas perguntas e você irá respondê-las sem questionar o motivo, entendido? - disse Tom, acendendo o cigarro que tinha em seus lábios.
Daniel estranhou o comportamento do chefe, mas preferiu mais uma vez, obedecê-lo. Tom continuou ao vê-lo assentir.
-Sobre sua... sua namorada, há quanto tempo vocês se conhecem? - Tom perguntou, deixando o homem ainda mais confuso.
-Elle? Eu não sei exatamente, dois anos, talvez?! - ele respondeu e Tom prosseguiu.
-Você disse que a... garotinha não é sua. - continuou o moreno.
-Não, quando a conheci, ela já tinha Rose. - foi a resposta de Daniel.
-Você sabe quantos anos ela tem? - questionou Tom.
-Se não me engano, quatro?! - Daniel respondia as perguntas cada vez mais confuso.
-Elle... digo, sua namorada, alguma vez comentou algo sobre o pai da criança? - insistiu Tom, tentando chegar mais perto de sua resposta.
-Não muito, ela odeia tocar nesse assunto. Eu não sei o que esse cara fez, mas deve ter sido muito ruim. Nos primeiros anos, ela mal saía da cama e ainda tinha que cuidar da filha sozinha. A garota e ela fazem terapia até hoje. - explicou o homem.
Depois de ouvir as palavras de Daniel, Tom levantou de sua cadeira e foi até o bar de seu escritório, onde se serviu um copo de whiskey.
-Eu sei que não deveria pedir isso mas, porquê todas essas questões? - questionou Daniel, mas Tom continuou em silêncio. -Quero dizer, se quiser ficar com ela, vai em frente, ela me expulsou de casa mesmo. Mas já vou avisando que aquelas duas são problemas, Elle pode até ser gostosa, mas saiba que elas vem em um pacote... - as palavras de Daniel foram cortadas ao sentir as mãos de Tom em sua garganta, a apertando até cortar seu fôlego.
-Você NUNCA mais fala assim dela ou de mulher alguma, me entendeu? - gritou Tom, sentindo seu sangue ferver.
Daniel estava quase desmaiando quando Harrison, depois de ouvir os gritos do amigo, decidiu entrar no escritório e ver o que estava acontecendo.
-Tom!!! - exclamou o loiro, o fazendo soltar o homem á sua frente.
-Você... sai da minha frente!!! - disse Tom para Daniel, que sentava na cadeira, com as mãos na garganta, que já tinha marcas vermelhas, sem entender o que havia acontecido.
-Ah, mais uma coisa, se não fui claro o suficiente, você está demitido! - disse o moreno, se servindo de mais um copo de whiskey, tentando se acalmar.
Depois de escoltar Daniel pra fora, Haz voltou ao escritório de Tom, onde encontrou o amigo sentado em sua cadeira, rodeado de garrafas de bebidas quebradas e com as mãos sangrando.
-Tom? O que aconteceu? - questionou o loiro ao se aproximar.
-Eu... acho que tenho uma filha! - respondeu o garoto, deixando o amigo ainda mais confuso.

•••

Elle trocava as roupas de cama dos quartos, enquanto Rose pintava alguns desenhos na sala. A garotinha sempre amou desenhar e colorir, e Elle era grata por isso, afinal assim ela tinha um tempo de sobra pra dar um jeito na casa.
O barulho de alguém batendo na porta, atrapalhou seu filme favorito, fazendo Rose desviar a atenção de seus desenhos para a porta. A garotinha foi até lá e com suas pequenas mãos, abriu a porta, revelando uma figura masculina desconhecida do outro lado.
-Oh, é... oi! É Rose, não é? - disse Tom surpreso ao ver a pequena.
-Sim, quem é você? - perguntou ela.
-Eu sou Tom, um... amigo da sua mamãe. É... ela está? - perguntou ele.
-Sim! Mamãe, tem um amigo seu aqui. - disse Rose em seu tom de voz mais alto.
Alguns segundos se passaram, até Elle sair de um dos quartos, carregando os lençóis que havia tirado das camas.
-Rose, o que a mamãe disse sobre abrir a porta quando... - Elle dizia mas imediatamente parou, derrubando o que carregava, ao ver quem era.
-Hey! - disse Tom, se sentindo sem fôlego apenas por vê-la outra vez.
-O-oi! - gaguejou a loira.
-É, podemos... conversar? - sussurrou ele.
-Ro, amor! Porquê você não leva esses desenhos e continua eles no seu quarto, enquanto a mamãe fala com... meu amigo? Huh? Depois vamos preparar o jantar juntas, ok? - disse Elle se abaixando na altura da filha, tentando convencê-la.
-Promete? - disse a pequena estendendo seu dedo mindinho.
-Eu prometo, meu amor! - respondeu Elle rindo e entrelaçando seu dedo no da filha. -Agora, pegue suas coisas, a mamãe te ajuda. - a loira ajudou a filha até seu quarto, antes de fechar a porta e soltar um longo suspiro.
Ao voltar para a sala, Tom já havia entrado e fechado a porta atrás dele. Além dos sons da televisão, a casa estava um completo silêncio.
-Você... você quer alguma coisa pra beber? Não tenho bebida, mas... - dizia Elle indo até a cozinha, mas Tom a interrompeu.
-Eu só vim aqui pra saber de uma coisa e acho que você sabe muito bem o que é. - disse o moreno vendo Elle paralisar em frente a geladeira. -Ela... ela é minha? - questionou ele, sentindo a voz falhar.
Elle soltou a caixa de suco de maçã que segurava, fechou a porta da geladeira e se escorou na bancada da cozinha. Respirando firme e tentando conter as lágrimas, a loira olhou para Tom e apenas assentiu.
Ele já sabia disso, é claro que ele sabia, assim que colocou os olhos na pequena garotinha de cachos loiros pela primeira vez. Mas, alguma coisa em ouvir Elle confirmar que Rose era sua filha, lhe causou um sentimento que ele mesmo não conseguia explicar.
-God dammit, Elleanor! - blasfemou Tom, passando as mãos pelo cabelo. -Quando... quando você descobriu? - questionou.
Respirando profundamente, Elle o respondeu, ainda evitando seu olhar.
-Quando eu acordei no hospital, depois... depois de levar o tiro. A enfermeira disse que meu bebê era mesmo um lutador por ter sobrevivido á tudo aquilo. Eu... eu não sabia o que fazer. - disse Elle sentindo as lágrimas molharem seu rosto.
-Então decidiu esconder de mim? - perguntou o homem, enfurecido.
-O que você queria que eu fizesse, Tom? Que a criássemos na sua casa, onde ela poderia encontrar uma arma em uma das gavetas e achar que fosse um brinquedo? Ela... ela é tudo que eu tenho! Eu não posso perdê-la. - retrucou Elle.
-Você realmente achou que eu fosse tirar ela de você? - perguntou Tom.
-Não é de você que eu tenho medo, Tom! - disse a loira, enxugando o rosto com as costas da mão.
Tom estava sentindo uma mistura de emoções, fúria, tristeza, traição, frustração, mas naquele exato momento ele entendeu. Elle perdeu tudo que tinha e então ganhou Rose e só o pensamento de perdê-la também a assustou. E a assustou tanto que ela fez uma das escolhas mais difíceis de sua vida, apenas para ter certeza que a filha estaria segura.
-O nome dela é Rose? - perguntou o moreno, depois de respirar fundo.
-Rosalie, mas a chamamos de Rose. - sorriu Elle.
-É... é um nome lindo! - disse Tom olhando nos olhos vermelhos da loira.
-Era o nome do meio da minha mãe. - explicou ela.
E mesmo quando Tom tinha todos os motivos do mundo para odiá-la, Elle vinha e mais uma vez, o surpreendia.
-Tom, eu... sinto muito! - a loira finalmente criou coragem e se desculpou, recebendo apenas um aceno de Tom, afinal iria precisar de muito mais que um pedido de desculpas para perdoa-lá.
Lembrando dos acontecimentos da manhã, Tom olhou ao redor da casa, tentando encontrar alguma pista que Daniel.
-Então... Daniel? - pediu ele vendo a expressão da garota mudar.
-Oh, nem toca nesse nome, já mandei ele pra bem longe daqui. Eu não quero ele perto de mim ou da minha filha. - afirmou Elle.
-Bom, ele não era confiável. E honestamente, você merece coisa melhor, Elle! - disse Tom, mantendo contato visual e, mesmo depois de todos esses anos, ele ainda era capaz de deixá-la corada.
-É, já ouvi isso! - disse a loira dando de ombros.
-Não Elle, é a verdade! - insistiu Tom, tocando o braço de Elle, causando um choque de eletricidade percorrer seu corpo.
Alguns segundos passaram-se em silêncio, com os dois apenas se encarando, até Tom perceber que ainda a segurava e soltá-la, coçando a garganta e checando seu relógio.
-Eu... tenho que ir. - disse se afastando.
-É, certo! - concordou a loira.
Tom já estava do lado de fora da casa, quando se virou e fez Elle uma última pergunta.
-Podemos nos encontrar em algum lugar? Eu... eu gostaria de conhecer melhor a Rose. - disse ele com o olhar esperançoso, quebrando o coração de Elle em mil pedacinhos.
-Oh, eu... acho melhor conversar com ela primeiro, Tom! Mas eu te aviso, é... me passa o número do seu celular. - disse Elle lhe oferecendo seu telefone.
-Ainda é o mesmo, eu não troquei. Sabe, em caso de você precisar de mim. - disse Tom, fazendo os olhos de Elle marejarem com suas palavras.
-É... tudo bem, então... eu te ligo! - disse ela.
-Vou esperar! - ele respondeu sorrindo antes de sair.
Elle fechou a porta da casa, completamente chocada com tudo que havia acabado de acontecer. Ela ficou perdida em seus pensamentos, até ouvir a porta do quarto de Rose abrindo.
-Mamãe? Seu amigo já foi? - perguntou a garotinha indo até ela.
-Sim, amor! Ele já foi! - disse Elle a abraçando.
-Então podemos fazer o jantar? - pediu ela animada.
-Podemos sim! O que você vai querer, huh? - pediu a loira, carregando a pequena até a cozinha.
-Nuggets! - gritou Rose, arrancando um sorriso da mãe.
-Tudo bem, mas tem que comer um legume junto, tá bom? - disse Elle dando atenção máxima para a filha, tentando afastar os acontecimentos anteriores, mesmo sabendo que essa seria uma tarefa difícil, senão impossível, de cumprir.

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N/A: Por favor comentem, quero saber o que vocês estão achando? De que lado estão? Tom ou Elle? O que acham que vai acontecer? Quero saber de tudo!!!