Chapter V

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Contém: Palavrões
Palavras: 2k

Elle saiu apressada do restaurante onde trabalhava e, como todos os outros dias, foi até a escola de Rose, buscar a filha. No caminho até o metrô, a pequena contava para a mãe, tudo que ela havia feito no dia. Não era a mais luxuosa, mas Elle gostava de sua rotina.
Ao passar pela portaria do prédio, o síndico chamou a atenção da loira, dizendo que ela havia recebido uma visita, mais cedo.
-Oh, você sabe quem era? - questionou ela.
-Sim, era seu namorado... Daniel, esse o nome dele, certo? - assim que as palavras saíram da boca do homem, Elle entrou em pânico.
-Não! Não, ele não é mais meu namorado. O que ele queria? - disse a loira.
-Desculpa, eu não sabia! Ele só disse que precisava pegar uma coisa que havia esquecido na sua casa e logo depois, foi embora. - respondeu o homem.
-O que? Ele entrou? - questionou Elle.
-Me desculpe, Elleanor! Eu não sabia! Ele me disse que tinha a chave. - disse o síndico.
Elle pegou a filha no colo e subiu correndo as escadas até o seu apartamento, desejando o caminho todo que tudo aquilo tivesse sido um engano e que nada havia acontecido. Mas, ao finalmente chegar e ver a porta de sua casa arrombada, ela teve certeza de que era verdade. Entrando, Elle viu sua casa destruída, os móveis virados, as coisas de Rose espalhadas pelo chão e seus armários revirados. Tudo uma completa bagunça.
-Não, não, não, não!!! - essa era a única palavra que saía da boca de Elle, que não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
-Mamãe, o que foi? - a pequena Rose questionou ao ver a expressão de pânico da mãe.
-Me desculpa, Ro! Vai ficar tudo bem, filha! Eu prometo! - disse Elle abraçando a pequena. -Agora, pode pegar seus brinquedos favoritos enquanto eu faço uma ligação? - pediu a loira e Rose assentiu, saindo do colo da mãe e indo até seu quarto.
Encarando a lista de contatos em seu telefone, Elle ficou alguns segundos ponderando para quem ela deveria ligar. A polícia? Provavelmente, mas ela não queria passar por isso. Tanya? Ela era sua melhor amiga e poderia cuidar de Rose, mas não, a loira não queria metê-la nesse assunto, de novo. Jennifer, sua colega de trabalho? Não, afinal elas eram apenas conhecidas, como Elle iria explicar o que estava acontecendo? Alguns minutos se passaram até que o nome de Tom apareceu na sua frente, a loira ainda se sentia mal por tê-lo afastado daquele jeito mas, ela não tinha muitas escolhas então, antes que ela pensasse demais e acabasse desistindo, ela clicou no nome e a palavra chamando apareceu na tela do aparelho.

Tom estava em reunião com Harrison e seus irmãos quando ouviu o celular vibrando no bolso de sua calça. Pegando o aparelho e vendo o remetente, ele não conseguiu acreditar no que via. Depois de pedir licença, o moreno saiu da sala para atender.
-Alô?! Elle?! - disse ele ainda confuso do porquê ela estar ligando.
-Tom?! Tom, sou eu. Eu... uma coisa aconteceu e... eu... eu preciso de ajuda. - a voz da loira era apenas um sussurro nos ouvidos de Tom.
-Hey, hey... Elle, o que aconteceu? - questionou ele.
-Foi o Daniel, ele... ele entrou aqui e destruiu tudo. Está tudo quebrado, Tom! Eu... eu não sei o que fazer. - disse Elle, que agora chorava.
-Elle, eu preciso que fique calma e fale comigo. Rose está com você? Vocês estão bem? Ele machucou vocês? - Tom questionou sentindo seu sangue ferver.
-Não, nós chegamos agora e a casa estava assim. Nós estamos bem, mas... está tudo perdido. - explicou a loira, voltando a chorar.
-Tudo bem, eu estou indo. Você coloca alguma coisa pra trancar a porta até eu chegar, ok? - disse ele.
-Ok! Tom.... eu... obrigada! - Elle agradeceu, sem saber direito o que falar.
-Tudo bem! Fique com Rose, eu estou indo! - disse ele encerrando a chamada.
Voltando á sala de reuniões, Tom disse que precisava sair, pegou as chaves do carro e saiu de lá apressado.
Depois de entrar na sua Mercedes e acelerar pelas ruas de Londres, não demorou muito para que ele estacionasse na frente do apartamento de Elle. Assim que bateu na porta, Tom ouviu a voz da loira pedindo quem era.
-Tudo bem, Elle! Sou eu, você pode abrir. - disse ele.
Depois de tirar o móvel que estava segurando a porta, Elleanor a abriu, deixando que ele entrasse. Ao fazer isso e ver o estado da casa, Tom sentiu seu sangue ferver e a única coisa que o impediu de correr atrás de Daniel naquele exato momento, foi ver a imagem de Elle á sua frente, completamente arrasada. Com os olhos avermelhados e o rosto inchado, de chorar.
-Tom, eu... me desculpa! Eu... eu não sabia o que fazer ou pra quem ligar, eu só... - a loira tentava se desculpar, mas ele a interrompeu.
-Tudo bem, Elle! Olha pra mim, não se preocupe. Fico feliz que tenha ligado. - Tom a assegurou.
-Eu... não sei o que fazer! - disse ela olhando ao seu redor, vendo seu lar destruído.
-Vocês não podem mais ficar aqui. - afirmou ele.
-Merda! Eu... vou ligar pra Tanya, ela tem um quarto de visitas na casa dela e, eu não sei, podemos ficar lá até eu resolver o que fazer. - disse Elle, pegando seu celular.
-Elle, não! Quem garante que Daniel não vai seguir vocês até lá? - questionou ele.
-Droga! Você tem razão, então... podemos ficar em um hotel, isso... um hotel. - disse a loira, que andava de um lado pro outro da casa.
-Elle, para! Um hotel não vai ser o suficiente pra impedir aquele canalha, vocês precisam estar seguras. Vocês vêm comigo! - afirmou ele.
-O que? Com você... tipo, sua casa? Não, Tom! Não, você não precisa... - a loira começou a falar sem parar, até sentir as mãos de Tom nas suas.
-Para! Olha pra mim, vocês precisam estar seguras e, no momento, a minha casa é o melhor lugar. Temos segurança 24h por dia, sem chance alguma de Daniel encontrar você e a Rose. Eu prometo! - explicou ele.
-Tom, eu... eu não sei. - sussurrou a loira.
-Por favor, Elle! Ela é minha filha também, deixa eu proteger vocês. - Tom praticamente implorou.
-Tem certeza? - disse Elle, ainda receosa.
-Absoluta! - afirmou ele.
-Tudo bem! Mas eu prometo que é temporário, eu vou encontrar outro lugar pra gente. - disse ela.
-Não se preocupe com isso agora, o importante é que vocês duas estejam seguras. - Tom assentiu olhando nos olhos de Elle.
-Tom? - os adultos foram separados ao ouvir a voz da pequena Rose.
-Oi Rose, como você está? - disse Tom, soltando as mãos de Elleanor, que coçou a garganta, sem graça.
-Bem, o que você está fazendo aqui? Nós vamos passear? - ela perguntou animada.
-Nós vamos! Você quer conhecer a Tessa? - disse o moreno.
-Sim!!! Mamãe, podemos ir conhecer a Tessa? - Rose questionou a mãe.
-Sim, nós podemos, filha! Na verdade, o que você acha de passarmos alguns dias na casa do Tom? Acha uma boa ideia? - disse Elle.
-Sim, eu quero brincar com a Tessa! - afirmou a garotinha animada.
-Tudo bem, eu vou arrumar as nossas coisas, você fica aqui com o Tom, combinado? - Elle perguntou á filha, que assentiu.
Enquanto Tom entretinha a garotinha com histórias sobre Tessa, Elle colocou algumas de suas roupas, que não estavam espalhadas pelo chão em uma mala, assim como as de Rose e alguns brinquedos.
Não demorou muito para que ela estivesse pronta, então, depois de Tom prometer o síndico que iria mandar alguém para arrumar a bagunça da casa e a porta, eles entraram no carro e pegaram a estrada.

Elle não conseguia explicar o sentimento ao voltar á aquela casa, depois de todos esses anos. Uma mistura de medo e empolgação que estava a deixando maluca. Enquanto Tom estacionava o carro, Elle levou a filha até a entrada da casa.
Lá dentro, tudo estava diferente, mas do mesmo jeito, igual. Os móveis eram os mesmos, mas as decorações haviam mudado. Haviam menos cortinas nas janelas e mais almofadas nos sofás. Ela então lembrou de Tom dizendo que a mulher de Harrison e as namoradas dos gêmeos estavam morando na casa e provavelmente haviam feito as mudanças.
A loira estava tão perdida em seus pensamentos, que não viu Angela lentamente se aproximar. A mulher estava do jeito que Elle lembrava, com alguns fios brancos a mais, mas com o mesmo sorriso e braços abertos, prontos para lhe acolher, como sempre fizeram. Soltando a mão da filha, a loira correu e mergulhou no abraço da mais velha, que quase perdeu o equilíbrio com o contato.
-Eu diria que alguém sentiu minha falta! - disse ela acariciando as costas de Elleanor. -Quando Tom disse que traria companhia, eu não imaginei que fosse você, Elle! - afirmou ela.
-Eu não queria estragar a surpresa! - Tom respondeu sorrindo.
Ao se separarem, Elle foi até a filha e finalmente, depois de todos esses anos, á apresentou á uma das pessoas mais importantes de sua vida.
-Rose, essa é Angela. Angela, essa é Rose, minha filha. - disse ela sorrindo.
-Filha? - questionou a mulher olhando para Tom, que apenas assentiu. -Oh meu Deus! Se não é a menina mais linda desse mundo! Muito prazer, Rose! - disse Angela para a pequena, que ainda se sentia envergonhada com pessoas novas.
-Diga "Oi", Ro! - Elle a incentivou.
-Oi! - a garotinha apenas sussurrou, mas já foi o bastante para colocar um sorriso no rosto da mulher.
-Onde estão os outros? - perguntou Tom, depois das apresentações feitas.
-Os gêmeos e as garotas saíram, Harrison e Ivy já subiram para o quarto. Você sabe como ela não gosta de ir pra cama tarde. - explicou a mulher.
-É, eu sei! - respondeu ele rindo.
-Vamos lá, eu tenho jantar pronto na cozinha, aposto que essa garotinha está faminta, acertei? - Angela olhou para Rose, que assentiu, os fazendo rir.
-Vai lá, vou levar essas coisas pro quarto e encontro vocês na cozinha. - Tom acenou e Elle assentiu, seguindo Angela até a cozinha.

Depois do jantar e de Rose finalmente conhecer e se apaixonar por Tessa, que reconheceu Elle na hora, Tom acompanhou as garotas até um dos quartos com uma cama de casal, onde ele havia deixado o que elas trouxeram.
-Esse vai ser o quarto de vocês por enquanto, mas eu vou contratar alguém pra montar um quarto para Rose e um pra você. - disse ele ao entrarem.
-Tom, isso já é perfeito pra nós. Obrigada! - a loira o agradeceu, enquanto Rose analisava o cômodo.
-Bom, eu vou deixar vocês se  acomodarem agora. Boa noite Rose! - falou Tom chamando a atenção da pequena.
-Boa noite, Tom! - ela respondeu subindo na cama.
Sorrindo, ele foi até a porta, com Elle o acompanhando.
-Então... boa noite! - disse ao se escorar na porta.
-Boa noite, Tom! - respondeu ela.
Ele assentiu e deu as costas para a loira, indo em direção ao seu quarto.
-Tom, espera! - disse Elle para Tom, que se virou imediatamente.
-O que? Precisa de alguma coisa? - questionou ele.
-Não, não é isso. Eu só... eu só queria pedir desculpas. - sussurrou a loira.
-Elle, não precisa... - ele tentou afirmar que não precisava, mas Elle o interrompeu.
-Sim, Tom! Eu preciso me desculpar pelo jeito que agi com você. Eu tratei você como se não fosse pai dela também e eu sinto muito por isso. Eu... eu estava tão focada em mantê-la segura, que não vi que o perigo estava na minha frente. - disse Elleanor, com os olhos marejados, sentindo o peso do que havia acontecido em suas costas.
-Hey, hey! Elle, olha pra mim, o que aconteceu não foi culpa sua, entendeu? - Tom questionou e só voltou a falar ao vê-la assentir. -Vamos descansar e amanhã conversamos, tudo bem? - disse ele e novamente, a viu assentir. -Boa noite, Elle! - Tom sussurrou, buscando o olhar da loira.
-Boa noite! - ela respondeu, finalmente olhando em seus olhos, antes de voltar ao quarto, onde Rose pulava em cima da cama, com um enorme sorriso no rosto, não fazendo a mínima ideia do que acontecia no mundo lá fora.

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N/A: Parece que Elle acordou, não é mesmo? O que acharam da atitude dela? Gostaram de como Tom agiu nessa situação?

suspicious | tom hollandOnde histórias criam vida. Descubra agora