Chapter twenty-one

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"Esses pensamentos vão te assombrar "
(Revisado)

*Camila Cabello pov*

• atualmente.

Eu olhei para o tão temido prédio a minha frente. Os azulejos brancos, as enormes janelas de vidro e a quantidade de pessoas que entravam pelas portas de correr.

Respirei fundo, eu sabia que esse era o momento certo, que isso me ajudaria, embora eu duvidasse de certo modo.

Dei um passo um pouco aflita, quando decidida, caminhei com passos largos até a recepção.

— olá, meu nome é Hayley, no que posso ajudá-la? — ela pergunta sorrindo.

— olá, me chamo Camila, tenho um horário com o doutor Antony. — disse baixo, enquanto ela olhava para seu computador digitando algo.

— ele está a sua espera, vou te acompanhar até a sala. — sorriu estendendo sua mão, para que eu a seguisse.

Ela bateu na porta branca, e logo foi ouvido um entre.

— pode entrar, boa sorte. — ela sorriu e deu as costas, voltando para sua mesa.

— Camila, é um prazer recebê-la. — ele disse apertando minha mão, e sua voz calma me trouxe paz.

— fico grata por poder me receber tão em cima da hora. — falei baixo.

— na verdade, já estávamos a sua espera, sua irmã Sophia, é uma grande amiga. — falou e eu fiquei sem acreditar.

Pirralha.

Ri balançando a cabeça.

— pode se sentar, ficar a vontade. — ele apontou para a cadeira.

E eu logo me sentei, olhando em volta e sendo recebida com cores neutras e suaves.

— no que posso te ajudar? — ele pergunta, após cruzar suas penas.

— eu não sei, na verdade. — digo sincera. — acho que eu acumulo muitas coisas, e talvez eu só precise de alguém que me ajude.

— bom, eu farei o possível. — ele me lança um sorriso terno. — quer começar do começo?.

Assinto e solto um suspiro, antes de começar a falar. Falo sobre minha infância e adolescência, sobre o meu primeiro amor, sobre o casamento, sobre meu pai e sobre Lauren. Até chegar na estaca zero.

Algumas vezes ele desviava sua atenção, para seu caderno, anotando algo nele.

— e eu nunca soube dizer não, então ele bem fazia oque queria. E por medo, por se descobrir e cair na real agora, eu a perdi.

Quando termino, ele me encara por um instante antes de perguntar.

— numa escala de zero a dez, quanto você gosta de si mesma, Camila ?.

— não sei, cinco?.

— e você acha esse número bom?.

— não!?.

— qual seria ideal para você? — ele pergunta, ainda sustentando seu olhar sobre mim.

— não sei. — respondo sincera. — acima de oito, eu acho.

— não, Camila, o ideal é dez. — ele ajeita os óculos. — nove e meio ainda não é o suficiente, porque esse meio faz falta quando precisamos. Só quando gostamos de nos mesmos que a gente entende que precisa se impor quando deve. Não é que você não sabe dizer não, é que você se anula só para dizer não. — ele pausa. — quando você está dizendo sim para outra pessoa, mesmo sem vontade, você está dizendo não para você mesmo, para o seus desejos e para os seus princípios, e um nove e meio faria isso eventualmente, mas um dez, Camila, um dez jamais faria.

Engulo em seco pela primeira porrada que ele me dá.

— não estou dizendo que não é necessário abrir mão quando é preciso, mas isso só pode acontecer quando não te anula.— sua voz suave torna a preencher a sala.— quando você precisa rastejar em uma guerra, é sinal de que você não está mais inteiro, e não estando inteiro, a guerra provavelmente já está perdida. Se erga Camila, se veja. Você é a pessoa mais importante para sua vida. Quem perde é ele, que não enxerga isso.

Recebo uma segunda porrada, e para o meu desespero ele continua.

— se apaixonar é inevitável, mas não se apaixone porque está sozinha. Não se apaixone só porque viu que ela está feliz com alguém que você odeia. — ele disse. — se apaixone por ela, pelos seus defeitos e qualidades, pelas manias e tocs. Se apaixone de verdade, não superficialmente. — ele disse. — se oque você sente é amor de verdade, vai chegar uma hora, mesmo não dando certo, que você vai saber abrir mão, e dizer não para sua própria saúde.

Eu balancei a cabeça concordando, ele tinha razão.

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