33- O futuro

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— Daniel! — chamei pela milésima vez, entrando no seu "escritório".

O meu namorado estava sentado na cadeira gamer profissional, muito concentrado em seu jogo como eu sabia que estaria. Revirei os olhos, mas um sorriso curvou meus lábios e entrei no cômodo cheio de luzes de LED piscando na penumbra.

Tirei o headset do seu ouvido e beijei o pescoço tatuado. Agora havia um Batman vampiro fazendo companhia à pena que eu tanto amava e foi ele que eu beijei.

— A gente vai se atrasar — murmurei contra a pele, sentindo o seu cheiro de sabonete e Dan. O cabelo escuro ainda estava úmido do banho e afundei os dedos na massa de fios negros.

No último ano Dan tinha resolvido deixar o cabelo crescer e sinceramente era injusto o quão incrivelmente bonito ele ficava com as mechas escuras roçando os ombros, destacando as maçãs do rosto proeminentes.

Eu o abracei por trás do jeito que tinha me acostumado a fazer com aquela cadeira alta, observando enquanto o seu personagem corria por uma caverna. As sobrancelhas de Daniel estavam muito juntas e o lábio inferior projetado em um biquinho adorável.

— Só vou terminar essa missão — prometeu sem tirar os olhos do monitor. — Último boss.

— Seu nerd — resmunguei, ainda sorrindo. Eu amava o jeito como ele ficava fofo jogando, todo sério. Encaixei o headset de volta na sua cabeça e ele mandou um beijo para mim antes de voltar o olhar para a tela.

— Eu tinha que fazer alguma coisa enquanto você bagunçava o closet — respondeu sem prestar atenção, concentrado no jogo e só por isso não revirei os olhos. Eu levei dez minutos para me arrumar.

Os dedos correram pelas teclas com familiaridade enquanto o seu personagem — um tigre branco — pulava para atacar o monstro na tela.

Alguns minutos depois uma mensagem brilhou dizendo que eles tinham completado a missão.

Dan apertou uma tecla e falou no microfone:

— Valeu, gente — agradeceu com a voz grave. — Até amanhã.

Ele esperou mais um pouco, ouvindo os agradecimentos e fechou os programas antes de desligar o computador.

Dan girou a cadeira e se levantou. Ele beijou a minha boca e derreti contra o seu corpo quente, passando os braços ao redor do pescoço.

Agarrei os cabelos escuros e ele fez o mesmo, enredando os dedos nos meus, a boca passeando sem pressa pelo meu pescoço e ombro, me fazendo recuar na direção da parede enquanto ele avançava. Seu corpo pressionou o meu contra a barreira de concreto da parede.

Daniel mordiscou o lóbulo da minha orelha, me fazendo estremecer de um jeito muito bom.

— Você tá perfeita — murmurou contra pele sensível e precisei de um auto-controle que foi desenvolvido a duras penas a partir do momento em que passamos a morar juntos, dois anos antes.

— A gente vai se atrasar — lembrei dando um selinho nos lábios dele.

Daniel se afastou só para que eu pudesse olhar dentro dos olhos que estavam escuros de desejo.

— Mal posso esperar para te atrasar — admitiu, escorregando os dedos por baixo da saia do meu vestido.

Eu ri, empurrando seu ombro e me afastei, deixando uma distância segura entre nós. Meu corpo todo protestou com isso, mas era necessário.

— Idiota — murmurei fazendo careta. — Anda logo, temos horário com o Bryan.

Ele revirou os olhos absurdamente claros e peguei sua mão, puxando-o para fora do quarto.

Mentira Perfeita [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora